O RABO DA MÃE DELE Clerisvaldo B. Chagas, 25 de novembro de 2011   Segundo um agrônomo amigo, da “Princesa do Sertão”, havia um doido em P...

O RABO DA MÃE DELE

O RABO DA MÃE DELE
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de novembro de 2011

 Segundo um agrônomo amigo, da “Princesa do Sertão”, havia um doido em Palmeira dos Índios, cidade alagoana, que sempre repetia: “Respeito é bom e eu gosto!”. Os nossos pais nos ensinavam a respeitar a todos, com ênfase: crianças, os mais velhos e as autoridades. Quando a ira ou o insulto partem de uma pessoa despreparada, ficamos apenas no lamento da sua ignorância. Todavia, quando palavras e gestos de baixo calão saem da boca de pessoas cultas ou escoladas, autoridades ou gente de destaque, aí sim, ficamos de queixo caído, abismados mesmo com a falta de preparo do indivíduo para o cargo. Felizmente não temos falta de educação todo dia, por exemplo, dos políticos que geralmente são manhosos, mas educados.
          É surpreendente o artigo de Nádia Guerlenda (Brasília) sobre o diretor do Teatro Oficina José Celso Martinez Correa (dá nojo até colocar o nome dessa peça em nosso trabalho) que ao reclamar da presidenta Dilma, na última quarta-feira, passou a criticá-la chamando-a de “tecnocrata”. Até aí tudo bem, é o direito da crítica. Mas logo o nojento disse que, segundo Nádia, “Temos que mudar radicalmente, temos que botar fogo no rabo dos congressistas, da Dilma. Quero acender um rojão nessa mulher”. O imundo estava na Câmara que pedia mais verba para o setor cultura. Fora convidado a integrar a mesa composta principalmente de políticos da base governista. Os gestores culturais e artistas haviam sido convocados pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-Rj) presidenta da Frente Parlamentar da Cultura, para pressionar os congressistas por emendas.
          O caso acima leva a pensar que um cabra desses é diretor de alguma coisa. Lembramos que em uma grande cidade de Alagoas, no Sertão, um candidato a prefeito tinha como “slogan”, o número do seu partido acrescentado “no rabo deles”. Ganhou por falta de opção é verdade, porém nunca mais conseguiu se reeleger junto à cambada que tirou o juízo do povo. Assim, o miserável Celso, não satisfeito, ao término da reunião, ainda mandou levar o isqueiro para entregar a Presidenta. A nossa indignação não é por ser Dilma, é pela autoridade que ela representa como poderia ser o Temer ou outro qualquer.
          Se fosse dizer isso com certos deputados que conhecemos, no mínimo teria levado uma pisa em bunda limpa. Até já perdemos tempo demais com esse p. que se fosse aqui no Sertão, um desbocado sem letras despacharia  o troco de mandar colocar o rojão “Na velha p. No RABO DA MÃE DELE!”.

MEDO NO INTERIOR Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2011   É incrível saber como anda grande parte da nossa juventude, completamen...

