PENA DA
VIDA
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de junho de
2013.
Crônica Nº 1029
Foto: (cariricangaço). |
“Quem tiver pena da vida
Não bote cavalo em gado”
No
sertão de pé de serra
Só
brinca quem tem tutano
Que
o vaqueiro é soberano
Com
o boi faz uma guerra
Poeira
coragem e terra
No
velame e alastrado
Um
corcel azucrinado
Uma
perneira rompida
“Quem tiver pena da
vida
Não bote cavalo em
gado”.
Nas
veredas das caatingas
Vestir
gibão é pra macho
Quebrada
grotão riacho
Só
passa quem tem mandigas
Se
não tomar umas pingas
Pra
ficar amalucado
Nem
pense que o resultado
Vem
no gibão e na brida
“Quem tiver pena da
vida
Não bote cavalo em
gado”.
Mandacarus
e facheiros
Unha-de-gato
e favela
Pensamento
na donzela
Carrapicho
e atoleiros
Os
rastros dos bois ligeiros
Deixam
o homem enfarruscado
Bem
pertinho do valado
A
morte espreita a corrida
“Quem tiver pena da
vida
Não bote cavalo em
gado”.
Só
penetra na madeira
Quem
tem sangue nordestino
O
herói é como um hino
O
boi força e bagaceira
Debaixo
da aroeira
Passa
o barbatão danado
A
onça solta um miado
Foge
à luta suicida
“Quem tiver pena da
vida
Não bote cavalo em
gado”.
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