MEDO NO INTERIOR
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2011
Persiste o medo e a falta de segurança no interior, notadamente, no Sertão alagoano, onde se mata bandido todo santo dia, mas não se sabe de qual buraco surgem tantos outros meliantes. A falta de estrutura para o combate a essa marginalidade vai perdendo de goleada e fica a eterna briga entre o cidadão de bem, desprotegido, e as valentias, por falta de boas cacetadas, dos que tiram a paz das famílias. Os que acham bonitas as ações de marginais que ficaram famosos, partem cedo para o mundo do crime metendo a mão no alheio seja em que objeto for. Roubam-se no Sertão aparelhos de som, bodes, carneiros, vacas, mercadinhos, celulares, farmácias, residências, fora o “toma tudo” nas rodovias e estradas vicinais. Os ramos da malandragem estão à frente das inúmeras especialidades médicas e advocatícias. Em Santana do Ipanema, “Capital do Sertão” alagoano, a população festeja quando grupo de extermínio sai matando pela cidade. Ninguém dá mais jeito em nada. Nem religião, nem escolas, nem polícia e nem governo. A lei rigorosa para quem anda armado, somente atinge o homem de bem. O bandido anda sempre armado numa regalia extraordinária diante da fragilidade do estado.
As cidades do interior estão vivendo esse momento aflitivo que muda completamente hábitos tradicionais. Os exterminadores, ao invés de aguardarem as vítimas em lugares isolados, fazem escancaradamente em qualquer hora ou lugar. O que já é errado fica mais errado ainda. Mas é conveniente dizer que ninguém é a favor da morte. Entretanto, no momento, parece não existir outra lei a não ser essa que se vê nas ruas. Ou se mata o bandido ou o bandido mata o pai de família. Daí, poucos aplausos em público, muitas palmas veladas aos que fazem limpeza na clandestinidade. Aliás, existe e cresce o MEDO NO INTERIOR.
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