VISITANDO O LAJEIRO GRANDE Clerisvaldo B. Chagas, 1 de novembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2. 793   Apro...

 

VISITANDO O LAJEIRO GRANDE

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de novembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2. 793

 

Aproveitando o dia ensolarado da última sexta, fomos ao Bairro Lajeiro Grande em missão de pesquisa para o nosso livro que estar se vestindo. Ausente daquela região há muito tempo, encontramos a parte que circunda o lajeiro, já abarrotadas de casas modernas, humildes, mas pintadas. Aqui, ali, um primeiro andar residencial e muita limpeza nas ruas pavimentadas com paralelepípedos. O Bairro Lajeiro Grande continua charmoso, encantador. A chamada Igrejinha do padre Cícero, construída no topo do lajeado como motivo de promessa, estava fechada e a pessoa encarregada da chave estava em Juazeiro do Norte. Deixamos, então, de adentrar ali, mas fotografamos o exterior. Igreja pintada, limpa, plataforma da imagem também e com novo material que substituiu a redoma parecendo um guarda-chuva aberto sobre a imagem.

Fomos após, em procura da família do senhor Guilherme, cidadão já falecido e que todos os anos ia a Juazeiro a pé. A rua de casas construídas em cima do lajeiro e outras atribuições devem-se a ele que morava no pé do lajeiro, era muito conhecido e respeitado. Veja o incrível: Muitas e muitas pessoas nunca tinham ouvido falar do homem, nem sequer os moradores de casas construídas por ele. Finalmente encontramos um cidadão de boa memória que afirmou não existir mais família daquele que foi lenda viva, por ali. “Venderam tudo e foram para Maceió”. Frustrado pela falta da fonte de pesquisa e pelo esquecimento do trecho de quem fizera tanto por ele, só nos restava um “até logo” à estátua do padre Cícero Romão Batista.

O amigo gosta de pesquisar? A pesquisa é como uma pescaria. Tem o dia em que você volta com o cesto abarrotado de peixes. Outros dias, sequer uma piaba! Bem diz o povo: “um dia é da caça, outro é do caçador. E no dia da caça, compadre, a volta é apenas o conformismo para um novo lance, em águas mais profundas, no caso da pescaria. Costumamos fazer uma avaliação prévia de possibilidades. No caso do Lajeiro Grande três positivas e uma negativa; ganhou a negativa. O próximo lance será na fazenda Sementeira, sítio de experimentação agrícola do governo estadual, agora transformado em reserva ecológica. Está previsto um ponto a favor, podendo até evoluir para dois ou três, mas o espírito deve estar sempre preparado para o dia não favorável.

IGREJINHA DO PADRE CÍCERO, ATUALMENTE, NO TOPO DO LAJEIRO GRANDE. (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 

  ALISANDO OS VENTOS Clerisvaldo B. Chagas, 31 de outubro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.792 Você lembra daq...

 

ALISANDO OS VENTOS

Clerisvaldo B. Chagas, 31 de outubro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.792


Você lembra daquelas chatices escolares sobre ventos alísios e contra-alísios? Vamos tentar retirar a má impressão do assunto que para muitos era difícil de entender. “Ventos Planetários ou Regulares: os alísios e os contra-alísios são considerados ventos regulares e especiais. Os ventos alísios sopram dentro do mecanismo geral dos ventos, das áreas de alta pressão (regiões mais frias-temperadas) para as de baixa pressão (regiões mais quentes - equatoriais). Ao chegarem ao Equador, esses ventos se aquecem e sobem, porém, ao atingirem maiores altitudes, perdem calor e voltam às áreas de origem (zonas temperadas), constituindo assim, os contra-alísios. Esperamos que você tenha entendido claramente essa primeira parte.

Se o nosso planeta estivesse parado no espaço, esta troca se faria de forma mais rigorosa, obedecendo a direção norte-sul. Porém, devido ao movimento de rotação, verifica-se um desvio dos ventos alísios. No hemisfério norte, eles são denominados alísios de nordeste, enquanto no hemisfério sul são conhecidos como alísios de sudeste.

