MARTELO DA CULTURA
Clerisvaldo
B. Chagas, 20 de março de 2018
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Meu
roçado não é tão diferente
Do
barreiro do pote do caneco
Da
foice do machado do xadeco
Da
maniva do tronco da semente
Do chocalho
malvado da serpente
Do boi
do vaqueiro do gibão
É o
livro a caneta o livião
A
comadre que reza e faz a cura
Como
posso falar da Agricultura
Se a
Cultura é a roça do meu pão
No
roçado tem casa de farinha
Casebre
chamado pau a pique
O
engenho colado ao alambique
O
feitiço do Sol de tardezinha
Os
quitutes cheirando na cozinha
Um
cavalo ruim feio e chotão
O
cachorro se coça no pilão
A
morena ao vaqueiro ainda jura
Como
posso falar da Agricultura
Se a
Cultura é a roça do meu pão
O
alarme do galo no paiol
Um
caboclo valente e atrevido
Dão
romance rural abastecido
Como a
luz matutina é um farol
Poetisa
mastiga o arrebol
É
teatro novela de paixão
Escritores
só bebem no Sertão
Da
fonte literária bela e pura
Como posso falar da Agricultura
Se
Cultura é a roça do meu pão
Uma
dona fazendo uma intriga
O
pescoço comprido do socó
A
cadela no rastro do mocó
Uma
arenga uma foice e uma briga
O
teiú por dentro da urtiga
A
memória de Cosme e Damião
As
voltas da onça no grotão
O
menino pegando tanajura
Como
posso falar da Agricultura
Se
a Cultura é a roça do meu pão
A
cultura se faz com marmeleiro
Alecrim quixabeira grão de bico
Imburana
folhagem de angico
Espinheira
miolo de facheiro
Sacatinga
bom nome cajueiro
Mulungu
mororó salsa e pinhão
Goiabeira
andu federação
Óleo
de mamona e rapadura
Como
posso falar da Agricultura
Se
a Cultura é roça do meu pão
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