SERÁ? Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.725   Quando o Canal do Sertão che...

 

SERÁ?

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.725

 

Quando o Canal do Sertão chegará ao destino projetado, isto é, em terras arapiraquenses? Podemos afirmar que as obras do Canal do Sertão, rasgando o semiárido com tantos obstáculos a serem vencidos, é uma das maiores obras do planeta. Canal d’agua mergulhando por túneis, pontes e pontilhões nas áreas mais difíceis de caatinga, é uma amostra pujante da engenharia brasileira, assim como foi a de Paulo Afonso. Mesmo assim não é obra para o período de um só governo. E a redentora alagoana, infelizmente depende do estado de humor do governo federal. Como, porém, têm sido aproveitados até agora os trechos do Canal já em atividade? A falta de divulgação geral não pode orgulhar o povo que não conhece o que está sendo realizado sobre os possíveis benefícios.

“Nesta quarta-feira (29), o governador Paulo Dantas e a secretária de Infraestrutura, Maria Gevan, assinam a ordem de serviço para perímetro de irrigação do Gavião, localizado no município de São José da Tapera. O valor investido ultrapassa os R$ 11 milhões, com recursos provenientes do Fecoep. A solenidade tem início às 9h em Santana do Ipanema”.

“O perímetro irrigado do Gavião é um projeto desenvolvido pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) em parceria com a Sedetur e Seagri, localizado entre o km 100,5 e o km 103,5 do Canal do Sertão, em São José da Tapera – Alagoas. O perímetro de irrigação possuirá uma área irrigada de aproximadamente 250 hectares, tendo como principal objetivo contribuir para o desenvolvimento de pequenos produtores rurais da região”.

As informações são de Camylla Klevia/Ascom Sinfra. A notícia é boa até porque as obras do Canal estão paradas e o governador resolveu continuar os trabalhos com recursos estaduais, assim falam as divulgações. Como tudo nesse país é desse jeito, vamos acreditar, mesmo assim que um dia essa obra chegue com êxito até o final da programação. Vale salientar que ainda estamos com os trabalhos dentro do Sertão, faltando ultrapassar alguns municípios da Bacia Leiteira para poder atingirmos o Agreste.

Um dia... Quando o Canal do Sertão atingir os limites Sertão/ Agreste, valerá soltarmos bombas e foguetões, mesmo com alegria retardada.

CANAL DO SERTÃO (CRÉDITO: FLICKR)

 

 

 

  ESPIANDO O TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 29 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.724   Continuam nossas ...

 

ESPIANDO O TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.724

 

Continuam nossas chuvas mansas todos os dias; raramente o Sol tem aparecido para tirar o mofo das coisas, deixar os varais mais animados, esquentar os tiús e os preás nos lajeiros e nos fornecer mais Vitamina D. Assim anda nosso inverno sertanejo, verde, bem chuvoso e frio que chega aos l9 graus. Quem caminha pelas nossas estradas vicinais, estradas de terra, até se surpreende com lugares de muita lama. Vez em quando está arregaçando as calças, tirando os sapatos para vadear pequenos riachos da exuberante caatinga. Tem água agora por todos os lugares, o que faz entristecer dono de caminhão-pipa sem outra profissão. É o mês de junho entregando o tempo ao parceiro julho em condições claras de boa economia rural. Os santos juninos foram generosos com os sertanejos alagoanos, muito embora os festejos estivessem sem a força robusta da tradição.

E por falar nisso, continuam as visitas e mais visitas à represa do riacho João Gomes, o novo ponto turístico do município. Um verdadeiro mar d’água, amigo (a). E ainda na represa, paredão/ ponte com asfalto por cima, benefício duplo para a região. E para quem interessa o tema, junto ao Secretário Jorge Santana, conseguimos saber onde estão localizadas as nascentes do riacho que hoje é a sensação da terrinha. Aqui vai ao público em primeira   mão: o riacho João Gomes possui duas nascentes principais. O sítio serrote dos Angicos é uma delas e está localizada dentro do próprio município santanense. A outra cabeceira fica no sítio Serrote da Furna, já município de Carneiros.

 Enquanto um braço corre para os fundos da represa, outro chega à barragem mais pelo meio, mas ambas as nascentes fazem parte da mesma vertente da margem direita do riacho João Gomes. A esperança de todo homem da roça, é que as águas acumuladas de um bom inverno (chuvoso) cheguem até às prováveis trovoadas, três ou quatro meses depois. É certo que barragens importantes já estão fazendo esse papel, mas, nem todos os lugares possuem esses reservatórios. Entretanto, disse o Mestre: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã”. Isso tanto vale para o homem da cidade quanto para os que habitam os campos.

Fé, é a palavra-chave.

O ETERNO DRAMA DA ÁGUA (FOTO: B. CHAGAS).

    SEBASTIÃO DE NARBONNE Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.723   Origi...

 

 

SEBASTIÃO DE NARBONNE

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.723

 


Originário de Narbonne (França) 256-288 e cidadão de Milão, Itália, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável.

Com o nome de São Sebastião foi construída no antigo Comércio de Santana Vila a Igreja particular com esse padroeiro. Aproximadamente, em 1915, a poderosa família Rocha escolheu a esquina de um beco para edificar a obra e, o beco também passou a ser conhecido como o Beco de São Sebastião. Essa via é passagem obrigatória do comércio para a Rua Prof. Enéas ou Rua de Zé Quirino e pode chegar, após, ao rio Ipanema, justamente por trás do Comércio.

Portanto, a Igrejinha de São Sebastião, em Santana do Ipanema, aniversaria este ano com suas 107 velinhas. É um templo discreto, pouco notado por quem passa e quase sempre se encontra fechado. Já foi motivo de embate com a Paróquia no final do século passado quando um remanescente daquela família se movimentou para tomá-la e transformar a capela em ponto comercial à venda. Não conseguiu devido à forte reação popular.  Quando o templo de São Sebastião se encontra raramente aberto, causa admiração ao transeunte que não perde tempo para ali adentrar e fazer suas orações ao mártir tão conhecido e amado do catolicismo brasileiro.  Embora pareça nem existir, quando fechado, é um dos edifícios históricos mais importantes do Comércio santanense.

O Beco São Sebastião marcou muito nas festas de Senhora Santana. Por ali desciam para o rio Ipanema muitos casais clandestinos. Ponto certo de soltar foguetes e bombas durante os festejos à santa. Já a igrejinha de São Sebastião foi palco de muitas missas, lugar de entrega nos Domingos de Ramos e cenário para o Terço dos Homens. Muito querido do sertanejo, o chamado Mártir   São Sebastião é padroeiro em lugares como Monteirópolis, povoado Areias Brancas e Poço das Trincheiras. Suas festas atraem multidões de fervorosos devotos, munícipes e visitantes. Mas a igrejinha fechada é como se não existisse, uma pessoa de cabeça baixa de tristeza no meio da multidão.

Parabéns Igrejinha pela sua história e seus 107 anos de existência!!!

Viva São Sebastião!!! Viva a Igrejinha!

 

IGREJA E BECO SÃO SEBASTIÃO. (FOTO: B. CHAGAS/ARQUIVO).