SOBRE MIM
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
NO MEIO DO TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 5 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.779 Ainda no início...
NO
MEIO DO TEMPO
Clerisvaldo
B. Chagas, 5 de setembro de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.779
Ainda
no início de outubro, os dias atingem temperaturas com mais de 30 e amenizam às
noites com diferença de até 10 graus. Noites estas que os profissionais do
Clima chamam de noites frescas e, nós os sertanejos friorentos, as denominamos
de frieza. Estamos nos referindo ao solo sertanejo quando observamos o fenômeno
citado, na primavera. De qualquer maneira o nosso sertão alagoano bem chovido,
continua engordando o gado nas pastagens naturais e matando a sede com seus
reservatórios preparados com antecedência: barreiros, barragens, lagoas e
açudes. Por falar nisso, não existe diferença entre barragem e açude, mas
quando o sertanejo fala em açude, parece se referir a um volume muito maior de
água em relação às barragens da área.
Com
água e pasto à vontade, vamos caminhando para a Festa de São Cristóvão, um dos
maiores eventos católicos do nosso semiárido. Acontecimento de muita fé e
euforia na população em geral e que torna o Bairro Camoxinga, em Santana do
Ipanema, no foco polarizador do momento. É lá onde estar situada a Paróquia
acima com o seu padroeiro de fé dos motoristas e condutores. É verdade, porém,
que a política mexeu um pouco com o sertão, mas logos passará essa festa
democrática. Entretanto, apesar dos bons
tempos da Natureza, a dona-de-casa continua reclamando com razão, os preços
absurdos das feiras livres e do Comércio em geral. Talvez a alegria de festas
próximas, vá quebrando o impacto dos preços da gangorra de um lado só.
Por
outro lado, a agitação política pareceu sentar na moda de governadores do
interior, coisa raríssima de acontecer antigamente. O estado parte, então para
o segundo turno entre candidatos, um do Agreste e outro do Sertão. Sai o de
Murici (zona da Mata) e entra um de Batalha (Bacia Leiteira) ou de Arapiraca
(terra do fumo). Isso é a força do desenvolvimento também no interior que
fortalece novas lideranças políticas para demonstrar que a inteligência para
este segmento não está restrita à capital. Será a vez definitiva do interior?
Só o futuro dirá, porém, a ansiedade da população é por um ótimo administrador
geral no estado, não importa a região das suas origens. Aguardemos o desenrolar
do mês que já causou muitas surpresas até agora, boas para uns, péssimas para
outros, mas outubro continua outubro sem tirar e nem por.
CANDIDATOS
ALAGOAS SEGUNDO TURNO. (FOTOS: DIVULGAÇÃO).
AGRICULTURA MEDITERRÂNEA Clerisvaldo B. Chagas, 4 de outubro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.778 Mesmo que ...
AGRICULTURA
MEDITERRÂNEA
Clerisvaldo
B. Chagas, 4 de outubro de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.778
Mesmo
que você não aprecie o gênero, leia este belo texto.
“Na
região mediterrânea clima impõe ao agricultor difíceis condições de produção e
de vida; o relevo é, em geral, acidentado, vindo as colinas e montanhas quase
até o mar onde se encravam pequenas planícies. O clima apresenta verões secos e
longos, e as planícies da Itália, da Espanha e da Argélia são, às vezes,
transformadas em campos de cultura irrigada onde se cultivam a vinha, cereais,
ou legumes e frutas ou transformadas em campos de pastagem. A cultura de
cereais, trigo, centeio sobretudo, embora feita com baixos rendimentos, ocupa
grandes áreas; a cultura mais importante, porém, aquela que marca bem a
paisagem das vastas planícies e encostas é a da vinha, que contribui para a
grande produção de vinho da França, da Itália, da Espanha e da Argélia.