Ventos periódicos. Este tipo de vento sopra em determinados períodos, ora numa direção, ora noutra. Seu mecanismo decorre da diferença do aquecimento e resfriamentos das terras e dos mares. As brisas e as monções são ventos periódicos. As primeiras ocorrem próximo ao mar e são sensíveis até 500 m de altura, penetrando nos continentes até quase 40 km. Sua velocidade raramente atinge mais de 4 a 5 m por segundo. As monções são ventos encontrados na Ásia, particularmente na Índia, com grande influência nas atividades agrícolas.

Durante o verão o continente se aquece mais rapidamente que o Oceano Índico, cujas baixas temperaturas dão origem a uma zona de alta pressão e de onde o ar se desloca, levando grande umidade para as terras que ele banha (monções de verão). No inverno o processo é inverso. O continente, tornando-se mais frio (área de alta pressão), emite ventos secos para o oceano (monções de inverno ou continentais).

Ventos locais. São restritos a pequenas partes do globo terrestre devido à formação de áreas ciclonais e anticiclonais de âmbito mais reduzidos. Como exemplos desse tipo de vento, destacam-se:

·        O Mistral, no Mediterrâneo Ocidental;

·        O Bora, frio e violento, na Iugoslávia;

·        O Foehn, na Suíça;

·        O Simun, responsável pelas tempestades de areia no Saara;

·        O Pampeiro ou Minuano, na Argentina e no Rio Grande do Sul.

·        O Noroeste, no planalto Meridional”.

Novembro é o mês dos ventos, para nós.

VENTOS DE TEMPESTADE (FOTO: AUTOR NÃO IDENTIFICADO)

 

 

                                                                                                                                                     

  VAMOS QUE VAMOS Clerisvaldo B. Chagas, 28 de outubro de 2022. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.791   Mais outra surp...

 

VAMOS QUE VAMOS

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de outubro de 2022.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.791

 

Mais outra surpresa repentina do mês de outubro no Sertão de Alagoas. Dias vinte e cinco e 26 amanhecem completamente nublados “bonitos para chover” com se diz por aqui. Até uma pingadeira formou-se na noite do dia vinte e cinco. Ora, depois de seis meses mofando com chuva e frio, o tempo clareia, o sol aparece e o calor é iniciado. O mês que tradicionalmente não chove nunca, ameaça chuva por dois dias seguidos. Achamos que a Natureza começa a dar nó em cabeça de meteorologista e entrar em cumplicidade com os campos sofridos do Sertão. Essa mudança “azoada” do tempo, faz iniciar a safra do grilo que chega à cidade surfando no vento. E assim começa também a surgir o tal mosquito que estava inibido com a frieza.

Se é mosquito da dengue ou de qualquer mazela já conhecida, fica difícil saber e os bichos começam a atormentar a população, com aspecto diferente, pequenos, esverdeados e famintos. Por outro lado, também nos aproximamos do tempo da manga e do caju, cujas espécies precoces já exibem floradas e no caso dos cajus, os tais “maturis”, assim chamados os primeiros e pequeninos frutos do cajueiro. Ontem mesmo, ao mostrar o céu a uma agricultora que estava na cidade, ela soltou um “Valha-me, Deus! Não aguento mais tanta água e tanto frio!” E novamente aproveitamos o chove-não-molha para resolvermos negócios nas imediações do Colégio Estadual, boca de Rua das Pedrinhas e Complexo da Saúde. O povo parecia agitado igual à formiga quando vê chuva.

“Outubro é o décimo mês no calendário gregoriano, tendo a duração de 31 dias. Deve seu nome a palavra latina octo (oito) dado que era o oitavo mês do calendário romano, que começava em março. Na religião católica, o mês de outubro é dedicado à Virgem do Rosário e anjos da guarda. A Igreja reconheceu sempre uma eficácia particular ao rosário, confiando-lhe, mediante a sua recitação comunitária e a sua prática constante, as causas mais difíceis. Outubro é mês de outono no hemisfério norte e primavera no hemisfério sul. Outubro começa sempre no mesmo dia da semana que o mês de janeiro, exceto quando o ano é bissexto”.

Outubro nunca foi um mês ruim, mas que está muito estranho, não se tem como negar.

NUVENS NO CÉU, NOITES MAIS ESCURAS (FOTO: B. CHAGAS).