SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
MOCAMBO Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.919 Emocionado escuto o poema...
MOCAMBO
Clerisvaldo
B. Chagas, 4 de julho de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.919
Emocionado
escuto o poema “Flor do Mocambo”, do poeta Apolônio Cardosos, falecido em 1914.
Daí resolvemos passar ao texto mais conhecimento aos nossos amigos e amigas. A
árvore mocambo rara pelo Nordeste, é frondosa e cresce entre 3 a 8 metros de
altura, porém pode chegar aos 25 metros conforme o lugar. Pertence à família
das Malvaceae e seu fruto é parente do cacau e parecido, um cacau
selvagem, encontrado na Amazônia. Sua flor é gigante e amarela de um tipo
amarelo mais fechado. Como o meu sogro, saudoso repentista Rafael Paraibano
gostava de cantar o poema acima, apontando autor, bate a emoção e ainda com um
rapaz postando que é filho do autor do poema. Mas o tiro hoje era para outro
alvo e pegou na árvore.
Mocambo
também é uma casinha miserável, sem nenhum conforto e chamada assim pelos da
zona da Mata alagoana, sendo denominada no sertão, de “Tapera”. Supõe-se que
mocambo era esse tipo de moradia feita pelos negros escravos. Tanto é que
vários mocambos juntos formam um “Quilombo”. Na zona rural de Santana do
Ipanema, encontramos o sítio Mocambo, no mesmo trecho de quem vai para o
povoado Pedra d’Água dos Alexandre. E como temos ali o riacho Mocambo,
deduzimos que nos primórdios havia um mocambo, isto é, uma casinha miserável
situada à margem do riacho que deu origem ao nome, tanto do riacho quanto do
sítio. Cada região denomina diferentemente esse tipo de casa, como, por
exemplo: ranchinho beira-chão, casa de sapé, casa de taipa... E assim por
diante.
A
escravidão negra é característica dos canaviais da zona da Mata alagoana onde
estava concentrada a gente africana para o trabalho no engenho e nas suas
terras. Porém, o Sertão, onde prevalecia o caldeamento do branco descendente de
português com o indígena do semiárido, fez surgir o tipo caboclo ou curiboca,
tão bem representado pelo vaqueiro das caatingas. Em número reduzido, havia
escravos negros no sertão, tanto adquiridos pelos coronéis quanto por elementos
fugidos dos engenhos. Todavia, à casinha pobre, miserável, de palha, de varas e
barro, sempre esteve presente, não só da história do estado, mas de todo o
Brasil das atuais Cinco Regiões Geográficas. Mocambos e mocambos...
FLOR
DO MOCAMBO.
ÁGUA BRANCA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.918 Água Branca, municípi...
ÁGUA BRANCA
Clerisvaldo
B. Chagas, 3 de julho de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.918
Água
Branca, município situado na zona montanhosa do Alto Sertão Alagoano, faz parte
do maciço de Mata Grande. É muito simpática na sua localização atípica e tem
como grandes atrações físicas a sua igreja principal de interior banhado a
ouro, seu sítio geográfico e o frio intenso de inverno. Sua história é bastante
recheada de ações de Lampião. Virgulino Ferreira antes da fama, conviveu bastante
nessa região serrana. Água Branca é uma cidade de pouco mais de 20.000
habitantes, emancipada em 24 de abril de 1875, e tem como padroeira Nossa
Senhora do Rosário. Estar situada a 570 metros de altitude e encanta os seus
visitantes com vistas maravilhosas, inclusive, de terras da Bahia. Sua denominação
vem de uma fonte de água límpida que havia nos arredores.
A
sua vizinhança, como Mata Grande, Inhapi e Pariconha, fazem parte dessas
montanhas do Alto Sertão, chamadas de Maciço de Mata Grande, que se ergueu há
milhões de anos na mesma época do maciço de Santana do Ipanema. Em suas terras
nasceu o célebre cangaceiro Corisco, um lugar-tenente de Lampião e natural da
serra da Jurema. Seus festejos mais expressivos são a sua Emancipação política,
as festas juninas e a homenagem à padroeira nos dias 22 de novembro à 8 de
dezembro. Mas, a antiga arquitetura da
sede, chama atenção de estudiosos que se encantam com o diferencial de outras
cidades sertanejas. O lugar já foi chamado de Matinha de Água Branca, também
pela sua aparência com a vegetação da zona da Mata.