Tem
ainda grande importância a arboricultura, salientando-se a oliveira, o
pessegueiro, o abricoteiro (esses dois originários da China) e nas áreas mais
quentes a laranjeira e o limoeiro que os árabes introduziram após a invasão
muçulmana. O castanheiro e a amendoeira são também árvores típicas do mundo
mediterrâneo.
A
pecuária é representada principalmente por carneiros, sendo numerosos também os
bovinos, os cavalos e os asnos. Como no verão as pastagens da planície secam,
costumam os pastores levar o gado para as montanhas, fazendo aquela migração
que é conhecida como transumância. Toda a história dessa região
está marcada pela luta entre pastores e agricultores.”
ANDRADE, Manoel C. &
SETTE, Hilton. Geografia Geral, São Paulo, Brasil, págs.268-269
Mesmo
com todas as dificuldades de relevo e clima, você deve ter ouvido falar que a
alimentação mediterrânea é considerada a melhor do mundo. E se você gostou da
beleza do texto em si, voltaremos, talvez, com os vários tipos de agricultura
praticados no Brasil, com os dois extremos: agricultura de plantation e
agricultura de roça. Afinal, é o agronegócio que está no momento em evidência
em nosso País.
VINHEDO
ESPANHOL PROXIMO AO MAR MEDITERRÂNEO (FOTO: DREAMOSTING.COM)
VEIAS E CAPILARES Clerisvaldo B. Chagas, 3 de outubro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.777 Gravatá, Camoxi...
VEIAS E CAPILARES
Clerisvaldo
B. Chagas, 3 de outubro de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.777
Gravatá,
Camoxinga, Tigre, João Gomes e outros mais, irrigam as terras santanenses. São
fios d’água temporários ou intermitentes, assim como seu grande coletor, o rio
Ipanema. São assim denominados porque escorrem em épocas de chuvas e secam em
tempo de estio. Mas a Natureza é muito caprichosa e tudo faz para agradar ao
ser humano e que ele nem sempre corresponde. Pois, mesmo na época de estiagem,
alguns pontos ao longo desses riachos, formam poços em depressões do leito,
quase sempre em lugares de muitas pedras fixas e desgastadas pelas cheias
milenares. Grande parte do leito seco é somente monotonia, é verdade, mas os
poços das águas que sobram das cheias e encontram lençol freático, quase sempre
estão cercadas por belas pedras fixas e lisas e árvores frondosas que
ultrapassam facilmente 15, 20 metros de altura, tendo a craibeira como exemplo.
Esses
lugares aprazíveis são verdadeiros oásis e servem aos humanos para acampamento,
pesca miúda, banho, convescote e retiro espiritual. Não faz tanto tempo assim,
tínhamos um retiro espiritual do Movimento Bíblico de Santana do Ipanema, às
margens e no leito do riacho Tigre, em Maravilha. Mas o Tigre de Santana do
Ipanema também tem seus encantos, sendo riacho de montanhas, além de ser
afluente do riacho Camoxinga. Em qualquer um desses fios d’água citados acima,
você poderá iniciar um movimento de lazer, sendo bastante confabular com os proprietários
das terras porque não encontramos trechos de riachos sem donos.
Foram
por esses e outros inúmeros riachos do Sertão que os desbravadores subiram
desde o Rio São Francisco até alcançarem o território pernambucano, no caso da
Ribeira do Panema, a vila de Cimbres. Eles, os riachos, são faixas alongadas de
umidade que proporcionaram a sobrevivência do caboclo nordestino em terras
semiáridas; a criação de várzeas, baixios ou baixadas com mais oportunidades de
vida para os rebanhos bovinos e ovinos. Enfim, um refrigério para a luta
renhida e diária dos que teimaram em produzir. São veias e capilares dos rios
coletores que a Natureza providenciou para sustentar os terráqueos. Riachos,
arroios, córregos ou “corgos” como suprimem os menos letrados, não importa o
regionalismo cultural, mas sim a intimidade perene entre o homem e o meio.
POÇO
DO JUÁ NO RIO IPANEMA, AO FUNDO. (FOTO: B. CHAGAS).
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.