TOCAIANDO AS TOCAIAS Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2016 Crônica nº 1.507 Detalhe da Reserva Tocaia (RPPN) em Santana do ...

TOCAIANDO A TOCAIA



TOCAIANDO AS TOCAIAS
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2016
Crônica nº 1.507

Detalhe da Reserva Tocaia (RPPN) em Santana do Ipanema. Foto (Clerisvaldo).
Escrevendo sobre vegetação e reservas ecológicas para o livro Geografia de Alagoas, resolvemos fechá-lo com a Reserva Tocaia, na periferia de Santana do Ipanema. Ali no final do Bairro Floresta, no lugar onde houve uma tocaia, no tempo da escravidão (episódio publicado por nós) encontra-se essa reserva de caatinga com 21 hectares que englobam o serrote Pintado, um dos montes que circundam a cidade. Houve somente uma tocaia, mas a tradição denominou a área de Tocaias. O nome da reserva, porém, acha-se no singular.
Ontem, sexta-feira, fomos gastar pneus até a vizinhança da fazenda Coqueiros, contemplar o mato esverdeado das últimas chuvas deste ano. Estava ali, completamente imexível a Reserva Tocaia, cujo perfume invade as narinas dos visitantes. Procuramos, mas não encontramos a placa indicativa e, resolvemos bater algumas fotos para homenageá-la com a melhor no livro em questão.
Famosa por ter sido a primeira reserva particular do estado, visitada por estudiosos e mesmo pela televisão, Tocaia passou a ser um dos pulmões verde que circundam a urbe. Ali dentro têm insetos, pequenas e muitas aves, serpentes, tatus, raposas, preás, saguins e outros animais. Veem-se baraúnas, cedros, imbuzeiros, imbiras, catingueiras, mulungus, diferentes arvoretas e cactáceas que estimulam os pesquisadores.
Temos ainda outras duas reservas de caatinga no município, porém, a do saudoso proprietário, Alberto Nepomuceno Agra, chama atenção por ter sido a pioneira e se encontrar tão perto do centro de Santana.
Fomos fotografando sem passar para dentro da cerca, todavia, a atmosfera de paz ronda quem chega num convite sentido e invisível de bem-estar.
Entre imburanas-de-cheiro, pereiros, velames e mandacarus, flutuam os espíritos dos protetores da caatinga. É bênção visitar uma Reserva.

FAMÍLIA CHAGAS ESCREVE O DIA Clerisvaldo B. Chagas,  4 de abril de 2016 Crônica N 1.506 Sábado passado, esteve reunida toda a famíl...

FAMÍLIA CHAGAS ESCREVE O DIA

FAMÍLIA CHAGAS ESCREVE O DIA
Clerisvaldo B. Chagas,  4 de abril de 2016
Crônica N 1.506

Sábado passado, esteve reunida toda a família Chagas no lugar Sonho Verde, município litorâneo de Paripueira. Os filhos e filhas de Manoel Celestino das Chagas e Helena Braga das Chagas, estavam ali presentes marcando o dia. Espalhada pelo território alagoano, a família, a pretexto do aniversário de Ivan Chagas, chegou junta numa confraternização ímpar. Ivan, ex-bancário do Banco do Brasil, onde na repartição recebeu o apelido de Ivan Caju, foi o anfitrião naquela paisagem paradisíaca, onde havia muita música ao vivo e uma churrascada para ninguém botar defeito. ,
No Sonho Verde encontraram-se várias gerações, pais, filhos e netos entre beijos, abraços, melodias, bebidas e muitas emoções que se estenderam durante todo o dia. O abençoado encontro ocorreu mesmo na residência de Ivan Caju sob a égide dos coqueirais, da quietude, das ruas de solo original e do balanço das águas do Oceano Atlântico.
Crianças jogando bola, adultos recordando, juventude apegada às diversas páginas musicais, desenhavam o sábado escolhido para uma página histórica da família, onde as fotografias ganharam a Web com a mesma rapidez das gargalhadas e as últimas notícias de Santana do Ipanema.
Somente à noitinha, os compromissos voltaram à tona quando grande parte dos presentes retornou a Maceió. Ali, perto das águas mansas da praia de Sonho Verde, Caju completou mais um dos seus cajus. Ficou agendado o próximo encontro para o Sertão, precisamente numa chácara oliventina de um dos membros dos Chagas, ainda no início de maio. Resolvemos trocar o nelore do Litoral pelo bode sertanejo.

O SERTÃO AGRADECE Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2016 Crônica Nº 1.505 Após quatro anos de seca, a alegria do alagoa...

O SERTÃO AGRADECE



O SERTÃO AGRADECE
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2016
Crônica Nº 1.505

Após quatro anos de seca, a alegria do alagoano voltou para os que vivem da Agricultura e da Pecuária numa região pouco favorável. É certo que as trovoadas sempre são esperadas entre novembro e fevereiro, principalmente para o mês de janeiro.  É ditado dos mais velhos que “as trovoadas de janeiro tardam mais não faltam”. Mas são trovoadas fortes e passageiras para juntar água para o gado e anunciar o bom inverno
Depois de vários janeiros secos e de temperaturas arrasadoras, surgiu um mês completamente diferente na capital. Um janeiro completo de chuvas quase todos os dias e mais com aspectos de tempo invernoso. Não me lembro de ter visto coisa semelhante em outras épocas.
O Sertão, como sempre, pega carona nas precipitações do Litoral e vai desenhando um quadro novo após os quatro anos de seca. Avisa que o ano será de bom inverno, deixando o homem do campo alvoroçado. Muitos se adiantam para o plantio do feijão-de-corda enquanto não chega o mês de março e sua época de semeadura. Rio Ipanema botou água, mandacaru florou, choveu no dia de São José, acabou a seca meu amigo!
Ontem à noite no Sertão o relâmpago cortou os ares sob o regougo dos trovões ameaçadores. Os mais velhos espiam o céu e sabem perfeitamente os lugares que estão recebendo chuva; um senso de orientação incrível. Vistos de Santana do Ipanema, os clarões dos ares pareciam indicar chuva na parte sul, imediações do município de Senador Rui Palmeira. Outros clarões apontavam para o Leste, bandas de Cacimbinhas ou Minador do Negrão. O certo é que em Santana chegou apenas a rebarba do grosso deixado por aí.
Mesmo assim, o Sertão permanece verde, ou mais pálido ou mais escuro, mas verde para alegrar até mesmo o badalo do sino.
Em tempos de cortesia, é praxe, ao bondoso São Pedro o Sertão agradece.