MINHA TERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de novembro de 2011
Depois de o Brasil ser todo dividido, vez por outra ressurgem as emboscadas das divisões ou das adesões. Assim houve a celeuma de se unir Sergipe e Alagoas, separados pelo rio São Francisco, em um só estado. Imagine o leitor as conversas e discussões que saíram sobre esse melindroso assunto. Depois de assanharem o formigueiro, calaram completamente sobre o tema. Veio à divisão do Mato Grosso em dois. Vigorou o corte que fez brotar o Tocantins e, há pouco tempo falaram em dividir os estados da Bahia e de Minas Gerais que são enormes. A vez agora é passar a faca cega no Pará, arrumando-o em três fatias, certo ou errado? Em havendo êxito, com certeza viriam outros argumentos para fazerem o mesmo com o estado do Amazonas. Talvez queiram chegar a uma divisão perfeita territorialmente, como se as unidades da federação fossem cubos de gelo de uma caçamba doméstica. O danado é que as cabeças pensantes pouco aparecem, dando a impressão aos brasileiros que tudo não passa de boatos. Você sabe a história do “João sem braço”, se colar colou.
Geralmente a divisão ou união proposta, não levam em conta a naturalidade individual, tradição, usos, costumes, sentimentalismo pelo estado em que se mora e aversão ao estado vizinho. O fuxico, o boato, a fumaça, espalha-se de repente, mas trás a sabedoria popular de que “onde há fumaça há fogo”. Consolidado o fato, vem o trauma que até os cartórios agem como gente, cheios de sentimentos e opiniões. Ainda não temos conhecimento de que exista uma pesquisa falando da parte psicológica e social do cidadão comum, após o choque da separação. Uma espécie de laudo depois da cacetada na cabeça do paciente.
Como vai ser no Pará? E o açaí? E a castanha? Com quem ficará a Virgem de Nazaré? Enquanto querem dividir o grande estado brasileiro, parece que nada muda na atenção do povo ao combate da corrupção em Brasília. Está difícil agora mudar o foco sobre fortunas fáceis. E quem vê a divisão do estado alheio, põe o seu de molho. Está certo que foi em Belém que Jesus nasceu, mas para a capital do Pará, os interessados estão mandando “Jisus”, um carregador de saco da MINHA TERRA.
Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2011/11/minha-terra.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário