quarta-feira, 18 de maio de 2011

ONDA COROADA

ONDA COROADA
(Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2011).

          Entre tantas notícias pessimistas, é fonte diferente de satisfação quando se publicam boas novas. E quando as boas novas sobre o nosso país são veiculadas por órgãos estrangeiros, é de se sentir contentamento. Isso porque há tempo, ficávamos bisonhos com as fugas constantes dos nossos trabalhadores comuns para o exterior. Era a busca de oportunidades lá fora na tentativa por melhores dias, tendo como base o convívio familiar. Isso também acarretava o trauma da separação, o enfrentamento de novos hábitos, costumes, línguas, climas e o geral complexo de sociedades diferentes. Quando esses trabalhadores davam-se bem, apesar da imensa saudade da terra e dos que ficavam, podiam ajudar com algum dinheiro à parte que ficava no Brasil. Bons exemplos dessa realidade aconteciam em alguns municípios de Minas Gerais, estado notável por receber dinheiro das inúmeras famílias que estavam fora. Ali investiam e progrediam fazendo crescer junto o município, como em Teófilo Otoni. Para os que não conseguiam progredir, a amargura da frustração tornava-se um pesadelo.
          Felizmente a realidade brasileira agora é outra. Hoje o Brasil supera importantes países da economia e da ciência tradicionais como a Rússia e a Holanda, chegando ao 13º lugar do mundo em produção científica. Atrai cada vez mais estrangeiro para trabalhar e investir no Brasil, diz reportagem da revista britânica “The Economist”, em janeiro. Segundo a revista, os aumentos de investimentos na ciência nacional nos últimos anos, fazem do Brasil um dos principais polos de atração científica internacional. Diz à publicação que as universidades brasileiras buscam atrair cientistas mais velhos de outros países para que possam administrar alguns de seus laboratórios e se estabelecerem em definitivo no país.
          Não cabe apenas numa crônica a análise sobre a excelente reportagem publicada sobre esse enfoque. (VIVES, Fernando. Dinheiro, enfim, na academia. Carta na Escola. (54): 52-55, mar. 2011.). O autor faz referência a algumas instituições brasileiras classificando a EMBRAPA como a mais respeitada no mundo em relação às suas pesquisas. Embora muita coisa ainda tenha que ser feita esse retorno de trabalhadores e cientistas ao nosso país, é de fato uma coisa extraordinária para quem passou a vida inteira ouvindo que o Brasil era o país do futuro. A nossa mão de obra especializada já começou a faltar porque o Brasil partiu na frente de diversas profissões. Mas o melhor de tudo é que esse crescimento fantástico é completamente irreversível. Se não foi totalmente para nós, será pleno para os que nos sucederão, pois também ouvimos dizer que Deus é Brasileiro, muito embora Satanás também queira assumir. Se houver uma quase cruzada, pelo governo federal e pelo povo, sistematicamente, noite dia, contra a corrupção em todas as esferas, poderíamos, sem dúvidas chegarmos ao topo do desenvolvimento. E se o mundo inteiro reconhece a atual posição do Brasil, vamos com eles nessa ONDA COROADA.


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