O CRISTO DOS ATEUS Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3. 071   Quando o, ent...

 

O CRISTO DOS ATEUS

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 071

 



Quando o, então, prefeito Genival Tenório colocou três imagens no Morro do Pelado, Cristo Crucificado, Frei Damião e padre Cícero, atualizou a denominação do Monte para “Alto da Fé”. O cimo do serrote recebeu um bar ao lado das imagens que virou lugar suspeito e houve profanações das três imagens ali colocadas. Frei Damião de verdade morrera no governo do prefeito Paulo Ferreira que o homenageou com uma pracinha no Bairro Camoxinga, no centro dispersor de três ruas. No governo do prefeito, Isnaldo Bulhões, das três imagens profanadas no Serrote do Pelado, foram retiradas duas. Padre Cícero foi parar em pedestal diante da sua igrejinha no Bairro Lajeiro Grande. Sábia decisão. A imagem de Frei Damião, foi removida para a praça construída por Paulo Ferreira em homenagem. Sábia decisão.

Assim, das três imagens profanadas, somente o Cristo Crucificado permanecia no serrote (pequena serra). Não sabemos dizer porque o prefeito Isnaldo Bulhões deixou de remover a imagem principal. Mas, no apagar das luzes do governo Marcos Davi, alguém da prefeitura consultou-me onde deixar a imagem do Cristo. Apontei o Alto do Cruzeiro, o maior ponto turístico de Santana do Ipanema e tradicionalmente o monte sagrado de visitas em multidões de épocas de Semana Santa, o mirante da cidade mais completo e natural. Lá estavam desde o primeiro dia do Século XX um cruzeiro de madeira marcando seu início e uma igrejinha construída em 1915. Cristo foi jogado como um lixo, escondido por trás da igrejinha, Onde as intempéries que já destruíra duas igrejinhas ali implantadas, destruíam impiedosamente o Cristo desprezado.

Não quero culpar o prefeito Davi, mas pelo menos ele deveria ter inspecionado o local. E se a imagem do Cristo ainda estiver no mesmo canto, apelamos para o Departamento de Cultura da atual gestão municipal, que seja restaurada a imagem e feita as devidas correções (O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema) como sugere o texto. Basta um Pôncio Pilatos e um Herodes na história.

Quanto ao Frei Damião, está precisando de mais atenção para melhorar a sua imagem em uma pracinha que quase foi acabada com tanta coisa negativa que houve por ali. Também está precisando alguns ajustes para embelezá-la tornando o trecho mais belo, mais atraente.

CRISTO DESPREZADO POR TRÁS DA IGREJA DO CRUZEIRO (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 

 

    FESTAS EM SANTANA Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.070   Nos últimos...

 

 

FESTAS EM SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.070

 



Nos últimos três dias de junho, mesmo pelas madrugadas a temperatura chegando a 17 graus, o céu afastou as nuvens chuvosas e voltou ao belíssimo azul de sempre. 29 sendo feriado – não se diz mais Dia Santo – então o mês de junho passa o bastão para julho que ainda encontra montanhas de milho em vários lugares da cidade, porém com preço estratosférico. E assim vamos iniciando o mês da avó do Cristo com muita festa na Rainha do Sertão. Logo duas em seguida que por certo estarão também comemorando esse ano de chuvas temperadas com Sol e fartura nos campos. A Festa da Juventude vai do dia primeiro ao dia nove e, dia 17, a Festa da Padroeira Senhora Santana, para alegria do povo católico sertanejo. O momento é de Sol, mas o tempo é imprevisível.

O rio Ipanema continua seco, assim como os principais da região, Traipu e Capiá, porém a vegetação de todo o bioma está mais verde do que a bandeira nacional. Uma bênção Divina mesmo nessas incertezas que o tempo geral nos traz com o aumento da temperatura do Planeta. Achamos que nem La Niña e nem El Niño, sabem mais o que fazer com os efeitos estufas que a sociedade moderna produz. Acabamos de chegar de uma observação ao rio. Só areia e mato, mas em compensação, as margens de barreiras não habitadas parecem parte da Mata Atlântica com árvores robustas muito verde e fechadas. Nenhum sinal de novas águas interestaduais e nem de chuvas ameaçadoras na região. É bom saber que o rio Ipanema vem de Pernambuco.

