HURRAS E TURRAS
(Clerisvaldo B. Chagas, 24 de setembro de 2010)
Mais uma vez o senhor Mahmud Ahmadinejad, rouba a cena em reunião da ONU. O homem baixinho, barba rala, quando abre a boca pouca gente aguenta as besteiras pronunciadas, esteja onde estiver. Há pouco, o presidente causou uma revolta mundial após dizer que o holocausto fora apenas uma invenção. Não quer acordo nenhum a respeito do enriquecimento de urânio, como se o Irã não pertencesse a esse planeta. Disse ainda que vai varrer Israel da face da terra e, agora, fala na ONU que o onze de setembro foi trama do governo americano. Aonde quer chegar o senhor Mahmud? O homem é convidado para um acordo e chega com palavras ofensivas e abomináveis parecendo coronéis do sertão disputando terras. Em quem confia esse tolo do poder iraniano? Será para desviar atenção do seu povo sofrido para as bravatas que só o conduzem para um emaranhado crescente? Fizeram muito bem, as delegações dos Estados Unidos e da União Europeia, ao se retirarem da reunião depois dos vilipêndios do senhor Ahmadinejad. Lá fora do prédio, protestavam os ativistas de organizações de direitos humanos. A Assembleia Geral da ONU, apesar de tão desgastada, ainda é uma coisa muita séria devido às representações de peso que a sustentam. O Irã cada vez vai-se enrolando mais na teia estendida pelo próprio presidente. Já sabemos de sobra, aonde vai desaguar a intransigência de Mahmud.
Pelo Brasil fala o inteligente Celso Amorim com a posição já definida do Brasil. Quer que o mundo não corra o risco de uma guerra com o Irã e, insiste no diálogo. Como haver diálogo, camarada, com palavras ásperas e intoleráveis? E o chanceler vai tentando costurar aqui, acolá, querendo por remendos novos em roupas velhas. Pula do eixo e vai pedir reforma do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil pretende uma vaga permanente, é verdade, mas não é defendendo Ahmadinejad que vai conseguir. Prossegue o chanceler brasileiro repudiando o bloqueio comercial a Cuba, pedindo a volta de Zelaya ao poder, solicitando ajuda para a África e o Haiti. Se o chanceler procura simpatia por qualquer tipo de causa, não pode escorregar na própria competência de dizer as coisas no momento errado. Menino não pede dinheiro ao pai ao notá-lo irritadiço. Quando o velho está feliz, sorridente, satisfeito, é que o garoto chega perto e assegura o trocado. Crianças também ensinam.
Prosseguem os desentendimentos no mundo porque esse planeta é misturado mesmo. Os civilizados estão no meio dos bárbaros. A pedra lascada também está no século XXI. Ignorância, ódio, tirania, fazem parte dos sentimentos baixos, mas caminham juntos ladeando a sabedoria, o amor e a liberdade. Tudo faz parte da evolução humana e seus sucessivos aprendizados. Quem existe na Terra vai convivendo entre o divino e o infernal, no equilíbrio difícil, desafiador, cansativo que contrapesa os homens. E enquanto os humanos se beijam e se escoiceiam, as nações fazem a mesma coisa entre HURRAS E TURRAS.
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