VAI CHEGANDO JUÍ ZO Clerisvaldo B. Chagas, 28 de maio de 2013. Crônica Nº1022 Foto: (AP). Várias vezes comentamos aqui ...

VAI CHEGANDO JUÍZO





VAI CHEGANDO JUÍZO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de maio de 2013.
Crônica Nº1022
Foto: (AP).

Várias vezes comentamos aqui sobre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Essa formação guerrilheira de inspiração comunista para a reforma agrária teve início em 1964, arrastando-se como lagarto até os presentes dias. Depois desse período, o movimento ainda carrega a dor para o povo colombiano, refletida em mortes e sequestros. Com o início das negociações há seis meses, abria-se a perspectiva de uma solução que pudesse pacificar esse espetacular território, afastando de vez à sombra do fuzil. Pelo visto, entremeado pela desconfiança entre rivais, já ouve significativo avanço em acordo que poderá ainda melhor ser embasado. Governo e Farc tocam na ferida crucial da reforma agrária, parecendo haver sensibilidade em ambos os lados. Querendo mostrar força nas mesas de negociações, entretanto, continuam os atos radicais nas selvas da Colômbia, onde as folhas nativas são cortadas à bala e o sangue ainda jorra pelos córregos das fronteiras. Ninguém espere que tudo seja resolvido de uma vez nas mesas de negociações. Concluído o acordo, muitas arestas ainda deverão ser aparadas ao longo do tempo, pois ferida grande leva décadas para cicatrização, mesmo assim ainda deixam suas marcas.  
     “Também houve consenso sobre programas de desenvolvimento com enfoque territorial, infraestrutura e melhoria das terras, desenvolvimento social, saúde, educação, habitação, erradicação da pobreza, estímulo à produção agrícola e à economia de solidariedade e cooperação, assistência técnica, subsídios, empréstimos, geração de renda, marketing, formalização do trabalho, alimentos e políticas de nutrição”.
Nos meios das negociações além das questões agrícolas, a participação na vida política, à luta contra o tráfico de drogas, as compensações às vítimas, estão em pauta. Afinal, sucumbiram mais de cem mil pessoas e milhões foram deslocadas para diversos lugares. É lógico que alguns países ficarão tristes com o fim do conflito, porém, muitos se alegrarão e partirão para investir na Colômbia pacificada. Os Estados Unidos mesmo que sempre estiveram apoiando o governo deverá firmar mais o pé nesse território que por certo não será nada agradável para os seguidores chavistas da região. A Colômbia, uma força econômica expressiva na América do Sul, poderá partir para uma era de desenvolvimento jamais visto. Tudo vai depender da habilidade dos seus dirigentes. Lá longe, na boca do túnel, VAI CHEGANDO JUÍZO.











CILA/CAMIL/CAMILA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de maio de 2013. Crônica Nº 1021                              (Retornando à normalida...

CILA/CAMIL/CAMILA



CILA/CAMIL/CAMILA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de maio de 2013.
Crônica Nº 1021
                             (Retornando à normalidade do blog)

