SISAL – AGAVE Clerisvaldo B. Chagas, 13 de julho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.926   Agave é um gênero ...

 

SISAL – AGAVE

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de julho de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.926

 



Agave é um gênero de planta da subfamília Agavoideae, originária do México, Estado Unidos, América Central e América do Sul. Aqui no Brasil, tem a Paraíba e a Bahia, como grandes produtores. É planta, sim de região seca, fibrosa que nasce em touceira arredondada, folhas duras e longas com espinhos fortes na pontas. Aqui no sertão de Alagoas, chamamos o Sisal de Agave e. se tem alguma diferença nunca notamos nada. Nem todos os lugares do nosso sertão produzem agave. É uma planta que serve para fazer barbante, corda, tapete, sacos e artesanato. Uma extensa plantação visa vender o produto para se fazer cordas, principalmente em épocas que ainda não havia a corda sintética. Dizem que o México faz tequila com o agave, mas nunca vimos falar nessa invenção em nossas plagas.

O município de Senador Rui Palmeira, quando ainda estava em formação, se chamava “Usina”, istó é, local de fazer corda, usina de fazer corda e cordão. A agave tem a vantagem de ser plantada em larga escala, enquanto outras plantas contribuem mais como espécies nativas coletoras.  Somente conheci em Santana do Ipanema, uma fabriqueta de corda a céu aberto, muito rudimentar e que se localizava no Bairro Floresta, margem do Ipanema. Mas ao mesmo tempo em que falo sobre esse tema, recordo da minha própria pessoa, montado numa cangalha de jegue, repleto de produtos da roça em caçuás e trilhando pelos caminhos de barro vermelho do roçado; tudo isso no sopé da serra Aguda. Sim, lembro que o tangedor do animal se chamava Cololô, filho de Sérgio, nosso caseiro.

E como já foi dito aqui sobre várias indústrias insipientes de nossa terra e do sertão inteiro, os proprietários dependiam unicamente da própria sorte. Nada de incentivo do poder público e, se havia algum incentivo de determinado “coronel” era para tomar-lhes o pouco que possuíam. Vez em quando precisamos de uma corda para colocar no punho da rede, um rolo de barbante... Mas que pena, estarmos comprando produtos de outros estados e de outras Regiões Geográficas, porque nunca houve a valorização pelo que é nosso. Já se fala (pesquisadores brasileiros) em novos e surpreendentes produtos feitos com a agave.

E agora José?

Morrer na faca cega.

PLANTAÇÃO DE SISAL – AGAVE (ROBSON DE ANDRADE SANTOS – WELLINGTON BRANDÃO).

 

 

  ARTESÃO SELEIRO Clerisvaldo B. Chagas, 12 de julho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.925   Se um artesão já...

 

ARTESÃO SELEIRO

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de julho de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.925



 

Se um artesão já é uma pessoa inspirada e habilidosa, imaginem um artesão seleiro! É que um sela para chegar à vitrina, passa por várias etapas que impressionam em cada detalhe. E ao terminar o fabrico de uma sela, simples ou de alto luxo, podemos dizer sem errar que estamos diante de uma verdadeira obra-de-arte. Existem inúmeros especialista espalhados por todo o território nacional, nodadamente, em regiões onde o cavaleiro é um destaque nato. E nesse trabalho dos profissionais do couro, especialmente o seleiro, existem pequenas máquina que ajudam aqui ou ali, mas estamos mais focados no seleiro do sertão nordestino, aquele que confecciona à mão todo o seu trabalho.

Tivemos grandes artesãos do couro, em Santana do panema, como Mestre Alexandre, Gervásio e Nestor Noia, mas não podemos afirmar que eles fossem seleiros. Aliás, pegamos a imagem de Nestor Noia, do nosso tempo e, por ter sido um tipo marcante, demos a ele outro nome e o fizemos motorista de caminhão de couros e peles, no romance “Fazenda Lajeado”, (ainda inédito). Interessante na arte, são os nomes das inúmeras peças que compõem uma sela como: assento, estribo, suador, pito, barrigueira, paralama, virola, aba traseira, margarida, aba do suador, cabeça, garganta, argola dianteira, argola traseira, aba de assento e correia de paralama... Não iremos detalhar a função de cada peça que podem ter denominações diferentes nos vários tipos de selas e em outras regiões do país.

Uma sela tem validade pelo menos de uns quinze anos, dependendo também do zelo do dono. Pode custar na faixa entre 400,00 a 600 reais. Mas, conforme coisas extras que se pede, pode alterar bem os custos básico do artefato. Um trabalho bem feito exige qualidade, beleza e conforto, coisas que não faltam nas mãos de mestres famosos ou não. A beleza complexa da arte da sela, não deve encobrir a confecção da cangalha para animais cargueiros, pois nessa particularidade o artesanato, também têm seus mestres tão famosos e procurados quanto os seleiros. A cada ano aumentam as encomendas de sela no país para o vaqueiro, para o trabalhador da fazenda, para o esportista e para o competidor de corridas...

Deus semeou talento nos quatro cantos da terra.

SELA (IMAGEM PIXABAY).

 

 

  OS ANTIGOS Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.924   Bons tempos quando os...

 

OS ANTIGOS

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.924

 



Bons tempos quando os chefes de família que faziam parte do conhecido “baronato, aplicavam suas verbas em casarões verticais nos comércios de capitais de estados, mas também em cidades progressistas metropolitas e de interior. Esses antigos edifícios, tendo como exemplos os do comércio de Maceió, Recife, São Luís... São dotados de históricos de até cem anos e muito mais. No momento atual muitos vêm de gerações em gerações de herdeiros. E quando morre o titular, geralmente acaba o capital e muitos herdeiros herdam somente a dor de cabeça ou não conseguem imaginação, habilidades, para manutenção desses prédios enormemente deteriorados pelo tempo, fazendo com que esses edifícios sejam uma constante ameaça para transeunte e ocupantes.

Poucos são tombados por municípios, estados, federação. Muitos entram na briga de ambição hereditária e o imóvel fica à mercê do tempo: nem é restaurado, nem vendido, nem tombado e, muitas vezes, até mesmo tombado, continua na mesma situação até ruir sem remédio nenhum. O caso mais recente de desabamento de prédio no Recife, ceifou vidas e, com certeza, haverá investigação em procura de culpados. A inspeção constante de edifícios antigos, ocupados ou não, tem que partir das autoridades locais e, se for o caso, dialogar com os proprietários para encontrar soluções. O que parece haver visto de fora, é um contínuo lavar de mãos dos que ocupam cargos de responsabilidades.

É sabido que a arquitetura antiga encanta diversos turistas e estudiosos do seguimento tais os casarões de Penedo, em Alagoas, os prédios históricos de Minas Gerais, os conjuntos arquitetônicos do Maranhão, de Parati... E que rendem na cidade bastante dinheiro com os visitantes, mas onde estão os cuidados com esses casarões? Entendimentos entre autoridades e donos de imóveis, não devem ser esporádicos. Têm que fazer parte da administração cotidiana de quem governa a urbe. Como o tempo é inexorável, reconhecemos o valor histórico, o embelezamento de arquitetura, mas entendemos também que a prioridade agora, é salvar vidas e de preferência de modo preventivo.

Será que isso tem a ver com o ditado: Na casa que falta o pão, todos discutem e ninguém tem razão!?

EDIFÍCIO (FREEPIK).