CHEGA DE LIXO
(Clerisvaldo B. Chagas. Três de agosto de 2010)
Os costumes sociais vão mudando através dos tempos. Muitos deles melhoram, facilitam e seguem em frente. Outros são práticos, cômodos, mas depois criam problemas sérios para a própria organização humana. Lá vai o homem refazer tudo. No caso da Moda, muitos falam que ninguém inventa nada. O que você faz hoje como lançamento, alguém já o fez há quarenta anos ou há um século aqui ou em outro lugar. Vamos observando a campanha ecológica que todos parecem se engajar. E entre essas preocupações na busca por melhor qualidade de vida, encontramos progressos significativos no planeta inteiro. Até aqueles países que resistiam à ideia de Ecologia, começam a perceber que isso não é moda, não se comporta como moda, não quer ditar moda. A luta por um ambiente saudável vai virando consciência planetária e uma espécie de febre sadia para essa e futuras gerações. Cada país, empresa, escola, pessoa, quer fazer a sua parte na salvação de competência.
Quando os supermercados tomaram a iniciativa da troca de sacolas plásticas pelas bolsas de tecido, foi uma atitude louvável para os tempos em que estamos vivendo. Quantos animais não já morreram pelo mundo após engolirem as bolsas plásticas? Os bueiros das cidades entupidos com esses objetos provocando inundações, os amontoados do material nas ruas de quase todos os municípios, dão um aspecto de repulsa e subdesenvolvimento.
O exposto acima vai trazendo à tona o tempo de um comportamento mais simples. Quando comprávamos nos armazéns, mercearias, bodegas, lojas, padarias, os objetos eram entregues em embrulhos de papel e cordão comum. O barbante (mais resistente) amarrava pacotes mais pesados. Eu mesmo dominei a arte de fazer pacotes bem feitos despachando em loja de tecidos de meu pai. Depois o cordão comum foi sendo aos poucos substituído pela fita gomada tipo “durex”. Então, para facilitar as coisas chegou a tal bolsa plástica, hoje tão polêmica. As padarias, em cidades do interior, quando não despachavam o cliente no balcão usando o papel, faziam de outro modo. Para os fregueses habituais, os pães eram entregues em sacolas de tecidos que ficavam penduradas em um prego à porta ou à janela do comprador, cedinho ou à tardinha. Cada sacola tinha a cor escolhida pela dona de casa e um motivo bordado relativo à padaria. Quantos aos pães, os básicos eram os mesmos de agora: “francês”, também chamado “pão de milho” e “aguado”; “crioulo” e “doce”. Depois foi aparecendo outros para quem tinha melhor poder aquisitivo. E, antes que você pergunte ninguém roubava as sacolas penduradas. As bolachas “cream cracker” chegavam das fábricas de fora em latas com belíssimas ilustrações e eram vendidas em retalhos. Quebra de rotina do pão. Um luxo!
Aguardamos dos mercados santanenses, a iniciativa da volta desejada e ecologicamente correta da sacola de tecidos. CHEGA DE LIXO.
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