MEDO NO INTERIOR

MEDO NO INTERIOR
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2011

 É incrível saber como anda grande parte da nossa juventude, completamente perdida no mundo negro do crime. Em um balanço dos assaltos ou nas prisões efetuadas, por roubos em geral, o grosso da idade é de jovens e, em adultos, é de trinta, trinta e cinco anos. Quanto mais oportunidade o governo oferece para o trabalho e estudos, mas parece expandir a bandidagem em nosso país. Antigamente poucos tinham o privilégio de estudar. Hoje existem em grande quantidade escolas gratuitas, transportes, livros didáticos, merenda de qualidade, organizações estudantis e tantos conselhos ainda para incentivar que só vendo! Entretanto é bem conhecida a frase que “ninguém quer nada com a vida”. Não foi somente na Rocinha ─ favela carioca ─ encontrado um bando de rapazes no áspero mundo do crime. É em todo lugar a praga dos que não querem mais trabalhar em nada. Se a coisa já estava sem controle desde cedo, após a entrada maciça do craque no Brasil satanás de fato quebrou suas correntes.
          Persiste o medo e a falta de segurança no interior, notadamente, no Sertão alagoano, onde se mata bandido todo santo dia, mas não se sabe de qual buraco surgem tantos outros meliantes. A falta de estrutura para o combate a essa marginalidade vai perdendo de goleada e fica a eterna briga entre o cidadão de bem, desprotegido, e as valentias, por falta de boas cacetadas, dos que tiram a paz das famílias. Os que acham bonitas as ações de marginais que ficaram famosos, partem cedo para o mundo do crime metendo a mão no alheio seja em que objeto for. Roubam-se no Sertão aparelhos de som, bodes, carneiros, vacas, mercadinhos, celulares, farmácias, residências, fora o “toma tudo” nas rodovias e estradas vicinais. Os ramos da malandragem estão à frente das inúmeras especialidades médicas e advocatícias. Em Santana do Ipanema, “Capital do Sertão” alagoano, a população festeja quando grupo de extermínio sai matando pela cidade. Ninguém dá mais jeito em nada. Nem religião, nem escolas, nem polícia e nem governo. A lei rigorosa para quem anda armado, somente atinge o homem de bem. O bandido anda sempre armado numa regalia extraordinária diante da fragilidade do estado.
          As cidades do interior estão vivendo esse momento aflitivo que muda completamente hábitos tradicionais. Os exterminadores, ao invés de aguardarem as vítimas em lugares isolados, fazem escancaradamente em qualquer hora ou lugar. O que já é errado fica mais errado ainda.  Mas é conveniente dizer que ninguém é a favor da morte. Entretanto, no momento, parece não existir outra lei a não ser essa que se vê nas ruas. Ou se mata o bandido ou o bandido mata o pai de família. Daí, poucos aplausos em público, muitas palmas veladas aos que fazem limpeza na clandestinidade. Aliás, existe e cresce o MEDO NO INTERIOR.

BRASIL: VOTO SURPRESA Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2011           De vez em quando a diplomacia brasileira vai fazendo surpre...

BRASIL: VOTO SURPRESA


BRASIL: VOTO SURPRESA
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2011

          De vez em quando a diplomacia brasileira vai fazendo surpresa, saindo e entrando na lógica do próprio país e dos seus observadores atentos. Nem sabemos a razão desses chega, mas não chega, pois a vontade de irritar país “X” ou “Y” com certeza não é. Às vezes, nós mesmos, os brasileiros, ficamos sem saber qual a posição oficial do Brasil em relação a temas mundiais polêmicos, assim como um bandeirinha de futebol indica um pênalti com atraso. Compara-se também a esses narradores de vôlei que ficam querendo tapear o telespectador, sem gritar o ponto, enrolando, até que a pontuação surge no placar. Àquilo repetido é tão irritante que podemos dizer igualmente ao Juarez (Bêinha), colega estudantil, “bem que merece u’a mãozada”.
          Nesta terça (22), o Brasil votou na ONU, contra a Síria no caso de violação de direitos humanos. Foram 122 votos a favor, 13 contra e 41 abstenções. Quando, então, se esperava a abstenção do Brasil, este vota com a maioria, agradando, inclusive, a americanos e União Europeia. É bom lembrar que da última vez o Brasil “ficou em cima do muro” como se diz por aqui. A situação da Síria vai ficando cada vez pior; como outros dirigentes no deleite do céu na terra, o ditador sírio parece não enxergar o que estar acontecendo em torno da própria sombra. Continua apegado ao poder como cachorro brigando com semelhantes e pessoas, mas não quer largar o osso suculento. Como mandar em todos, ser o senhor de todos, envelhecer bajulados por todos numa mordomia prestigiosa e infinita e de repente sair correndo como rato, assim como ratos viraram seus parceiros?  Mesmo nesse aperto terrível após as mortes de três mil e quinhentas pessoas na repressão e mais mil nas forças de segurança, Bashar Assad, o rapaz do pescoço comprido, continua com apoio da Rússia e da China, países que gostam dessas coisas não é somente de hoje.
           O regime sírio já foi isolado da própria Liga Árabe, mas sempre conta também com eles, aqueles de sempre: Venezuela, Cuba, Irã, Vietnã e mais os outros dois anteriormente citados. Ditador é bicho peste! Mesmo com esse apoio ideológico e interesseiro que se apresentam dificilmente um bichinho desses continua no poder. Não tem como. Os exemplos dos seus vizinhos e a fúria crescente das multidões, com certeza descolarão os fundilhos de Assad da cadeira de marfim. Se o antiaderente não entrar pela cabeça, sobe pela boca da calça, tal ratazana de esgoto ou catita de residência. Mas, enquanto não assarem Assad, Assad assará o povo. Daí ter sido bom o VOTO SURPRESA.