PÁSSAROS LENDÁRIOS DO SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 3 de março de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.481       ...

 

PÁSSAROS LENDÁRIOS DO SERTÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de março de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.481

 






     Diz uma lenda – citada pelos mais velhos no Sertão de Alagoas – que na ocasião em que José e Maria fugiram para o Egito levando o menino Jesus, foram perseguidos por soldados do rei Herodes.  Quando os perseguidores surgiam procurando pistas, o passarinho Bem-te-vi denunciava os fugitivos com seu canto: bem que vi, bem que vi. Esse é um dos motivos pelos quais o sertanejo, indiferente ou não, tem cisma a esse pássaro amarelo e preto: um traidor! Enquanto isso, o Colibri, de intenso colorido e a Lavandeira, de cores preta e branca, lavavam os paninhos de Nosso Senhor. No Sertão ninguém atira em Lavandeira, principalmente em época de Semana Santa. O beija-flor é apenas perseguido por adolescentes, com o nome de bizunga. A lenda ficou tão arraigada que parece verdadeira.

Mas o foco hoje é o Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) da família dos Tiranídeos, “que habita em matas, campos, cidades, em todas as regiões brasileiras; é marca de alimento, de material de limpeza... E já foi nome de jornal revolucionário com partido político. Seu nome vem do tupi: pitanguá-guaçú. Ave de médio porte, mede entre 20 e 25 centímetros, tem o dorso pardo e a barriga de um amarelo vivo, uma lista branca como sobrancelha, cauda preta e pesa 52-68 gramas. Possui 10 subespécies reconhecidas. Alimenta-se de insetos, frutas, ovos e de filhotes de outros pássaros, flores de jardim, minhocas, lagartos, pequenas cobras, crustáceos, peixes, girinos, carrapatos de bovinos e equinos. Alimenta-se ainda de cupim e de ração animal encontrada na cidade, em comedouros. Pode-se dizer que é um controlador de pragas de insetos”. (Wikipédia).


O bem-te-vi é conhecido pela sua agressividade, enfrenta até urubus e gaviões quando estes se aproximam do seu território. Possui grande poder de adaptação e é um dos primeiros a cantar ao amanhecer. Gosta de voar solitário, mas pode ser encontrado em grupo de 3 ou 4 em antenas de televisão. Tanto pode estar perto de rios e lagoas quanto em áreas densamente povoadas por humanos.

Nunca encontramos em gaiolas nenhum bem-te-vi, beija-flor ou lavandeira.

Lembramos da capital alagoana, região da Serraria, quando um bem-te-vi nos despertava ao amanhecer e se despedia da tarde em torno das 16 horas. Companhia que alimentava a saudade sertaneja da terra de Senhora Santana. Você viu as minhas crônicas, Bem-te-vi?

Bem que vi! Bem que vi!

BEM-TE-VI, LAVANDEIRA, BEIJA-FLOR (Créditos: Pinterest; Wikiaves.com.br; br.depositfhotos.com, respectivamente).

 

 

 

 

    BALAIOS E BALAIOS Clerisvaldo B. Chagas, 2 de março de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.480   Entre 1838 ...

 

 

BALAIOS E BALAIOS

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de março de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.480






 

Entre 1838 e 1841 aconteceu no Maranhão uma revolta social que ficou conhecida na história como “A Balaiada”. Muitos motivos de lutas e bastantes episódios de combates desenrolaram-se nessa rebelião que no fundo era o basta pela falta de justiça com as classes mais exploradas do povo maranhense. Três líderes populares se destacaram: o vaqueiro Raimundo Gomes, o quilombola negro Cosme Bento de Chagas e o artesão de balaios, Manoel dos Anjos Ferreira que pela profissão tinha o apelido de “O Balaio”. A luta contra a desigualdade social não é nada estranha a situação do Brasil da atualidade e, nem precisava dizer. Mas não iremos relatar o que se encontra escrito nos anais da história do Brasil. Queremos apenas fazer alusão ao fabricante ou artesão de balaios.

