REZE POR ELES
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de novembro de 2011
No caso dos romeiros a areia fazia parte do ritual do merecimento. O indivíduo creditava o sacrifício em seu favor na hora de fazer os seus pedidos ao padre Cícero Romão e, mesmo após a sua morte, em 1934, à igreja do Socorro, ao horto, a sua imagem descomunal ou às moitas dos caminhos, aonde paravam para as orações. E se o sertão, antes, era um deserto de gente, hoje é um deserto de bichos e de pé de pau. A farinha seca com rapadura, banana e queijo dos bornais, foi ficando apenas na lembrança dos mais velhos que gostavam de contar as suas aventuras. Foram surgindo explorações às margens das rodovias asfaltadas, desviando antigas rotas com os romeiros à moda renovada.
A areia da praia também continua a mesma, porém, os mares carregados de lixo, óleo dos navios e esgotos urbanos, não permitem mais o orgulho do velho sonho da casa de praia. Ou você parte para lugares ermos ou fica somente esquentando a pele, com medo danado de pegar uma hepatite, se pular na água, um câncer de pele se permanecer na areia. Você não tem mais o Sertão pleno, nem as praias da felicidade. Tiraram tudo, tudo.
Bendito os que colocam areia em sua vida. São os indicados para as provações que lhe deixarão no alto. REZE POR ELES.
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