SOBRE MIM
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
OS CARNAVAIS DOS ANOS 60 Clerisvaldo B. Chagas, 5 de fevereiro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.009 No sábad...
OS
CARNAVAIS DOS ANOS 60
Clerisvaldo
B. Chagas, 5 de fevereiro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.009
No
sábado saía o Zé Pereira. E nos três dias seguintes, o procedimento era
praticamente igual. Pela manhã, desfilavam blocos nas ruas e avenidas. Uns mais
famosos, outros não. Esses blocos compostos de somente homens, somente mulheres
e raramente mistos seguiam nas ruas até aproximadamente uma hora da tarde.
Entravam na casa de políticos e de outras pessoas influentes onde bebiam e
comiam. Sempre puxados por um pequeno grupo musical com sanfona, violão,
pandeiro e coisas assim. À tarde, lá para as quatro horas, havia frevo no
comércio com pessoas da mesma orquestra que tocariam à noite no clube. Nesse
frevo pulavam adolescentes, adultos e até crianças e tinha uma duração
aproximada de duas horas. Enquanto isso, outras pessoas faziam o corso, isto é,
passeavam em jipes e outros carros pelas ruas. Havia frevo à tarde também no
Tênis Clube Santanense.
À
noite, Carnaval era no Tênis Clube Santanense e na Sede dos Artistas.
O
bloco tradicional e o mais aguardado era o do Urso Preto, porém, outros blocos também
atraiam foliões como o dos Cangaceiros, fundado pelo saudoso Luís Fumeiro. Os
caretas andavam em bando, arrulhando, estalando relho com ponteira, dando
carreira em menino. Ainda alcançamos blocos antigos da era de vinte que se
perpetuavam como “As Negras da Costa”.
Homens pintados de preto de carvão, vestidos de baianas... Como o
conhecido Zé Urbano e Filemon e o bloco do “Bacalhau”, com o deputado Siloé
Tavares. Quanto a foliões individuais, havia o ex-prefeito, comerciante e
fazendeiro Firmino Falcão Filho, o Seu Nozinho, que, com apenas uma máscara,
perambulava sozinho, rua acima rua abaixo; e o professor Reginaldo, seu
sobrinho, que inventava uma porção de presepadas.
Tem
várias histórias humorísticas dentro dos carnavais de Santana Anos 60, como a
dor de barriga do Urso Preto e outra em que um cabra ameaçou estuprar o Urso.
Muitos homens conhecidos como sérios, caiam na folia que só um adolescente.
SÍMBOLOS CAÍDOS Clerisvaldo B. Chagas, 2 de fevereiro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.008 Faz pena ver ...
SÍMBOLOS
CAÍDOS
Clerisvaldo
B. Chagas, 2 de fevereiro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.008
Faz
pena ver pontos de referência da nossa cidade, acabando com o tempo, sem
registro nos anais do município. É que a cultura sempre correu por fora nas
sucessivas administrações há décadas e décadas. Afora isto, um ou outro
escritor, particularmente registra alguma coisa nos seus escritos e só.
Aproveitando o ensejo, a origem do lugar mais falado hoje em Santana do Ipanema
é o Maracanã. Temos o único registro sobre sua origem no livro que será lançado
em março. Um dos símbolos de bairro foi eliminado pela natureza: trata-se da
árvore cajarana, que deu origem a localidade situada no bairro Floresta, onde
hoje se encontra o hospital gigante Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo.
A
árvore da qual se originou o lugar Cajarana, está registrada no livro nosso
“Negros em Santana” e, seus restos mortais, registrados pelos bombeiros, em
foto, após ser atingida e destroçada por um raio. Também está registado no
mesmo livro, a origem do lugar chamado Alto dos Negros, nas proximidades do
citado hospital. Os pesquisadores do presente e do futuro, procurarão a fonte
principal sobre a cidade e o município no Arquivo Municipal, onde deverá
constar o grosso da história da cidade. Mas, no momento nós não conseguiríamos
responder se esse arquivo existe. No outro extremo da cidade, em relação ao
Bairro Floresta, o lugar Cajaranas, teve seus símbolos decepados por vândalos:
quatro ou cinco pés da fruta, muito altos, mostravam somente os tocos das ações
maléficas. Também fui o único santanense a registrar o fato.
E
para não me alongar muito, citando inúmeros exemplos, fiquemos no extremo leste
da cidade com o lugar tradicional Cipó. Foi removida a santa-cruz de beira de
estrada, que marcava uma tragédia no serrote do Gonçalinho. O local foi
invadido pelo casario da periferia e nenhum registro foi feito. E assim caminha
a humanidade. Muitas Cidades sem passado, sem memória e sem futuro, outras
sobrando raízes e orgulho dos feitos até os presentes dias.
Fazer
o quê?!
CAJARANA
TOMBADA, SÍMBOLO DO LUGAR CAJARANA (FOTO: CORPO DE BOMBEIROS).
ESTRADA NOVA Clerisvaldo B. Chagas, 1 de fevereiro de 2.024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica:3.007 A nova estrada B...
ESTRADA NOVA
Clerisvaldo B. Chagas, 1 de fevereiro de 2.024
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:3.007
A
nova estrada Batalha-Olivença que será inaugurada, amanhã, traz um alento
extraordinário para o município de Olivença e enriquece mais ainda a região
sertaneja. Foi uma espera longa de décadas e décadas e que o ato que será
realizado parecia impossível. A estrada
antiga de terra é um atalho importantíssimo para quem se desloca do Sertão e
Alto Sertão em direção a Maceió. Como exemplo, saindo de Santana do Ipanema
para a capital via Arapiraca, o cidadão teria que passar por Olho d’Água das
Flores, Monteirópolis e Jacaré dos Homens, para chegar em Batalha e prosseguir
viagem. Agora, com a nova estrada, se o santanense preferir ir à capital via
Arapiraca, seguirá rumo a Olivença e diretamente para Batalha, onde pegará a
duplicação.
Asfalto
por cima da velha estrada de terra foi feita pelo DER – Departamento de Estrada
e Rodagem num trecho de 17,5 quilômetros, a um custo de 43,4 milhões, segundo
site noticioso. Com o trecho asfaltado serão beneficiadas cerca de 30.000
pessoas direta ou indiretamente, em nossa opinião beneficiando com ênfase
Olivença (antiga Capim) que somente quem ia lá era quem tinha negócio, uma vez
que ficava em final de linha. Houve,
mesmo assim, muito desenvolvimento em Olivença que agora terá sua ferramenta
principal para evoluir na Economia e em todas as áreas. Como beneficiários
indiretos, todo o Sertão e Alto Sertão agradecem mais essa vitória interiorana.
Amanhã deverá haver muita festa em Olivença com derrame de champagne, cerveja e
cana.
Por
outro lado, a Natureza mandou ultimamente algumas chuvaradas para o Sertão, trazendo de volta o
verde que estava em falta. Um benefício do homem, um benefício de Deus. Apesar
de raios e trovões as chuvas foram mansas, dadivosas e belas levantando o
cheiro de terra molhada. Desde o Boom de progresso que se formou no
Sertão alagoano, desde o governo passado, ainda estamos pegando carona em
outras obras relevantes que faz a diferença almejada. Rodar pelo Sertão de
Alagoas, hoje é muito prazeroso com todas as cidades interligadas por via asfáltica.
Que vontade de fazer parte da inauguração da nova estrada por onde tanto rodei
altas madrugadas para estudar. Viva o sertão e o mundo!
(FOTO
DO DER)
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.