Foto: (tribunadealagoas).
Confesso que fiquei feliz na retomada da parte econômica de Alagoas, em relação à CAMILA. Quando meu professor de Geografia, no Ginásio Santana, Alberto Nepomuceno Agra, incentivava à leitura nas embalagens de qualquer produto industrializado, comecei a descobrir as origens dos que chegavam às nossas prateleiras. Tudo que me vinha às mãos tinha os rótulos perscrutados: tempero, confeito, óleos, remédios, doces... Fiz uma pesquisa própria e cheguei à conclusão que mais de 70% dos produtos industrializados vinham de São Paulo. Essa prática, na Geografia Econômica, foi muito usada por mim nas pesquisas em que eu passava para meus alunos. Às vezes chegavam só os rótulos. Outras vezes vinham os conteúdos e, terminávamos as aulas com um lanche para todos. Fui descobrindo, então, como eram poucas as indústrias de Alagoas. Desde então comecei a torcer (não podendo fazer mais que isso) pela nossa expansão industrial. Quando a CILA começou sua distribuição e encontramos seus produtos fora do nosso estado, senti orgulho da origem, embalagem e qualidade do que ela oferecia. Quando houve alguma coisa que deixou de existir esse nome tão bonito de CILA, claro que pesou muito em nosso pensamento de alagoano e de professor da matéria citada. Tempos depois surgiu o novo nome: CAMIL. E diante de caminhos tortuosos, depois passou a ser CAMILA e por fim a saudade dos consumidores.
Como bons alagoanos, sabendo do fechamento de várias indústrias no estado, fomos desanimando com o torrão natal. Agora, pelo menos é uma ótima notícia para Alagoas saber que a velha CILA, CAMIL e CAMILA, após as asas cortadas voltam a voar em nosso território, adquirida pela Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA). Uma tradição de 40 anos vai voltar a funcionar com o último título e boas orientações modernas com novos programas para desenvolver a Bacia Leiteira.
Aqui não discutimos às razões das crises na CAMILA, não conhecemos uma só pessoa na região de Batalha, mas como alagoanos queremos aplaudir a volta de empresa tão importante, não só para Alagoas, mas também para o Brasil com seus inúmeros benefícios diretos e paralelos. Aguardamos que os produtos retornem com a mesma qualidade de antes. Em frente, CILA/CAMIL/CAMILA.








OS GRANDES FILÓSOFOS Clerisvaldo B. Chagas, 20/21 de maio de 2013 Crônica Nº 1020 Na minha terra, na década de sessenta, havia...

OS GRANDES FILÓSOFOS



OS GRANDES FILÓSOFOS
Clerisvaldo B. Chagas, 20/21 de maio de 2013
Crônica Nº 1020

Na minha terra, na década de sessenta, havia um sujeito autodidata que aprendera francês. Não tinha quem aguentasse tanta besteira daquele indivíduo, pelas ruas. Muitos fugiam ao avistá-lo por perto. Apareceu outro semelhante, mas esse era sobre gramática com ênfase para a colocação de pronomes. Muito pior do que esses dois foi o que encontrei ontem no comércio. Mostrava sua sabedoria numa sala de espera e ninguém ousava falar nada. Quando a moça pediu meu nome e profissão, o cabra vestindo linho branco óculos de aros finos, disse: ”Ah, se o senhor é professor por certo conhece Erasmo de Rotterdã, Giordano Bruno, Rafael Sânzio. Tenho certeza que já leu sobre Thomas Morus, Tirso de Molina, Copérnico... Gil Vicente. O senhor mesmo tem cara de filósofo, quem sabe... Um São Tomás de Aquino! Gosta das tiradas de Maquiavel? O que o senhor acha dos Bourbon? Fiz que não ouvi nada daquilo, queria apenas que o pernóstico deixasse que a senhorita preparasse a minha ficha para encaminhamento. Senti que outras pessoas queriam uma resposta ou várias para matar o homem. Voltei-me, então, quando ele me fez a última pergunta: O senhor conhece Stálin?”.
Amigo, nunca ouvi falar nessas pessoas citadas pelo senhor. Tenho meus autores prediletos. E sem dar a ele oportunidade de resposta indaguei: “Conheceu o grande filósofo Duda Bagnani? E Leonel Bagnani, seu irmão? O senhor já leu Giramundo? Propício, o doido? Leu a saga dos irmãos Poni e Agissé? Sabe quem foi o rei da música Banda Mel? Por certo conhece Alegria Alegria e deve ter lido as obras de Oliveira, Teresão, Vardo, Popota e João Barrão. Como estar vendo, a minha área de conhecimento não bate com a sua. Com licença”. Todos os nomes que falei são de malucos ou personagens folclóricos do meu interior. O homem ficou atarantado, mas não desistiu. Perguntou-me onde encontrar essas obras tão preciosas. Virei-me e respondi: “Pesquise na Internet na página ‘Negão do Posto’, tem tudo. Da entrada do elevador, espiei por cima dos ombros. O sujeito estava lá, espalmando as mãos como quem pergunta: E agora? Bem, pelo menos os populares meus conhecidos me salvaram pelo gongo. OS GRANDES FILÓSOFOS.