SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
SENHORAS E SENHORES! Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.710 O Sertão ala...
SENHORAS E SENHORES!
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.710
O
Sertão alagoano sempre foi promissor para as recepções aos circos de todas as
qualidades. O povo santanense, entretanto, tinha uma empatia gigante pelos
circos de qualidade superior e os famosos eram três ou quatro que ficaram para
sempre na memória dos frequentadores. Mesmo
ficando na memória, aqui, acolá ela dá um branco. Tinha um circo de nome “J. Mariano”,
se não estamos enganados, que era a preferência da cidade. Tinha outro ou era
esse mesmo cujo donos eram anões e fazia grande sucesso em Santana. Gostávamos
muito quando o circo era de primeira e possuía duas partes: a do espetáculo e
da dramaturgia. Nesta, era uma comoção geral e muito chororô.
Era
o palhaço, a rumbeira, o mágico, o equilibrista, o globo da morte, cantores e
atores espetaculares nas apresentações dramáticas. “A louca do Jardim” era uma
peça sempre em evidência. Teve até gente da nossa sociedade que fugiu com a
rumbeira.
Mas
quero homenagear os meus ex-colegas ginasianos Omir Silva e Sebastião das
Queimadas. Enquanto minha pessoa era apenas estudante, Omir e Sebastião já eram
funcionários do Banco do Estado de Alagoas – PRODUBAN. Omir gostava muito de
cantar, admirava a voz de Agnaldo Rayol e sempre cantava “Você fez Coisa”.
Sebastião tocava trompete se não estamos enganados e Omir outro instrumento que
não vem agora.
Mas
era um orgulho para mim, vê dois colegas de classe sendo contratados para
atuarem nos acompanhamentos musicais dos circos. Nunca fizeram feio e se
tornaram um motivo a mais para frequentarmos as agradabilíssimas noites
circenses. Estavam ali com o Mágico Faruk, com a rumbeira, com o palhaço e com
a nossa torcida que refletia nas palmas das mãos em calorosos aplausos, os
queridos colegas em noites coruscantes. Não eram profissionais mas se saíam
muito bem nas oportunidades.
Omir,
atualmente navega em águas maceioenses e Sebastião retornou por opção ao sítio
rural santanense, Queimadas do Rio, suas origens.
Mais
de cinquenta anos depois, como gostaria de ouvir novamente Omir Silva cantando
“Você fez Coisa”!
Sim,
lá no sítio de Sebastião com seu trompete.
CIRCO
(CRÉDITO: A HISTÓRIA DOS CIRCOS).
VERA CRUZ Clerisvaldo B. Chagas, 1 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.709 A Farmácia Vera Cruz, per...
VERA
CRUZ
Clerisvaldo
B. Chagas, 1 de junho de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.709
A
Farmácia Vera Cruz, pertencente ao ex-pracinha e saudoso Alberto Nepomuceno
Agra, era uma das mais antigas de Santana do Ipanema. Seu estoque atualizado e qualidade
no atendimento sempre foram itens importantes no status Vera Cruz. Mas
havia três coisas extras que nos chamavam atenção: o brinde anual de um
almanaque, o quadro na parede mostrando a porta estreita e a porta larga e a
balança permanente à porta de entrada. Qualquer pessoa passante na calçada – e
não somente fregueses – podia verificar o seu peso gratuitamente. E como era
importante a balança para aqueles que estavam querendo ganhar peso ou perdê-lo.
Um objeto tão relevante para quem dele precisa e indiferente para outros.
Quanto a marca da balança, esquecemos de anotar.
Ultimamente,
tanto em Maceió quanto em Santana do Ipanema, não encontramos balanças nas
entradas das farmácias. Quando você precisa de uma e indaga sobre ela, a
resposta é que tem lá dentro, nos fundos do estabelecimento. Outros lugares dizem
que não dispõem deste serviço. Se quiser balança, que procure comprar essas de
banheiro, vendidas ali mesmo no balcão. Algumas farmácias atendem tão mal que o
cliente tem vontade de deixar tudo pra lá e sair em busca de outra. Mas muitas
vezes o cansaço e a distancia de um ponto a outro, faz esse cliente sofrer o
constrangimento, mesmo querendo comprar e pagar. Enquanto a novela é atualizada
por alguns funcionários, o usuário fica a “ver navios”, prateleiras lotadas e
atendimento zero.
Mas
voltando à Farmácia Vera Cruz. Cumprida a sua missão, Alberto fez a sua
passagem. Sua farmácia atualmente está em outras mãos. Andando pelo comércio de
Santana, precisei verificar o peso, pois andava buscando uns quilinhos a mais.
Lembrei-me da antiga Vera Cruz e fui saber se ainda existia ali uma balança à
disposição da clientela e dos passantes. Supimpa! Lá estava ela no lugar
costumeiro, logo na entrada. E como manda a boa educação, um pedido de licença e
anotação do peso na cabeça.
Quanto
vale uma boa prestação de serviço!
O
quadro que indicava a porta estreita e a porta larga, pode não existir mais. Os
brindes de almanaques de final de ano podem ter sido desatualizados, mas a
balança continua prestando ótimos serviços para quem dela necessita.
Para
quem precisa, quanto vale uma balança!
BALANÇA.
(FOTO: MERCADO LIVRE).
MALABARISMOS SANTANESES Clerisvaldo B. Chagas, 31 de maio de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.708 Quand...
MALABARISMOS SANTANESES
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de maio de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.708
Quando
a ponte barragem na BR-316 foi construída sobre o rio Ipanema, em Santana,
facilitou o trânsito para as cidades situada do outro lado do rio. Mesmo assim,
em épocas de grandes cheias, os veículos davam um rodeio enorme passando na
ponte e depois seguindo em direção a estrada que leva a serra da Remetedeira,
perto do hoje Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo. Aliás, o próprio
Clodolfo possuía fazenda por ali e contemplava subidas e descidas de automóveis
e caminhões contornando o rio Ipanema zangado, lá abaixo das barreiras. Antes
da construção da ponte, no início dos anos 1950, não havia alternativa. Era
passar em lombos de canoas ou não viajar para a margem direita do rio. Às vezes
um automóvel conseguia ser levado pelos canoeiros, mas caminhões, não havia
como, deixando inúmeros feirantes e suas mercadorias sem as feiras de Pão de
Açúcar, Carneiros ou a de Olho d’Água das Flores, as mais frequentadas por
santanenses.
Grande
influência teve a conhecida Ponte da Barragem na Economia de Santana e no seu
desenvolvimento. E se foi batizada com nome de gente, perdeu-se no tempo. Com
seus mais de 70 anos continua servindo em todo movimento do Sertão pela BR-316.
Formou-se ali vizinho o Bairro da Barragem formado por “cassacos” que
trabalharam na obra. Hoje o Bairro Barragem que era somente ao longo da pista,
se expandiu e mostra seu lado progressista e moderno do lado oposto da BR
seguindo à margem da barragem rio acima. Por outro lado, toda a área que representava
os fundos do antigo casario, foi completamente ocupada formando o chamado Clima
Bom, bairro denominado pela criatividade popular.
Pontes
físicas, sociais e espiritualista é isto que a humanidade precisa.
ÁGUA
CHEGANDO NO IPANEMA APÓS A PONTE DA BARRAGEM. FOTO/ARQUIVO.

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.