DELIMIRO GOUVEIA Clerisvaldo B. Chagas, 21 de agosto de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.947   Vimos algumas ...

 

DELIMIRO GOUVEIA

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de agosto de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.947



 

Vimos algumas cidades sertaneja iniciando no Médio Sertão, perto de Santana do Ipanema, seguindo pela BR-316 e acessos. Cidades nas planuras do sertão: Poço das Trincheiras, Maravilha, Ouro Branco e Canapi. Subimos para as montanhas com Inhapi, Água Branca, Pariconha e Mata Grande e, agora vamos descer para as planuras novamente com Delmiro Gouveia, Olho d’Agua do Casado e Piranhas. Delmiro Gouveia ocupa as planuras regionais e representa a mais importante cidade do Alto Sertão com 51.763 habitantes. Sua distância à capital Maceió, é calculada em 304 km e sua altitude mostra 256 metros acima do nível do mar.

Antigamente o lugar era uma fazenda chamada Pedra que progrediu com o implante de uma fábrica de tecidos pelo pioneiro Delmiro Gouveia. Através do tempo, Pedra desenvolveu e ganhou sua Emancipação Política no dia 10 de junho de 1952, passando a se chamar Delmiro Gouveia e cujos munícipes são chamados de delmirenses. A cidade vive da indústria têxtil, do comércio, da pecuária, da agricultura, da sua própria história e de parte dos cânions do São Francisco que atraem pesquisadores e turistas. Faz divisa com Pernambuco, Bahia e Sergipe. Comunica-se com a capital pela BR-316 (Via Santana do Ipanema – Palmeira dos Índios) e pela AL-220 (via Batalha – Arapiraca que está sendo duplicada.

A história de Delmiro Gouveia envolve fábrica têxtil, energia de Paulo Afonso e episódios lampionescos. Sua padroeira é Nossa Senhora do Rosário, celebrada no dia 10 de outubro com empolgação pelos seus habitantes. Os visitantes do Recife, Caruaru e Garanhuns chegam ao núcleo Delmiro Gouveia através da rodovia BR-423, passando pelo Entroncamento Carié, um dos mais importantes do Nordeste.

Vale à pena conhecer a cidade, sua vizinhança e sua história belíssima e enigmática narrada por vários escritores, entre eles, o santanense Tadeu Rocha, cujo livro é considerado o melhor entre todos.

PARCIAL DE DELMIRO GOUVEIA (DIVULGAÇÃO MUNICIPAL).

 

 

                                                                        

  OS MUSEUS NO TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 17 de agosto de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.946   Lembrando a ...

 

OS MUSEUS NO TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de agosto de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.946

 



Lembrando a antiga estrada de rodagem, Palmeira dos Índios – Sertão, continua ainda de pé, testemunhando a história dos transportes e da engenharia em Alagoas, a antiga ponte sobre o rio Traipu.  A referida ponte foi descartada por ser estreita para o novo padrão rodoviário. O outro padrão veio de ponte mais larga e logo recebeu cobertura asfáltica. Aponte antiga, muito bem feita, por sinal, ficou à beira da estrada, servindo apenas para passagem de carros de boi, pesquisador ou apreciadores das cheias do rio, observadas por ambas as pontes. É bem ali na BR-316, próximo do acesso a Minador do Negrão. Sem dúvida alguma uma relíquia da história no museu a céu aberto que irá se acabando com o tempo. Mas se não podemos levá-la para um museu fechado, pelo menos deveria ser feita uma maqueta para tal fim.

Outra ponte relíquia da história é a de Dois Riachos que perdeu para ponte nova com outro traçado do trecho que passa pela cidade.

