PARAÍSO Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.261   Pense num inverno arretad...

 

PARAÍSO

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.261

 



Pense num inverno arretado!  Chuva e Sol se alternando no Sertão com temperatura agradável. As chuvas são moderadas, educadas e benfazejas; pode até não ser inverno de juntar água nos grandes reservatórios das fazendas, porém, está sendo muito bom e sadio. Estou escrevendo essa crônica na manhã do dia 28 de junho, véspera de São Pedro e São Paulo diante de um dia ensolarado, cheio de verde e com aspecto de paraíso. Foi não foi, uma olhadela na rua, nos montes, na Natureza. Um cafezinho para relaxar, um naco de bolo de milho e nova jornada no Book, vestindo a crônica do início de julho. Que belo dia inspirador de um passeio pelos campos, pelo asfalto, pelas serras. Um dia diferente, profícuo e cheio de alegria desejado por todos nós.

As ruas amanheceram penteadas da chuvarada de ontem à noite. Mas, ainda amanheceu nublado, fez desaparecer todos os pássaros do calçamento e das fiações. E o Sol, ao furar pouco a pouco o cerco das nuvens cor de marfim, esquentou os corações e trouxe de volta os pardais, as rolinhas, o bem-te-vi, refugiados da humidade.  Mal vou fechando esses pensamentos, amigo, amiga, o tempo, por birra quer mudar de novo. Ameaça voltar a chover e me empurra para o casaco costumeiro do refúgio. Ah, meus leitores, não tem como não retornar ao cafezinho. Teclado, café, café, teclado e... Asas ao pensamento. É preciso driblar a frieza do mês de julho, frieza imortalizada com a madrugada de 28 de julho de 1938, quando trucidaram o Rei do Cangaço.

Entretanto, segue o tempo “entre tapas e beijos” e importante é não haver tragédias por enchentes, deslizamentos e outras modalidades que se vê todos os dias na televisão do mundo inteiro. Certa vez disse o pároco da paróquia de São Cristóvão de Santana do Ipanema, hoje em Maceió na paróquia da Serraria, José Augusto, sobre as futuras chuvas: “que venham, mas venham mansas”. Pois, desde que o padre foi embora, há muitos anos, as chuvas nunca chegaram bravas. Nessa crônica feita em três tempos, já noiteceu e eu estou ouvindo o tamborilar da chuva educada nas telhas. Quanto a frieza desse momento, acha-se tão educada quanto a chuvadinha.

É melhor rezar o terço da Mãe de Deus e colocar água quente na garrafa. Estou indo...

PERIFERIA/PARAÍSO VERDE (FOTO: B. CHAGAS).

Ontem, dia 3, 18 graus na noite santanense.

 

  ENTREVISTA FEITA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.260   Ainda sem recupe...

 

ENTREVISTA FEITA

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.260

 



Ainda sem recuperação total de um probleminha de saúde, como havia prometido, enfrentei o frio e a chuva e fui para a entrevista com senhora e senhoritas acadêmicas da UNEAL. Fomos para os estúdios de Podcast do jornalista Lucas Malta ao invés do Departamento de   Cultura, onde ocorreu o desenrolar da história de Santana. Muito proveitosa a palestra que fez movimentar os neurônios e que trouxe à superfície inúmeros fatos que reacenderam o passado e emocionaram entrevistado e entrevistadoras. O que faz a inspiração do entrevistado, é ao notar o interesse sincero, sem maquiagem dos entrevistadores e assim entregar o peixe como um rio generoso. Temos que passar o bastão para um sangue bom, pois, os fracos de espírito rejeitam os obstáculos da jornada.