Nos sertões nordestinos o balaio feito de cipós – coletados na caatinga – tem como função principal receber ração para alimentar os gados bovino, caprino e ovino. Temos exímios artesãos do cipó tanto para o balaio quanto paras caçuás, espécie de cestas fundas com alças que se usa nas cavalgaduras para transporte de mercadorias diversas. Acontece que o desmatamento escasseou o cipó, buscado hoje cada vez mais longe. Inúmeros artesãos do cipó tiveram que mudar de profissão pela falta da matéria-prima. Atualmente não está fácil encontrar caçuás e balaios nas feiras livres como antigamente. Tanto é que alguns pequenos criadores passaram a utilizar pneus de trator cortados em duas bandas, para colocar e oferecer ração aos bichos da fazenda.

Embora os balaios do antigo Maranhão fossem diferentes, o que importa é a habilidade dos fabricantes de outrora e de hoje. Isso faz lembrar o povoado Alto do Tamanduá, município de Poço das Trincheiras. Enquanto as mulheres descendentes quilombolas trabalhavam o barro no fabrico de panelas e similares, os homens confeccionavam balaios com os cipós que havia em abundância pelos arredores. Com a extinção das matérias-primas, tantos homens quanto mulheres, amargaram situação vexatória e agora vivem de benefícios e insossas aposentadorias. Vaqueiros, quilombolas, artesãos do balaio, quando teremos um Brasil igualitário?

O balaieiro do passado e o balaieiro do presente podem fazer a diferença.

BALAIOS DE CIPÓS (CRÉDITO: PINTEREST)

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

  LANÇAMENTO DE LIVRO Clerisvaldo B. Chagas, 1 de março de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.479 Nesta segunda-feira...

 

LANÇAMENTO DE LIVRO

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de março de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.479







Nesta segunda-feira estaremos lançando ao público santanense em geral, o nosso mais recente livro com o título já amplamente divulgado, Canoeiros do Ipanema. Por motivo da pandemia, não faremos as formalidades de sempre em solenidade no AABB, Tênis Clube ou Câmara de Vereadores. O lançamento será simbólico e anunciado pela Rádio Milênio, com os pontos de venda já definidos. Desde já, o documentário Canoeiros do Ipanema, pode ser encontrado no Espaço Cultural/Livraria, à Rua Benedito Melo (Rua Nova), tendo como ponto de referência a vizinhança com a chamada Clínica de Dr. Gerson e mais no Nobre Hipermercado, no Center Pão e No salão Gil Cabelereira. Todos na gentileza do casal Rendricson e Rosângela Carnaúba, proprietários do Espaço Cultural/Livraria.

Devido aos preços elevados das correspondências e as aglomerações nos Correios, não aceitaremos mais depósitos na conta para enviarmos o livro para outra cidade. Os livros serão entregues em endereços somente da cidade de Santana do Ipanema à familiares ou amigos do adquirente. Obrigado pela compreensão que o vírus está violento em nossa cidade.

“Canoeiros do Ipanema”, tem o prefácio do escritor contista Fábio Campos e foi impresso na GrafMarques, em Maceió. Possui 20 páginas/documentário que conta tudo sobre a atividade canoeira no rio Ipanema, quando não havia pontes e aconteciam as grandes cheias registradas pela história.

E como dizia Rui Barbosa: “Os melhores perfumes estão nos menores frascos”. “Canoeiros do Ipanema”, livro perfume e relíquia, resgate de páginas que não podem ficar sepultadas pelos idosos e nem vedadas às novas gerações.

Caso seja construído o “Memorial Rio Ipanema”, gostaria que o nosso livro fosse a primeira peça doada para ajudar na alimentação cultural de jovens estudantes da Rainha do Sertão.

Mesmo com os pontos de venda acima, continuaremos entregando  em nossa cidade somente, com prévio depósito na conta solicitada pelo Zap e envio de recibo de depósito com endereço de entrega. (Em qualquer lugar: 20,00 por unidade)

Cuide-se, use máscara, álcool gel e evite aglomerações.

Saúde para nós todos.

CAPA DE LIVRO (FOTO B. CHAGAS).