Mas, essa ponte, sabiamente passou a ser uma das entradas da urbe, usada normalmente por automóveis, carroças, animais e humanos na rotina da “Terra de Marta”. Tanto a ponte nova quanto a ponte velha, são também mirantes para apreciação das cheias do rio Dois Riachos, afluente do Ipanema e de calha bastante respeitosa. E mesmo ainda com tanta serventia, não deixa de ser, a ponte, um museu a céu aberto de muito significado para a cidade e município da “Pedra do Padre Cícero”. Os estilos das pontes velha e nova são diferentes, mas a história é a mesma em riquezas de detalhes.

Estamos falando de lugares, aonde palmilhamos ultimamente e vamos sentindo a evolução como acontece com as diversas ciências que iluminam a condição humana. O sertão do carro de boi para o sertão do automóvel; os rios das travessias, para os rios das pontes; O interior do grito pelo interior do celular; os lugares da escolinha pelos lugares das universidades; as cidades das rezadeiras pelas cidades da telemedicina... E a firmeza na crença no desenrolar do mundo. O caráter do homem também transfigurará, fazendo desse planeta de expiação, uma sociedade mais justa, mais igualitária. Afinal, o HOMEM não morreu em vão. Deixemos que o sertão vire mar e que o mar vire sertão. O coração do homem não pode é dispensar a harmonia e a beleza do rotineiro e do exótico para alimentar a sua alma sedenta do Grande Arquiteto do Universo.

PEDRA DO PADRE CÌCERO – (DOIS RIACHOS – AL) – foto: gazeta de alagoas.

 

  VI DE PERTO Clerisvaldo B. Chagas, 16 de agosto de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.945   Voltando da Bienal,...

 

VI DE PERTO

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de agosto de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.945

 



Voltando da Bienal, já no domingo à noite (13), passamos no distrito palmeirense de “Canafístula Frei Damião”. Para matar a vontade do meu neto Gabriel e a minha, adentramos ao distrito para vermos a recente estátua implantada do fantástico “Pregador do Nordeste”. Ali eu havia visitado há muito, a Festa da Pinha e que havia gostado bastante. Desta feita, via a expansão do povoado naquelas terras planas de barro Vermelho, onde a feira de animais por um lado e as visitas à Frei Damião, por outro, projetaram a famosa terra da pinha doce. Chegamos ao “Santuário Frei Damião” com a noite fria e já iniciando uma pingadeira dos céus. Cedo da noite, mas tudo quase deserto, portas fechadas e um silêncio profundo nas ruas, provavelmente a frieza encurralava as pessoas sobre os lençóis.

Fiquei impressionado com a estrutura externa do santuário bem iluminado, beleza de arquitetura e bom gosto, muito espaço ocupando a frente da igreja onde se realizavam as festas do lugar; agora dividida em patamares ajardinados com assentos para os visitantes. A estátua do Frei também impressionou bastante, tanto pela obra física em si, quanto pela perfeição da face do santo do Nordeste. A escadaria até o patamar da estrutura geral, semeado de fitas deixadas pelos romeiros, no corrimão de metal em caracol, atestavam pedidos e pagamentos de promessas daqueles de fé inabalável em quem acreditam. Discretamente um vigia numa casa ao lado, tudo observava, mas sensível ao nosso boa noite que a educação pedia. Uma atmosfera de paz nos abençoou e nos fez prosseguir a viagem com mais otimismo e segurança.

Frei Damião nasceu em Bozzano, Itália, em 5.11.1898 e faleceu no Recife em 31.5.1997. Contava, então, com 98 anos de idade e foi sepultado no próprio Recife no Convento São Félix de Cantalice. A causa da sua morte foi uma parada cardíaca.

Pregador vigoroso, conquistou a Região Nordeste, com suas previsões, milagres e Santas Missões que ficaram famosas e atualmente ainda correm de boca em boca em prosa e verso em território nordestino. Um santo de sangue italiano e coração brasileiro. Ê, Nordeste! Ê, Sertão!

MINHA ESPOSA IRENE E MEU NETO GABRIEL NO PEDESTAL FREI DAMIÃO. (FOTO: B. CHAGAS).