CAIÇARA Clerisvaldo B. Chagas, 24 de fevereiro 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.662   Não foi somente uma vez e...

 

CAIÇARA

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de fevereiro 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.662


 

Não foi somente uma vez em que tivemos vontade de conhecer o topo da serra da Caiçara. Transitando inúmeras vezes no trecho Poço, Maravilha e Ouro Branco, tínhamos como colírio à serra da Caiçara em torno de 800 metros de altitude. Sua vegetação diferenciada, grotas, centro de microclima da região, transmitiam essa vontade que a alma geográfica teimava em conhecer. Infelizmente nunca apareceu uma oportunidade real de incursão pelas suas faldas atrativas e topo chamativo. Sua altura de fato impressiona e se comparada à serra do Poço – dividida entre Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema – possui 300 metros a mais, o que faz grande diferença.  

O habitante da planura leva cerca de duas horas para chegar ao cimo da serra do Poço, enquanto seus moradores fazem a caminhada em poucos minutos. Ali conhecemos bem, uma das paisagens mais belas do Sertão, vista de cima. Quanto à Caiçara, ultimamente também denominada pelos populares de serra da Maravilha, é um atrativo de além fronteiras e foi transformada em reserva, não está com tanto tempo assim. Achamos que demorou muito a ação governamental.  Antes tarde do que nunca, fica a reserva à disposição de estudos para geógrafos, biólogos, geólogos e uma infinidade de profissionais afins, naturalmente observando as regras da lei.

Imaginamos a saga do Corpo de Bombeiros e Polícia Civil em busca do homem desaparecido e só achado morto 40 dias depois, em lugar de difícil acesso.  Enquanto isso, a cidade vai mostrando o seu museu de mastodontes para os habitantes da região e os turistas interessados em História Natural e aventura. Maravilha incorpora assim a reserva da serra como um trunfo a mais no seu desenvolvimento. Estando em Maceió e querendo visitar essa região, é pegar a BR-316 via Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema, Entroncamento Carié. Antes do entroncamento tem o acesso à cidade de Maravilha. A belíssima foto abaixo, do Corpo de Bombeiros em busca do homem desaparecido na serra da Caiçara, ilustra bem aquele monte extraordinário que ornamenta com muita pompa o Sertão alagoano.

 

  SÃO JOSÉ GANHA REPARTIÇÃO Clerisvaldo B. Chagas, 23 de fevereiro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.661      O H...

 

SÃO JOSÉ GANHA REPARTIÇÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de fevereiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.661



     O Humilde Bairro São José, fruto de desdobramento do Bairro Camoxinga, estar situado na região oeste de Santana do Ipanema, saída para Poço das Trincheiras, Maravilha, Ouro Branco o Alto Sertão de Alagoas. É onde estão a escola Professora Helena Braga das Chagas, Corpo de Bombeiros, Posto de Saúde São José e o DNIT, repartições culminantes do lugar. Mas agora o Bairro do pai de Jesus entra numa nova dimensão que aumenta a autoestima dos seus habitantes. É que foi inaugurado ao lado do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) moderno edifício onde funcionará como sede própria, a 11a Vara da Justiça Federal em Alagoas, às margens da BR-316, lugar do antigo DNER.

O fórum funcionava no Bairro Monumento quase defronte aos Correios, mas agora abrilhantará com sua pujante presença o Bairro São José, onde existe bem perto outros bairros como Clima Bom, Barragem e o gigante Camoxinga. Com essa nova moral o Bairro São José, tão longe do Centro, poderá atrair novos empreendimentos, deixar, quem sabe, o velho apelido de COHAB VELHA e por pés nos degraus da verdadeira transformação. Segundo noticiário, esteve presente na citada inauguração, entre várias autoridades do Judiciário o presidente da subseção de Santana do Ipanema, o advogado filho da terra, Raul Teodósio e a prefeita do município Christiane Bulhões.

Funcionando em Santana do Ipanema há 10 anos (registrada no livro: “230” da nossa autoria)

 

, o Fórum Federal atende a 22 municípios do Sertão e Alto Sertão de Alagoas. Sua nova sede é até um ponto estratégico para o Alto Sertão e as cidades ditas acima. Dias atrás surgiam perguntas e mais perguntas dos transeuntes a respeito do prédio que estava sendo construído no terreno onde funcionou o antigo DNER. E se era segredo ou quase, está aí a grande descoberta, repartição gigante trocada por outra gigante na serventia objetiva, no emprego e na circulação monetária, principalmente no Bairro São José.

Digam agora que o santo não tem força!

Trouxe a Justiça.

Justiça forte e federal. Ave o muque, São José!

EDIFÍCIO NOVO DA JUSTIÇA FEDERAL (FOTO: DIVULGAÇÃO/INSTAGRAM/JFAL).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  RAPOSA Clerisvaldo B. Chagas, 22 de fevereiro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.660   A raposa é um dos pou...

 

RAPOSA

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de fevereiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.660

 


A raposa é um dos poucos animais selvagens de porte ainda encontrados em nossos sertões nordestinos. É um bicho solitário que tem predileção pelas últimas horas do dia e as primeiras da noite, porém, pode ser visto a qualquer hora cortando a estrada. Alimenta-se principalmente de cupim, depois, frutos, cobras, lagartos e aves. Caminha choutando igual a jumento e está sempre atento ao que se passa nos arredores. Possui olfato, audição e visão excelentes. Comenta-se que a raposa gosta muito de vinho, tanto que alguns caçadores colocam essa bebida em cuias para atrai-la e flagrá-la bêbada. A raposa também é um símbolo de inteligência e serve de apelido para os mais experientes no jogo da política. Para o que anda a pé nos caminhos empoeirados do Sertão, avistar uma raposa à frente é se arrepiar da cabeça aos pés.

Um guará choco é um perigo iminente. No caso da raposa, pode estar doente com a raiva e transmitir para o ser humano. Várias vezes encontramos raposas solitárias cruzando a estrada Poço das Trincheiras – Maravilha, no sertão de Alagoas., bem pertinho da pujante serra da Caiçara. Existem diversos gêneros desse animal no mundo, de família Canindae. E em todos os lugares do mundo cada espécie de raposa representa beleza e sabedoria. O episódio abaixo registra o predador humano em todos os recantos da terra: Transitando pela BR-316 num automóvel, um amigo nosso foi incentivado pelo carona, ao avistar uma raposa: “Passe por cima, mate, ela gosta de galinha!”. Meu amigo motorista retrucou: “Se fosse para matar quem gosta de galinha, eu iria começar por você”. Era o dia da caça.

As raposas vão rareando principalmente por causa do homem exterminador. Outros fatores surgem como o desmatamento, a caça clandestina, doenças e fome mesmo. Recordamos nosso pai, Seu Manezinho Chagas, de vez em quando a mandar que fôssemos até o Bar do Maneca – vizinho à nossa loja de tecidos – pegar uma garrafa de vinho Raposa. No rótulo da garrafa de vidro incomum, uma bela estampa do citado animal. Vale salientar que em outras épocas havia no Sertão armazéns que compravam couros e peles. Assim os animais da caatinga iam desaparecendo na espingarda: onça, gato-do-mato ou maracajá, veados e raposas.

Gente é gente. Bicho é bicho...

Mas como é difícil viver!

RAPOSA SERTANEJA NO MUNICÍPIO DE PETROLINA, DURANTE SECA (CRÉDITO: FATOS E FOTOS DA CAATINGA).