ESTOU SEGUINDO JUAREZ Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.774 Estou gosta...

 

ESTOU SEGUINDO JUAREZ

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.774


Estou gostando muito da novidade da Internet, vídeo de Juarez Jácome, mostrando a vida do sertanejo nordestino em toda a sua plenitude. O cenário escolhido é o próprio sítio rural com sua residência de taipa e os arredores típicos do sertão. O sertanejo do rio Grande do Norte foi muito feliz em querer mostrar todos os detalhes da sua vivência rural. Hábitos, costumes, flora, fauna, o dia a dia do sertanejo morador em casa de taipa. Acompanho passo a passo cada episódio novo e admiro tudo, começando pela qualidade dos seus vídeos, cenários e a realidade misturada um pouco com as fantasias das piadas e às vezes, os exageros de Mauro que faz o papel de pinguço.

Mas nessa sequência de tantos vídeos, três coisas me chamaram atenção, pois vivi muito em área rural, mas alguns costumes me escaparam, principalmente porque não convivi com a casa de taipa. Primeiro foi a forma de varrer a moradia. O chão batido da casa primeiramente é aguado para se varrer, evitando a poeira vermelha do piso de argila. Segundo, o dever de se colocar areia no caco de barro de fazer pipoca para misturá-la ao milho e proceder normalmente como em todos os lugares até que o milho torrado vire pipoca. A areia quente não se mistura à pipoca e esta fica bel alvinha e apetitosa. Terceiro, o hábito da vizinhança em tomar coisas emprestadas, arroz, óleo, feijão, fósforo, farinha e muito mais, quando falta o produto na sua própria casa, entre uma compra e outra na viagem à cidade. Toma-se emprestado até que o credor vai a cidade para novas compras e paga o emprestado.

As terras vermelhas, os galináceos soltos e se alimentando no terreiro, as palhas como telhado da latada, o fogão de barro, à lenha fumarando, roças verdejantes e trabalhadas, tipos esquisitos, o cabaré de Geruza por perto, para as presepadas de Mauro e pontos típicos apresentados, enchem à vista e desperta a saudade imensa do Sertão rural.

Juárez Jácome, você nem precisa agradecer ao povo, o povo é quem deve se mostrar grato diante da riqueza variada das suas apresentações, mostrando todos os detalhes do Brasil roceiro. Ao terminar esses escritos, irei apressado para o celular procurar se tem novidades nos episódios do Juarez Jácome.

Deus abençoe sua vida com o bom tempero nordestino.

JUAREZ JÁCOME (IMAGEM DIVULGAÇÃO).

  CHEGOU A PRIMAVERA Clerisvaldo B. Chagas, 23 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.773   Abro o por...

 

CHEGOU A PRIMAVERA

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.773



 

Abro o portão da rua e vejo a primavera entrar por todos os recantos da casa. Na fiação da via, uma rolinha azul, solitária, exercita seu pescoço e traz a simbologia de venturas que chegarão. Nem dá tempo meditar na falta de uma companheira ou companheiro porque um enorme casal de rolinhas brancas, pousa na mesma fiação alguns metros à frente, na casa do vizinho. Pelo tamanho, até parecem juritis. Outros bons sinais da Natureza para as nossas vidas nas penas da Columbinas talpacoti e suas parentelas. Ornamentam a minha rua repleta de acácias e pau-brasil e não são molestadas pela valentia mandona dos pardais, devido à docilidade das espécies.

Os campos estão verdes, as matas fechadas em muitos lugares e as capoeiras abandonadas por falta de mão-de-obra. Migram os donos de terras, migram os animais, mesmo sentindo a quase inexistente perseguição humana dos campos sem ninguém. E algumas espécies de pássaros deixam os campos e vão aos poucos chegando em zonas urbanas arborizadas, onde vão se adaptando à movimentação de pessoas, catando comida nas ruas, enfrentando outros pássaros por territórios e arquitetando ninhos nas árvores plantadas pelos humanos. Reinam nos quintais compridos onde encontram doces frutas como a goiaba, o caju, a acerola, a seriguela... A manga. Riachos e rio estão ali pertinho, leitos secos e margens repletas de arbusto, arvoretas e árvores de porte que lhes dão respaldo quando preciso.

