AS BRIGAS DO TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 14 de junho de 2022 Escritor Símbolo do sertão alagoano Crônica: 2.715   As brigas de ...

 

AS BRIGAS DO TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de junho de 2022

Escritor Símbolo do sertão alagoano

Crônica: 2.715


 

As brigas de touros em território santanense era uma opção para o longo tempo sem futebol.  O auge da bola com tantos times formados nos bairros da cidade, entre eles o São Pedro, desapareceram com o tempo, com a falta de estímulos. Futebol foi embora de vez. Então, jovens fazendeiros começaram a organizar brigas de touros como saída da apatia do domingo. Praticamente não havia arena definida para os combates que podiam ser na fazenda, no leito seco do rio Ipanema ou numa estrada de pouco movimento. Houve uma certa paixão pelos embates, mas as apostas era o incentivo do negócio. Apesar de tudo, o novo esporte não conseguia atrair multidões, Depois de certo tempo, não muito, teve o mesmo destino do futebol.

Já as brigas de galo tiveram boa duração.  Todas as classes sociais tinham seus representantes nas rinhas da cidade. Era uma febre em que víamos direto os nossos amigos com um galo debaixo do braço. O animal brigava tanto no solo das ruas quanto nas rinhas mais sofisticadas de Santana. Quanto às apostas não sabemos informar uma vez que não frequentávamos esses lugares. A nossa impressão é que o motivo de ter acabado tudo foi a proibição, pois esse esporte possuía grande potencial para o crescimento. Mesmo assim, ainda se encontram pessoas cuja paixão fazem-nas burlar a Lei. Há alguns meses um galo de briga solto na rua atacou uma senhora. Sua sorte foi uma sombrinha aberta conduzida por ela que a livrou de várias investidas do bicho. Foi atendida no Unidade de Saúde Posto São José.

Outra opção ao lazer, foi a corrida de cavalos. No princípio teve êxito e se desenvolveu. Acontecia no sítio Barroso a 2 ou 3 km da cidade. No grande terreno plano ainda não havia o Cemitério do Barroso, São José. As corridas eram feitas sem nenhuma proteção com cerca de arame farpado. A multidão de Santana do Ipanema lotava as duas margens da pista de corrida e, a cada uma delas, mais aumento de indivíduos baseados na fama e nas apostas do hipódromo sertanejo. Tinha tudo para dá certo, mas um dos apreciadores faleceu devido a uma peitada de um dos cavalos. Acabou tudo.

Quanto ao jogo de bola, está uma lástima.

Quer futebol? Dirija-se a Olho d’Água das Flores, Pão de Açúcar Palmeira dos Índios ou Arapiraca, Cabra Velho.

Mas que coisa!

BRIGA DE TOUROS (FOTO: SEUMENINO).

 

 

  REPRESENTANDO ALAGOAS Clerisvaldo B. Chagas, 13 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.714   Para quem ...

 

REPRESENTANDO ALAGOAS

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.714

 



Para quem não sabia e nem sabe, a Craibeira é a “árvore símbolo de Alagoas”. Cresce muito e muito vive. Pode passar com folga dos cem anos de existência. É considerada madeira de lei. Seu tronco e galhos são duros como o ferro e com sua madeira se faz mesa de carro de boi. É para não se acabar e vencer diversas gerações de donos e usuários transportando as mais diversas mercadorias. Esse vegetal bota flores amarelas, principalmente na aproximação do Natal. Gosta muito de leitos de rios secos de areia grossa e salgada. Ama o nascimento entre pedras do leito, rachar e quebrar essas mesmas pedras, separando-as e ali crescendo até chegar em torno de vinte metros de altura, ou mais. Sem dúvida nenhuma, é a Rainha dos Rios Sertanejos.