Todo filho da terra deveria assumir um compromisso sério com o seu berço. Sim, nem todo mundo tem o pendor das letras, mas a sua terra pode ser exaltada de várias maneiras. Creio que o início de tudo é conhecer bem o município em que nasceu. Suas dificuldades, suas belezas, e todos os aspectos históricos e geográficos. Daí em diante você cria amor e vontade de fazer algo pelo seu torrão, na música, nas letras, no artesanato, na culinária, na política... Retribuindo em parte  seu nascimento na região. Existem ainda alguns aspectos de Santana do Ipanema que ainda não estão totalmente registrados, mas apenas citados superficialmente na tradição oral. Cabe aos mais jovens, descobrirem essas relevantes passagens históricas, desvendá-las e mostrá-las à sociedade.

Como dizia meu melhor professor de Geografia, Alberto Nepomuceno Agra: “O rio Amazonas é o maior do mundo, mas para nós o rio Ipanema é mais importante”. E eu repito aos jovens: “A serra do Mar é importante, mas para nós, mais importante ainda é o serrote do Cruzeiro, a serra Aguda, a serra da Camonga”. Ah, sim! Vamos estudá-las para saber o porquê. Ora, eu que sou professor e escritor, estive aprendendo com as minhas formosas entrevistadoras, quanto mais um aluno comum, o que terá que aprender!? E assim vamos tentando louvar o nosso Sertão intimorato, bravo, heroico, porém, mais doce do que o mel mais doce. Sertanejo com muito orgulho! Fé e resistência!

UM IDOSO NUM JARDIM (FOTO: EQUIPE DA UNEAL).

 

 

 

 

  ALAMEDA Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.259   Sempre achei belíssimo o ...

 

ALAMEDA

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.259

 



Sempre achei belíssimo o nome “Alameda”. Tanto é que em Maceió vi esse nome pela primeira vez, se não me engano no Bairro Jatiúca, por ali assim, quase pulo do automóvel para conhecê-la. Mas como estava em carro alheio, nada falei. E entre as vias de uma cidade, encontramos: Ruas, Avenidas, Becos, Vielas, porém, não é fácil encontrar o termo Alameda. Em Santana do Ipanema, mesmo, não tem. Rua, é uma via pública comum; Avenida, a rua principal e mais larga, às vezes, mais arborizada; Beco, uma pequena passagem de uma a outra rua; Viela, um beco sem saída. Em Santana do Ipanema têm todas elas e a viela nunca é chamada viela, mas sim, beco sem saída. Não temos o nome Alameda, que é uma via, geralmente, com alas de árvores em ambos os lados. Deve vir de Álamo, um bosque dessa árvore.

A Avenida Coronel Lucena, sempre foi a principal da minha terra e continua sendo, mesmo com a mania dos gestores em dividir uma rua, uma avenida longa em várias partes e mais títulos a esses trechos. Interessante também, em Santana eram quatro becos seguidos e contínuos, fazendo com que você saísse de um e entrasse imediatamente no próximo, era só atravessar a rua. Eram assim os quatro becos contínuos, denominados pelo povo, conforme cada habitante de esquina. E como os quatros becos eram ladeirosos, vamos denominá-los de baixo para cima: “Beco da Salgadeira”, “Beco de Seu Deoclécio”, “Beco de Seu Felisdoro”, “Beco de Maria Zuza”. Novamente de baixo para cima, ligavam pela ordem, as ruas: Prof. Enéas com a Antônio Tavares, Rua Nova (Benedito Melo) e a rua denominada popularmente de “Garagem de Sebastião Jiló”.

Mas existe uma via longa sem saída no final. Vai mais ou menos da Igreja de São Cristóvão em direção Oeste, paralela a BR-316. Parece-me que seu nome é Rua Joaquim Ferreira. E não sendo um beco, acho que ficaria denominada rua/viela.  Indo quase até o final, notei que é uma rua boa de se morar. Agradável, calçada com paralelepípedos e cheias de casas modernas. Mas bem que eu gostaria de morar numa rua/viela ou numa via com nome Alameda. Mas no momento o mais importante é se esconder desse frio de matar sapo seja em viela, alameda ou avenida. Arre!

RUA ANTÔNIO TAVARES (FOTO OBRA-DE-ARTE DE GLACILDA).