NATAL VEM AÍ Clerisvaldo B. Chagas, 26/27 de outubro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.790   Final do m...

 

 

NATAL VEM AÍ

Clerisvaldo B. Chagas, 26/27 de outubro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.790

 


Final do mês de outubro, um mês que marcou a nossa região com chuvas inesperadas e presença de ventos que antecipam o mês de novembro no sertão. O Sol que se escondeu, praticamente por seis meses, finalmente nessa última metade de outubro chega com céu limpo e já inicia na região com um pouco de calor que estava desaparecido. Mesmo assim ainda não vimos nenhum movimento de carro-pipa, na área amplamente bafejada pelo inverno antecipado e prolongado. Nenhuma choradeira foi captada no período nos vários segmentos econômicos, salvo a carestia generalizada que tomou conta desta nação. No campo, fim de safra, estoque e venda. No Comércio, entrada de verba do agronegócio. E, a aproximação do Natal em dois meses, reforça a ideia otimista de bons negócios para o estado das Alagoas.

Não temos como não falar em chuvas, novamente. É que, com inverno ou sem ele, as denominadas trovoadas costumam acontecer a partir de novembro com esperanças até o mês de fevereiro. Mesmo assim, sem esperar por nova leva de nuvens cinzas, as flores das árvores e as cactáceas da caatinga já iniciaram a prévia de enfeites do Natal. Algumas espécies deixam para mais próximo os ornamentos, mas o geral está sendo realizado mesmo nos quintais e nas avenidas em árvore que bota flor. As árvores são moças que se preparam com antecedência para o baile. São seguidas pelas casas comerciais que enfeitam as prateleiras de motivos natalinos e atrai os olhares dos transeuntes.

A política do segundo turno pareceu desviar o foco de muitíssimos outros acontecimentos. Entretanto, a expectativa não é vã porque o destino de segmentos diversos depende de um bom administrador nos cargos chaves do País. Mesmo assim, esse mês atípico estar chegando ao final e com ele o chamego oficial e benéfico da democracia. E não tendo no momento um dia chamativo para o setor econômico, em breve a política sairá de cena com o brilho imorredouro e prévio do período natalino. Ótima quadra para uma visita turística dos “praianos” ao Sertão de Alagoas e ao Sertão do São Francisco para surfarem no clima, na história, na geografia e na culinária típica nordestina. Vamos?

 O SERTÃO LHE ESPERA (FOTO: ÂNGELO RODRIGUES)

 

 

  LITORAL Clerisvaldo B. Chagas, 25 de outubro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.789   Caso o amigo ou amiga ...

 

LITORAL

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de outubro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.789


 

Caso o amigo ou amiga more na capital, deixe que esse sertanejo fale dos seus mares. Vejamos o Litoral. Litoral é o limite entre o oceano e o continente: representa-se pela faixa coberta e descoberta pelas marés.

As costas constituem os vários aspectos paisagísticos que acompanham este limite. Por isto temos costas altas, com falésias, costas baixas, com as praias, além de manguesais, lagunas e recifes.

As formas de litorais são resultadas dos processamentos efetuados pelos ventos, vagas e as correntes litorâneas movimentando as águas do mar. Deve-se considerar a influência dos rios trazendo sedimentos. Surgem, dessa maneira, as praias, as restingas, (às vezes exibindo dunas), os cordões litorâneos, os mangues, os estuários, as pontas triangulares. Em meio destas são encontrados os terraços marinhos também chamados estáticos.

Os tipos de costas definem-se pelo aspecto geral de todos elementos constitutivos das paisagens junto ao mar, sendo que para isto haja mais a influência de um elemento fundamental. Para o caso das costas de Alagoas, cabe um litoral de “rias”, pois há um afogamento generalizado dos nossos rios da vertente atlântica, assim nós sabemos que seus vales são invadidos pelas águas do mar até certa distância terra a dentro. Para complementar o estudo de um litoral, têm sido objeto dos estudiosos, ultimamente, os movimentos de “levantamento” e “rebaixamento do nível do mar. Seu ramo de pesquisas denomina-se “glaciologia”.

Texto adaptado do professor Ivan Fernandes Lima, Geografia de Alagoas, págs. 74-75

É bom saber que o estado de Alagoas possui um dos mais belos litorais do mundo e com uma formação paisagística altamente diversificada. Tem quem diga que é o mais belo do planeta. Entretanto, estudar o litoral alagoano, nem que seja superficialmente, não pode ser apenas missão de aconselhamento; até porque têm pessoas que estão completamente satisfeitas em apenas contemplar os caprichados cenários de preferência.  Todavia, para quem quer arriscar alguns passos na compreensão dos fenômenos naturais e as interferências humanas no meio ambiente, as praias alagoanas funcionam como laboratórios privilegiados e altamente compensadores.

Eu, Alagoas e nós.

FALÉSIA ALAGOANA NA PRAIA DO GUNGA (FOTO: PINTEREST).

  O TEMPO DÁ UM TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 24 de outubro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.788 Desconsiderand...

 

O TEMPO DÁ UM TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de outubro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.788


Desconsiderando o período anterior às ferrovias em Alagoas e os primeiros ramais, chegamos a 1891. A linha de ferro para o vale do Paraíba, bifurcando-se em Lourenço de Albuquerque, foi inaugurada no ano acima, chegando até Viçosa. Nessa fase, as pessoas do Sertão que viajavam até à capital, passavam dias em lombos de cavalos de sela. Os relatos anteriores à linha férrea em Viçosa, estão praticamente fora das informações encontradas no dia a dia estudantil, no que se refere às maratonas que o sertanejo enfrentava para chegar a Maceió. Com a composição chegando até Viçosa, as viagens sertanejas, receberam até um bom alívio, porque os cavaleiros se dirigiam até àquela cidade, onde embarcavam no trem até Maceió.

Somente 21 anos após Viçosa, isto é, em 1912, já no fim do ano, os trilhos chegaram a Quebrangulo, encurtando bastante a jornada dos sertanejos viajantes a cavalo. Passaram a apanharem o trem em Quebrangulo (antiga Vitória). Somente em 1934 (22 anos após), a estrada de ferro desceu dos altos e alcançou Palmeira dos Índios. Com o trem na “Princesa do Agreste”, as viagens cavaleiras não acabaram, mas foram mais encurtadas ainda para o mundo sertanejo. Somente quando os caminhos foram alargados e surgiram as estradas de rodagens, o Sertão se ligou a Palmeira dos Índios com os ainda raros automóveis e caminhões. Para os dias atuais não, mas para à época já era um belo conforto a mais. Os sertanejos chegavam a Palmeira em boleia/carroceria de caminhão ou automóvel no dia anterior à viagem do trem. Dormiam nos hotéis da cidade e ainda na madrugada, desciam para a estação na cidade às escuras. Foi assim que viajaram às cabeças de Lampião e Maria Bonita até à capital.

Depois, com rodagem direta até o litoral, mesmo na poeira, na lama, nos catabius (solavancos na buraqueira) representava uma conquista extraordinária. Essa geração já chegou com o asfalto pronto, Sertão – Maceió e se não sabe nada do passado, até pensa que tudo foi sempre assim.  Porém, mesmo neste início do Século XXI, o Sertão alagoano ainda não pode contar com um único aeroporto. Estagnou na conquista dos transportes.

Fazer o quê?

PALMEIRA DOS ÍNDIOS, VISTA PARCIAL (FOTO: PREFEITURA).