LUTA DE LEÃO PARABÉNS OLIVENÇA Clerisvaldo B. Chagas, 23 de julho de 2020 Crônica; 2.351 DESFILE RUDIMENTAR EM OLIVENÇA (FOTO: ...

LUTA DE LEÃO, PARABÉNS OLIVENÇA


LUTA DE LEÃO
PARABÉNS OLIVENÇA
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de julho de 2020
Crônica; 2.351

DESFILE RUDIMENTAR EM OLIVENÇA (FOTO: SERTÃO 24 HORAS).
Batalha renhida de quatro anos para atingir o canudo da Geografia Plena. Cada ano um drama que, se contado em livro causaria muita emoção ao leitor. Mas, para chegar ao objetivo do título acima, basta a narrativa do ano final de licenciatura curta.
Rodando para Arapiraca pelo terceiro ano seguido, houve até uma amenização sobre os dois primeiros. Juntamente com as colegas professoras Elza Soares, Neide Damasceno e seu esposo Renan, como proprietário e motorista do veículo, partíamos de Santana do Ipanema ao entardecer e retornávamos às madrugadas.
Na faculdade cada qual estudava em classes diferentes. Como sempre fui um Ás em Geografia, os mestres não me deixavam sair antes da última aula para acompanhar mais cedo os colegas viajantes, de saída. Ficava ali ouvindo os professores: juiz Dr. Barreto ou o professor Rildo; ambos de Geografia, que somente faziam a chamada após o término das aulas. Lutando pela presença não tinha como escapar. Eram ótimos. Mas muita coisa eu já sabia. Castigo pelo destaque em mais de 50 colegas.
Ao deixarmos o prédio da faculdade após às 23 horas, íamos comer uma galinha assada e apimentada, com farofa nos bancos de praça da rodoviária, igualmente aos sem-tetos. A professora Elza Soares descobrira uma senhora que vendia àquela delícia e passara a ser cliente. Tudo esquisito na praça, apenas nós matando a fome com a “penosa”. Barrigas cheias, hora de retornar a Santana. Muitas vezes era mais de meia-noite e partíamos pela estrada deserta.  Chegando em Batalha teríamos de continuar por Olho d’Água das Flores. Então, para cortamos caminho, entrávamos por estrada de terra vicinal, péssima, daquelas capazes de quebrar os ossos com tantos catabius (raramente estava em condições de tráfego) e chegando em Olivença, novamente retornávamos ao asfalto. Ao chegar à terrinha era sempre madrugada.
Eu seguia pensando pela estrada de terra, se algum dia um dirigente iria enxergar aquele atalho Olivença - Batalha e providenciar asfalto para encurtar distância até Arapiraca. Terminei meu Curso e parti para novo roteiro de Geografia Plena em Arco Verde, Pernambuco. Também daria um livro essa luta leonina para o topo, mas aí é outra história. Os caminhos de terra de Olivença ficaram esquecidos até o atual momento, quando vejo com surpresa e regozijo que o governador iniciará por esses dias a estrada moderna Olivença – Batalha, nosso sofrido roteiro de tantas ansiedades pelas noites quentes ou geladas nas trevas do Sertão.
PARABÉNS OLIVENÇA! Talvez o asfalto não sirva mais para mim, mas ficará eterno para o conforto de milhares e milhares de sertanejos ou não. Sonho a ser realizado hoje, do futuro de outrora.
Bem dizem os mais velhos: Tudo tem o seu dia.
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  ESPAÇO CUMMER Clerisvaldo B. Chagas, 22 de julho de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.350 Com o êx...

