LUÍS DOIDO
(Clerisvaldo B. Chagas, seis de agosto de 2010)
Quando falamos em malucos nem sempre dizemos sozinhos. O nosso romance “Ribeira do Panema” bem que procura descrever os doidos da cidade. Encontramos referências também em outros livros de autores santanenses e de Palmeira dos Índios, como Oscar Silvar e Valdemar Cavalcanti, sobre essas pessoas sem juízo. Sem sabermos sobre sua origem, surgiu na “Rainha do Sertão” um doido chamado simplesmente Luís. Jovem, em torno de vinte e dois anos, Luís era alegre a todo o momento e babava sempre. Não sabemos se a baba era proveniente de algum medicamento ou consequência mesmo do seu mal. Parece que sua mãe sempre aparecia e o mantinha limpo. Por onde passava, Luís era querido e cumprimentado. Para aumentar a felicidade do rapaz, causou tremendo sucesso um forró lançado no Nordeste. “O Relabucho”, de melodia muito boa e cantada em ritmo alucinante por Zeca Balero, alegrou muita gente nessa terra. Luís doido logo se identificou com a composição de Elino Julião e Lucas Evangelista/Athaíde Pereira. Se o rapaz já era contente sem música, dobrava o ânimo quando o rádio bradava:
“Aproveita o relabucho Maricota venha cá
Eu relo, você rela, tu rela eu torno a relar...”
(...) “anda Maricota que o tempo está passando
Todo mundo tá relando, você fica sem relar...”
Estávamos aproximadamente na época da Guerra do Vietnã, 1959-1975. O forró de alta qualidade chegava e agradava a todas as camadas sociais. Luís se apaixonou pela música e passou a ser solicitado pelo comércio inteiro. Cantava e dançava rindo e babando o que era uma atração constante. “Cante aí o relabucho, Luís!” E era somente o que o doido queria:
(...) “maracujá só é bom quando tá murcho
Eu entro no relabucho só deixo quando relar...”
Palmas para Luís e Vibração na plateia.
Difícil é governar os Estados Unidos. O país ficou viciado em mandar invadir e derramar sangue. Há anos um repórter de TV fez uma entrevista com vários pistoleiros presos no Brasil. Um deles, em presídio de Pernambuco citou o vício de matar como principal causa de setenta e tantas mortes: “não tendo quem me contrate, mato só para vê a queda”. Repetindo mais uma vez, a ONU não manda em nada. Não manda porque virou títere em mãos americanas. Barack, mal anuncia a retirada do Iraque ─ onde foi fabricada ‘só para ver a queda’ uma enorme montanha de cadáveres ─ gente do governo já anuncia a invasão ao Irã. Manobras militares ameaçam também a Coreia do Norte e só falta tirar o breve do meio. Não basta o Iraque, o Afeganistão engolidor de defuntos de jovens ianques, porque o vampiro Tio Sam, não bebe em taça pequena. “Negro jurado negro apanhado”, diziam no Império brasileiro. E se Obama pensava ser um pacifista, foi perdendo a cor dos cabelos sob pressão interna. Até a ex-candidata a vice-presidenta, vulgar senhora parecida com atriz pornô, chega a dizer que o Barack não tem “Culones”. Encheu a boca do seu uso. Não sabemos se ela mandou alguém ou foi verificar in loco. Vai, Obama, cumprir a sina homicida do seu país! Vá construindo novos Vietnãs, mas não venha para cá. Ao invés de bombas e canhões, preferimos as estrofes de Zeca Balero:
“Aproveite o relabucho, Maricota venha cá...”
O Brasil já tem lunáticos de sobra, cópias, carbonos, clones... de LUÍS DOIDO.
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