quinta-feira, 31 de agosto de 2023

 

 

QUANDO VIER A PRIMAVERA

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de setembro de 2023

Escrito Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.955

 



Não lembro o que estava fazendo naquela manhã ensolarada, mas o bancário Ulisses Braga, do Banco do Brasil, convidou um resumido grupo de adolescentes, para ir até a AABB – Associação Atlética Banco do Brasil. O clube, relativamente novo, era inalcançável para o restante dos mortais que não fossem bancários, principalmente pela arrogância de uma madame que se achava acima do mundo cotidiano. Ulisses, bancário sem frescura, altamente inteligente e conversador, não mostrava, mas descrevia as maravilhas do computador, uma novidade ainda e, para poucos. A rotina ainda era a máquina de datilografia. Ficávamos encantados com aquela narrativa de Ulisses sobre o PC. Depois ele começou a passar belas canções musicadas e de bom gosto. Entre elas estava uma que nunca esqueci: “Quando Setembro Chegar”.

O bancário casou depois com uma filha do comerciante Abilio Pereira. A madame chata (Deus lhe perdoe os pecados) está hoje passando maus momentos, segundo o povo. Ulisses foi embora de Santana e que também viera de fora e, nunca mais tive notícias sobre ele. Mas, a música “Quando Setembro Chegar”, iluminou muito a minha vida. Foi como se dissesse: o amanhã será muito melhor do que hoje. Sol, Flores e perfume após inverno cinza e rigoroso.       

Chegou o mês de setembro, em breve virá a primavera, trazendo esperanças e bondades para o interior de todos nós. É o globo inteiro aguardado “quando a primavera chegar”. Vamos ouvir as duas páginas musicais?

Atualmente nem posso falar em ausência de computador. Meu companheiro de todas as horas, facilitador dos nossos sentimentos. Quanto vale uma cena despretensiosa, simples, humana, para o futuro de nossas vidas! São marcos gravados a fogo que iluminam as nossas almas nos momentos mais difíceis. Lembranças que nos emocionam e nos trazem lágrimas de felicidades há muitos recolhidas. E quanto mais distante da terra que nos viu nascer, mais profundos realçam os sulcos felizes do passado, onde não nos interessa o porão das humilhações que são partes robustas do nosso aperfeiçoamento nesta encarnação.

Deixe a lágrima fluir....

Quando a primavera chegar...

SERTÃO PRIMAVERA (AUTOR NÃO IDENTIFICADO).

 


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