MARCO PERMANENTE Clerisvaldo B. Chagas, 26 abril de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.670   Construído na anti...

 

MARCO PERMANENTE

Clerisvaldo B. Chagas, 26 abril de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.670



 

Construído na antiga Praça da Bandeira em Santana do Ipanema o marco de passagem do Século XIX para o Século XX, funcionou como profecia para um dos maiores acontecimentos do Século XX. Um marco de passagem de século representando uma igrejinha verticalmente cumprida, sem primeiro andar e tão estreita que de fato apresenta o edifício como apenas o registro do acontecimento tão significativo. O marco foi dedicado a Nossa Senhora Assunção, cuja imagem havia sido encomendada a Portugal. Somente muito depois da inauguração do prédio, a imagem da santa chegou a Santana do Ipanema. Veio de navio e de trem até à cidade de Viçosa, final dos trilhos na época, e dali para a nossa cidade veio em lombo de jumento. Antes a imagem de N.S. de Fátima ocupava o espaço aguardando a sua chegada.

A igrejinha de N. Senhora Assunção faz parte do Quarteto Arquitetônico do Bairro Monumento, juntamente com os edifícios do antigo Ginásio Santana, Tênis Clube Santanense e antigo Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Aliás, o nome do bairro vem dessa igrejinha/monumento. Adiante, a Igreja Sagrada Família e o prédio tradicional dos Correios fazem parte também da tradição. O marco do século parecia profetizar o surgimento de Lampião e o seu fim nos degraus do edifício. A praça não se chama mais da Bandeira e sim Adelson Isaac de Miranda e, a qualidade do prédio continua excelente, pois nunca houve negligência na sua manutenção. É um ponto turístico por excelência. A propósito, a igrejinha está situada na beira da rua, hoje asfaltada.

Antes nos os degraus não havia grade de proteção. Era comum alguns fazendeiros e outros afins marcarem ponto nos degraus da igrejinha, O que saía sobre a vida alheia era um absurdo. O lugar sagrado era esquecido e o que se ouvia ali, causava rubor até em mulheres de meretrício. Em suma, não havia o menor respeito por parte daqueles hereges (alguns já morreram). Não sabemos se foi por isso que o padre Delorizano Marques gradeou os degraus da igrejinha. Tempos depois, surgiu sem a grade. Atualmente não temos prestado atenção naquela porta que quase sempre vive fechada. Portanto, esse marco do século poderá ser um ponto turístico de muito destaque para Santana do Ipanema.

A igrejinha/monumento pertence à Paróquia de Senhora Santana.

 

  GINÁSIO E CANGAÇO Clerisvaldo B. Chagas, 25 de abril de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.689   Quando o Ginásio...

 

GINÁSIO E CANGAÇO

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de abril de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.689



 

Quando o Ginásio Santana teve sua tentativa de hospital frustrada passou uma fase ociosa. Em 1936, foi ali instalado um batalhão de polícia para combater o banditismo cangaceiro em Alagoas e no Nordeste. O edifício passou a ser sede de todas as forças-volantes sertanejas. Seu comando esteve entregue desde o início, ao Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão. Com a morte de Lampião, o edifício voltou a ficar ocioso e somente tempos depois, iniciou suas atividades como escola. O Coronel Lucena chegou a se candidatar a prefeito, ganhou a eleição e governou Santana. Depois se afastou para ser deputado e foi prefeito de Maceió. Hoje a principal avenida da cidade homenageia seu nome, é   a avenida da prefeitura.

Conversando com uma autoridade, existe uma pretensão em se incrementar o turismo do cangaço na cidade para uma conexão com Piranhas e Pão de Açúcar. O atual edifício da Escola Cenecista Santanense seria o ponto principal dos que procuram esse tema de aventura. Somando-se a isso, nossos cinco romances do ciclo do cangaço poderiam fazer parte desses eventos. Temos que aproveitar todo o potencial da nossa história que, completamente esquecida, passou a ser lembrada em nosso livro “Lampião em Alagoas”, livro que conta tudo sobre essa fase cangaceira em Santana do Ipanema. Queira Deus que estas ideias prosperem e comecem a ficar conhecidas em terras de Senhora Santana. Afinal, foram três volantes de Santana do Ipanema que acabaram com Lampião e o banditismo cangaceiro no Nordeste.