Primavera vem do Latim: primo vero, primeiro verão. De fato, primavera não deixa de ser mesmo um pequeno verão. No mundo sertanejo se confunde com a próxima época, embora tenha suas particularidades reconhecidas, como a época das flores, temperaturas mais amenas (nem sempre) e sua amplitude térmica. Mas nada disso impede a primavera de espargir esperanças no mundo inteiro, principalmente nos países onde existem as quatro estações distintas. Portanto, a volta de pássaros e aves selvagens pelos sítios, periferias, ruas e logradouros públicos, deve ser vista como novo sopro de vida e esperança na existência humana. É A valorização das boas coisas que a Natura oferece; entretanto, de nada adianta o frenesi natural para animar o homem se o próprio homem, fechado nos compromissos do seu ego, recusar espiar em torno.

NA PRIMAVERA (CRÉDITO: PINTEREST).

 

 

 

  SÃO CRISTÓVÃO Clerisvaldo B. Chagas, 22 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.772   Saiu a programaçã...

 

SÃO CRISTÓVÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.772

 

Saiu a programação do “Padroeiro dos Motoristas” da Paróquia santanense de São Cristóvão. O evento está previsto para o mês de outubro com a abertura do tradicional novenário no dia seis. O primeiro dia de festa acontecerá no dia sete e seguirá até o domingo dia dez.  A abertura da festa conta com a recitação do terço, a Santa Eucaristia e o hasteamento do estandarte do glorioso São Cristóvão. Já no encerramento do dia dez, haverá salva de fogos, solene eucaristia presidida pelo padre Thiago Henrique Soares Pinto Tavares, eucaristia presidida pelo padre Henaldo Chagas (Matriz de São Cristóvão), solene procissão com a imagem do nosso glorioso Padroeiro São Cristóvão, saindo da cidade de Olho d’Água Flores, bênção do Santíssimo Sacramento, aspersão de veículos e motoristas e descerramento do estandarte de São Cristóvão com salva de fogos.

Geralmente a abertura acontece com um desfile de vaqueiros, aboiadores e outros cavaleiros e que se tornou tradição da Paróquia, do bairro e da cidade em geral. Cada dia dos festejos tem seus noiteiros que fazem apresentações abrilhantando a solenidade noturna.   O mês de outubro é um período que não chove no Sertão e assim o tempo colabora para um maior êxito também para os festejos profanos da festividade que se espalham pelo Largo defronte a Matriz e por várias ruas adjacentes que aumentam de espaço a cada ano. Assim vamos encontrar, parque de diversões, barracas de comidas e de lembranças e inúmeros bares improvisados prolongando indeterminadamente a duração dos festejos a céu aberto.

Chamado antes Repróboro, era um gigante cananeu que passou por várias situações inusitadas na vida, até que transportou O menino Jesus nos ombros em um rio. A partir daí converteu-se e teve o nome mudado para Cristóvão, “O Transportador de Jesus”. Morreu decapitado a mando de um rei, sem renegar a sua fé.

A Igreja Matriz de São Cristóvão, em Santana do Ipanema, acha-se localizada numa chã no centro do Bairro Camoxinga, em um largo onde estão localizados um logradouro público e a atual Secretaria da Saúde (antigo hospital Arsênio Moreira).

Como condutor de Jesus, Cristóvão passou a ser também padroeiro dos motoristas e que desfruta de grande prestígio no bairro e na cidade. 2022 promete uma Festa em grande estilo que por certos tirará o atraso de todo o tempo da pandemia.

CARTAZ DIVULGAÇÃO DA FESTA DE SÃO CRISTÓVÃO.