ESPAÇO CUMMER


 ESPAÇO CUMMER
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.350

Com o êxito total alcançado na manutenção da Feira da Agricultura Familiar, em Santana do Ipanema, foi lançada uma ideia simples, mas de ótimo efeito gastronômico. Ouvi inúmeras pessoas se convidando para o “Espaço Cummer” e me perguntava na solidão do confinamento, o que tem de tão gostoso nesse espaço criativo? Consultei, então, o Secretário de Agricultura, Meio Ambiente e mais uma porção de coisas, agrônomo Jorge Santana, que me respondeu o seguinte:
O Espaço Cummer é uma referência matuta ao Gourmet. Foi uma iniciativa de Dona Rosa, feirante do sítio Serrote do Bois, quando sugeriu trazer para vender na feira, galinha de capoeira já cozinhada e xerém de milho. Abraçamos a ideia e hoje é um sucesso com cardápio variado: mocotó, sarapatel, galinha de capoeira, acompanhado do melhor xerém de milho bem como cuscuz e arroz diretamente da roça, sabor puramente sertanejo que nos remete aos tempos dos nossos avós”.
Assim o antigo xerém dos tempos idos, volta com tudo no Espaço Cummer, para todos os apreciadores da comida grosseira, forte e deliciosa das roças sertanejas. 
A Feira Camponesa cresce e faz circular o dinheiro nas mãos dos agricultores, na zona rural, no Comércio e nas prestadoras de serviços do município inteiro. Aumenta a renda do homem da roça, oferece produtos de qualidade à população, corta o atravessador que promove alta de preço, além de oferecer um ambiente saudável, camarada e dignamente festivo.
Tudo isso acontece todas às sextas, diante da EMATER e vizinho à Caixa Econômica. A limpeza e a forma como são apresentados os produtos, atrai o cliente para essa agricultura sem veneno. Já vimos por ali produtos especiais para o nosso tempo como banha de porco, ovos de capoeira, mungunzá e mel de abelha. Aliás, a Feira Camponesa, dá um exemplo de organização moderna, desde a padronização das barracas a uma higiene que você raramente vai encontrar na feira tradicional. Esse modelo veio para ficar. O comerciante da feira do sábado que adotá-lo sairá na frente por um comércio mais enxuto, mais robusto e mais confiável.
Sinto ainda não puder provar o xerém com galinha de capoeira de Dona Rosa e fincar os dentes em tantas guloseimas feitas na zona rural.
(FOTOS; JORGE SANTANA)




 

GUADALUPE Clerisvaldo B. Chagas, 21 de julho de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.349 SANTUÁRIO N. S. DE GUAD...

GUADALUPE


GUADALUPE
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.349

SANTUÁRIO N. S. DE GUADALUPE (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230)
Para marcar a passagem do Século XIX para o século XX, o padre Capitulino, em Santana do Ipanema, fez erguer um monumento em forma de igrejinha e o dedicou à Nossa Senhora Assunção. Em torno da igrejinha foi chegando casas e mais casas, deixando bem povoada aquelas imediações. Foi assim que devido ao monumento, o povo deu nome de Monumento ao bairro formado naquela parte mais alta da vila santanense. Foi ali nos degraus da igrejinha/monumento que foram expostas as onze cabeças dos cangaceiros mortos na fazenda Grota dos Angicos, em Sergipe, inclusive a de Lampião e Maria Bonita em1938.
Assim como Capitulino, o padre Delorizano fez erguer, cem anos depois, novo monumento para marcar a passagem do Século XX para o Século XXI. Desta feita o local já era Bairro consolidado de nome São Vicente. Delorizano, com muito bom gosto fez erguer um santuário relativamente pequeno e mais ou menos da altura do primeiro marco. Dedicou-o a Nossa Senhora de Guadalupe. Fica o santuário na entrada do bairro, ladeando o casarão que abriga os velhinhos de São Vicente. De forma cilíndrica vertical torreada, possui bastante vidros ou cristais no segmento da cúpula.  Portas de vidros ou cristais transparentes são encimadas por desenhos triangulares no seu entorno. Externamente, a parte inferior é separada da abóboda por uma espécie de marquise oitavada que segue o padrão de baixo. Sobre a abóboda, uma figura parecida com um anjo, finaliza a obra. O terreno em volta é murado e tem degraus para se chegar ao santuário. Quando a luz natural penetra pelos cristais tem um efeito espetacular dentro da nave.
Durante é tardezinha, quem avista o santuário vindo das imediações da UNEAL, fica encantado com o efeito de luzes do arrebol nos cristais das portas e da abóbada, como se fosse um toque mágico e divino ao mesmo tempo. Se nesse instante as luzes do interior estiverem acesas, o efeito é o máximo de beleza colorida.
Os dois marcos de séculos, são edificações que orgulham os santanenses. Ambos deveriam ser abertos para os visitantes que buscam o turismo religioso em suas peregrinações.
Visitar o santuário de Guadalupe, faz um bem medonho à alma que está dentro da alma.