Santana do Ipanema passou a ser o centro do mundo no dia em que as 11 cabeças dos cangaceiros trucidados na Fazenda Angicos em Sergipe, foram apresentadas em latas de querosene e depois dispostas em lençol branco nos degraus da igrejinha de Nossa Senhora da Assunção, na Praça da Bandeira, defronte o Quartel do 70 Batalhão de Polícia de Alagoas. Mas Santana pode disputar esse nicho histórico do cangaço numa parceria bem elaborada com a cidade de Piranhas e que saiu na frente. Leia o livro “Lampião em Alagoas”, um clássico da literatura cangaceira. Santana do Ipanema em foco. A terra que deu fim a Lampião.

 

 

    DIA DO RIO IPANEMA Clerisvaldo B. Chagas, 22 de abril de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.688   Em mais um ...

 

 

DIA DO RIO IPANEMA

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de abril de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.688




 

Em mais um aniversário do Ipanema, fomos olhar as condições do rio, desde as últimas cheias que desestruturaram inúmeras ruas e parte do comércio. Havíamos visitado todo o trecho urbano até o poço do Escondidinho na região do Bebedouro há cerca de oito anos. Muita beleza no paraíso das “Cachoeiras”, porém, antes, poluição desenfreada quando carroceiros, comerciantes e grande parte da população ribeirinha descartam tudo quanto não presta nos areais do rio. Parece nada haver mudado. Um longo trecho urbano que ficou esquisito após as tragédias das cheias, um deserto grande e àquela poluição de sempre. Poço do Juá, poço dos Homens, poço do Escondidinho e outros menores totalmente cobertos de plantas aquáticas de poluição.

Dizia meu saudoso amigo, compositor, cantor, garrafeiro e pescador, Ferreirinha, que o peixe está sob aquele lençol poluente. Nada impede a sua pesca. Mas achamos que somente uma fome braba e uma grande imprudência leva o homem a comer o pescado de altas fontes poluidoras. Recordo quando a AGRIPA – Associação Guardiões do Rio Ipanema, apresentou o projeto e a Câmara de Vereadores aprovou o Dia do Rio Ipanema em 21 abril. Ferreirinha também fazia parte da Associação e abraçou a ideia lançada por mim. Com muito orgulho fui o autor do “Ipanema, um Rio Macho” e pai da Ideia do “Dia do Rio Ipanema”.

Nasce o Ipanema na serra do Ororubá em Pesqueira, Pernambuco. Penetra nas Alagoas pelo município de Poço das Trincheiras, povoado Tapera e recebe pela margem direita ali mesmo o primeiro afluente em Alagoas vindo de Itaíba (PE). Banha três cidades alagoanas, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema e Batalha e mais terras de dois municípios: Olivença e Belo Monte. O rio Ipanema banha ainda os seguintes povoados Tapera, Guandu e Tapera do Jorge (Poço); Fazenda Nova, Poço da Cacimba e Capelinha (Olivença); Funil, Saúde, Timbaúba (Batalha); Dionel, Poço do Marco, Telha e Barra do Ipanema, (Belo Monte) onde despeja. Ao todo terá percorrido cerca de 220 km entre os dois estados.

PARABÉNS a Santana do Ipanema e ao nosso “IPANEMA UM RIO MACHO” PELO ANIVERSÁRIO de 21 de abril. SALVE!

1.   POÇO DO ESCONDIDINHO COM SEU TAPETE POLUIDOR. 2. GUARDIÕES AGUARDAM RESULTADO DO DIA DO RIO IPANEMA NA CÂMARA DE VEREADORES TÁCIO CHAGAS DUARTE. (FOTOS: ACERVO/ B. CHAGAS).