A
história particular do município, é bastante rica e surpreendente para aqueles
que pretendem levantar o véu do passado dessa região. Ultimamente turistas
chegam à cidade visando festivais de inverno, onde procuram curtir o tempo de
intensa frieza nessas aventuras surpreendentes.
Para os da capital que pretendem conhecer o município, poderão vencer
mais de 300 km, tanto pela dorsal BR-316, passando por Santana do Ipanema,
quanto pela dorsal que está sendo totalmente duplicada via Arapiraca e Batalha
até Delmiro Gouveia. E para turistas interessados, várias outras cidades
poderão ser encontradas pelos trechos de ambos os roteiros. E por último,
apresentamos a coleta de uma quadrinha da época cangaceira:
“Lampião quando correu
Da cidade de Matinha
Foi no trote americano
No galope almofadinha”
ASPECTO
PARCIAL DE ÁGUA BRANCA – AL. (FOTO: DIVULGAÇÃO/PREFEITURA)
SÃO PEDRO Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.916 O mês de junho encerra...
SÃO PEDRO
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.916
O
mês de junho encerra suas atividades festivas com os santos do período: Santo
Antônio, São João e São Pedro, numa sequência de muita alegria e muita festa
que deixa o Nordeste imensamente feliz durante os 30 dias. E, em Santana do
Ipanema, nos últimos dias de junho, fica mais aberta às visitas dos devotos, a
chamada igrejinha de São Pedro no bairro e na rua do mesmo nome do santo. Deu
trabalho para ser construída a igrejinha de São Pedro que sofreu algumas
interrupções curtas e longas até que foi impulsionada pelo comerciante
Tertuliano Nepomuceno (segundo o saudoso historiador oral “Seu Carrito”), foi
iniciada no tempo de vila até ser inaugurada no ano de 1937. Desde então a Capelinha do santo chaveiro do
céu, vem sendo um seguro refúgio dos seus antigos e novos devotos que nesse
templo depositam a fé.
Recentemente,
a igrejinha de São Pedro passou por ampla reforma se tornando um dos mais belos
templos de Santana do Ipanema e que continua sendo carinhosamente denominada
pelo povo de igrejinha de São Pedro. Durante os festejos de Santo Antônio, a
distribuição do tão conhecido “Pão de Santo Antônio”, acontece na igrejinha do
seu amigo, no Bairro São Pedro. E todos acreditam piamente na tradição do
pãozinho que estando em sua casa, jamais faltará o alimento para a família. A
igrejinha de São Pedro, é vizinha do prédio de uma das primeiras escolas
noturnas para adultos, de Santana do Ipanema (Batista Accioly) e apontada como
“O Bacurau”, por funcionar naquele turno. Hoje foi transformada em Biblioteca
pública Adercina Limeira, professora dos primeiros quadros do, então, Grupo
Escolar Padre Francisco Correia e que morava no acesso ao Bairro acima.
Pela
igrejinha de São Pedro passaram vários zeladores, mas o mais tradicional foi o
morador das imediações chamado pelo povo de “Seu Gaia” ou “sargento Gaia”. Um
homem manso e de fala arrastada que brigou com Virgulino Ferreira, o Lampião,
nos primórdios da carreira de bandido, no atual município de Ouro Branco.
Apesar
do banho de asfalto por suas ruas principais, a modificação de algumas poucas
residências, o Bairro São Pedro não mudou o seu antigo aspecto e continua sendo
área residencial, não boa para comércio e ótimo para descanso devido a sua
tranquilidade, mais afastado do Centro e de poucos veículos no trânsito diário.
Assim,
São Pedro fecha com sua chave de ouro, o mês de junho.
Salve
a rocha da Igreja!
IGREJINHA
DE SÃO PEDRO, REFORMA E REFORMADA NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2013. (FOTOS: B.
CHAGAS/LIVRO 230.

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.