A craibeira tanto é encontrada solitariamente quanto em grupos

formando belíssimos e preciosos jardins naturais. Santana do Ipanema, Poço das Trincheiras, apresentam esses jardins, notadamente no leito do rio Ipanema, mas obviamente toda a região sertaneja possui esse privilégio em seus rios, riachos e elevações como serras e serrotes. Quem já ouviu falar na tradicional pesca anual dos santanenses no riacho do Navio? Hoje não existe mais; acontecia o acampamento e a pesca sob frondosas craibeiras no leito do riacho do Navio, Pernambuco. Quando caem as sementes dessas árvores, assemelham-se a invólucros de curativo band-aid. Quando plantada em lugares muito movimentados como escolas, por exemplo, representam perigo quando cresce. Cada galho ou mesmo o tronco, podem atingir toneladas de madeira rija que ao caírem com a idade, ações de raios ou por outros motivos, podem causar seríssimos acidentes.

Bonita de se vê nas matas, nos leitos de riachos secos, principalmente quando destaque, florida diante da vegetação ressecada pelo verão puxado. Colírio para quem viaja pelos sertões e agrestes em tempos de longas estiagens. Não temos certeza, mas nos parece que a craibeira tornou-se árvore símbolo de Alagoas no governo estadual Geraldo Bulhões. Também não sabemos quais foram os critérios, pois existe muitas belas árvores na Mata Atlântica (floresta tropical).

Sertão orgulhoso com a Rainha Craibeira.

CRAIBEIRA COM MAIS DE 30 ANOS VISTA POR CIMA DOS TELHADOS (FOTO: B. CHAGAS).

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

 

 

 

 

 

 

    BEBENDO LEITE Clerisvaldo B. Chagas, 9 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.713   Adotamos a prátic...

 

 BEBENDO LEITE

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.713

 



Adotamos a prática ensinada pelo saudoso professor Alberto Agra: ler o rótulo de todos os produtos industrializados que cair nas mãos, para identificar o estado do seu fabrico. Confeito café, tempero, grampos, seja lá o que for. Aumentar o conhecimento sobre coisas do Brasil. Assim fizemos vários trabalhos com aluno que traziam rótulos para a escola. Dava uma satisfação danada quando eles descobriam vários industrializados de Alagoas. Nessa época estive em Caruaru quando vi no balcão de um armazém um rótulo muito bonito de manteiga. Seguindo a prática da investigação pesquisei o rótulo que mostrava ser manteiga de Batalha, Alagoas. Pense como fiquei orgulhoso do meu estado! A fábrica fechou e assim passou bem 12 anos nessa situação. Veja abaixo notícia boas:

“A revitalização da Bacia Leiteira e a geração de cerca de três mil empregos são os principais benefícios da inauguração da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), que contou com a presença do governador Paulo Dantas, autoridades e de produtores de leite de várias regiões do Estado, na segunda-feira (6), no município de Batalha.

Fechada há 12 anos por dificuldades financeiras, quando ainda se chamava Fábrica Camila coube ao governador Paulo Dantas acionar o botão de uma das máquinas acoplada a um caminhão de leite e reinaugurar um novo tempo para a Bacia Leiteira alagoana”.

“Esse é um passo muito importante para Alagoas. A consequência dessa parceria ajudará a aquecer não apenas o mercado de leite, mas irá promover também a geração de emprego no estado”, frisou o presidente.

A instalação da Unidade de Beneficiamento do Leite promete fabricar produtos de qualidade e de alta tecnologia para o mercado alagoano.

“A abertura dessa fábrica representa o fortalecimento de toda cadeia da produção de leite, como os associados da CPLA, o cooperativismo, assim como quem vive da agricultura familiar”, ressaltou o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Maykon Beltrão. (informações Agencia Alagoas).

Dessa vez não disseram os tipos de produtos que iriam ser fabricados. Mas, por todo o conjunto das declarações acima, com certeza, o orgulho de bens industrializados para o Brasil, deixará novamente bons fluidos em Alagoas e em terras sertanejas.

Três mil empregos no Sertão cabra velho! Arre!

(FOTO: AGÊNCIA ALAGOAS).