E no transito entre junho e julho é uma delícia tomar aquele cafezinho esperto com um pratarraz de canjica feito pela cunhada Marlene, que consideramos a melhor do mundo. Herança culinária da minha sogra que era sempre primeiro lugar na iguaria. Marlene continuou a habilidade junina. Quem já viu se entrar numa igreja e não rezar? Quem já viu São João e São Pedro sem canjica, pamonha e milho cozinhado? Credo em cruz!  Nem nos fale uma coisa dessa! Mas, para Santana do Ipanema, se fim e início de semestre é período de Festas Emendadas, vamos emendar. Estaremos lançando aos leitores, cinco livros de uma só vez na festa de Senhora Santana. Uma festa dentro de outra e que ainda estamos articulando. Quatro romances de aventura do ciclo do Cangaço e um documentário histórico sobre Bebedouro/Maniçoba, bairro de Santana. Acho que sou o único romancista do Brasil a lançar quatro romances de uma só vez.  Vamos para as Festas de julho, “cabra véi e nega veia”.

CÉU DE SANTANA EM 29 DE JUNHO. (FOTO: B. CHAGAS).

 

  SÃO PEDRO Clerisvaldo B. Chagas, 1 de julho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3. 069   A construção definitiv...

 

SÃO PEDRO

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 069

 



A construção definitiva da igrejinha de São Pedro, na mesma rua, no mesmo bairro, pareceu ter sido o sinal do desenvolvimento que viria logo a seguir, naquela região de Santana do Ipanema. Uma igrejinha que vinha pelejando desde 1915 com seus percalços, finalmente ficou pronta. Assim foram surgindo zeladores e zeladoras e progressos pela vizinhança como a escola Batista Accyoly, “Bacurau”, fábrica de calçados, fábrica de mosaicos, enorme prédio de Fomento Agrícola, pracinha, calçamento, bodegas, bares e, atualmente, mercadinhos e posto de saúde. O Bairro São Pedro estirou-se, mas continua sendo um bairro voltado para o pacifismo residencial. Há poucos anos a igrejinha passou por reforma e virou igrejinha belíssima e moderna, porém, ainda é pouco movimentada em comunhão com o próprio cotidiano do bairro.

A igrejinha de São Pedro sempre abrigou a imagem de Santo Antônio que não tinha igreja própria. Inclusive, ficou famosa pela distribuição do “pãozinho de Santo Antônio”, tradição católica que diz que quem leva o pãozinho de Santo Antônio para casa, nunca mais faltará alimentos na sua residência. Geralmente guardamos o pãozinho dentro do depósito de farinha. Na década de 80, Santo Antônio ganhou a sua igreja própria no Bairro da Floresta onde é o seu padroeiro. Fica na mesma rua que leva ao Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo. Este ano de 2024, pode até não ter tido grandes atividades nas ruas da urbe, porém, ouvimos mais fogos do que no dia de São João.

A crendice popular sertaneja diz que o santo apóstolo do Cristo é quem tem as chaves do céu e é o controlador de chuvas na Terra. Nem sei se deveria dizer aqui, pois não fui autorizado a isso, mas São Pedro é o grande santo mentor do padre Cícero do Juazeiro que sempre recorre a ele nas coisas mais difíceis – dito a mim pelo próprio padre Cícero – Na verdade, São Pedro que é o santo alvo do maior número de piadas sadias do sertanejo, tem um prestígio enorme com Nosso Senhor Jesus Cristo.  Quase sempre sua imagem é apresentada com uma chave na mão. E se não é a chave das portas do céu, é a chave que abre inúmeras outras portas até chegar à principal.

Viva São Pedro!!!

SÃO PEDRO (CRÉDITO: PINTEREST).