SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
SANTO SUSHI, O RESTAURANTE Clerisvaldo B. Chagas, 6 de novembro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 2.992 Conv...
SANTO
SUSHI, O RESTAURANTE
Clerisvaldo
B. Chagas, 6 de novembro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 2.992
Convidado
para o reencontro de uma turma do Colégio Estadual, fui ver a prévia de perto.
A turma não era minha, pois nunca fui aluno no Estadual, mas sim do mano Ivan
Braga das Chagas, cujos componentes da época hoje estão na faixa entre 60 e 70
anos. Indaguei onde iria ser esse tão importante encontro e me apontaram o
“Restaurante Santo Sushi”, no Bairro Domingos Acácio. Sobre o local foi dito
sem que eu perguntasse: “Além do prato japonês, o restaurante oferece grande
variedade da culinária sertaneja. Excelente atendimento, música ao vivo e
banheiros higienizados de 30 em 30 minutos e com música vazadas para você não
perder o lance. Um luxo com ótimos preços!”
Nesse caso me balancei para conhecer o ambiente, novo “point” da cidade.
Segundo os convidados.
Toda
a família marcou presença no “Restaurante Santo Sushi”. De fato, todas as
maravilhas dos comentários eram verdade e assim ficamos por ali das 20 horas à
meia-noite. Quatro horas de lazer em que nem víamos o tempo passar. Entre conversas
das mais enxeridas, gargalhadas e música boa, a noite ia passando. Ainda
tivemos o privilégio da presença do proprietário em nossa mesa: Cleber Chagas,
que favava animado sobre o seu empreendimento. Contos orais da terra provocavam
risos. E como surpresa da casa, chegou até nós a novidade de uma espécie de
“drink” espumante chamado “Shot Santo Sushi”. A base de gengibre com pitada de Rum,
que por mim foi eleito como a coroa da noite. Tudo isso na sexta, cujo encontro
massivo seria no dia seguinte. Não demonstrei vontade em participar no sábado,
mas desejei felicidades e êxitos aos 11 remanescentes da turma de 32 alunos,
segundo me contaram.
A
pessoa que bebeu e não bebe mais, sequer refrigerante, fica meio inibida no
entorno dos que amam uma cervejinha gelada ou uma bebida quente daquela de
revirar os olhos. Mas também tem a vantagem da sobriedade para apreciar o
comportamento alheio e os detalhes do ambiente. Ninguém morre por apenas beber
água.
O
importante mesmo é que Santana do Ipanema ganhou um restaurante de alta
qualidade, saindo da mesmice do Comércio e brilhando em direção às faldas do
serrote do Cruzeiro!
Parabéns
muitas vezes, senhor Cleber, por trazer um novo brilho
para
a “Rainha do Sertão”.
REATAURANTE
SANTO SUSHI (DIVULGAÇÃO)
MAJOR IZIDORO Clerisvaldo B. Chagas, 6 de novembro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.981 Como encerramos ...
MAJOR
IZIDORO
Clerisvaldo
B. Chagas, 6 de novembro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.981
Como
encerramos o roteiro das cidades sertaneja, pela AL220, em Jaramataia, vamos
voltar pela mesma estrada para o acesso a Major Izidoro, em cuja via não
entramos. Próximo a Batalha você encontra o acesso a Major que passa pela cidade
e vai sair no outro ramal (BR-316). Portanto Major Izidoro está localizado em
paisagens planas entre a BR-316 e a AL-220, ligadas pela AL-120 entre
Cacimbinha e Batalha. Fica a cidade de
Major Izidoro a 191 quilômetros da capital, Maceió e a 182 metros de altitude.
É pequena e bela, tão limpa quanto Penedo. O seu minúsculo comercio tem aspecto
de capital e é muito fácil se apaixonar por ela. Antigo distrito de
Sertãozinho, foi emancipado de Santana do Ipanema em 17 de setembro de 1949. A
população izidorense quase chega a 18.000 habitantes.
A
economia de Major Izidoro se baseia em serviços, agropecuária, principalmente
nesta última, sendo famosa como “Terra do Leite” e seus laticínios que
conquistaram o estado com deliciosos queijos e manteigas. E em se tratando de
festa religiosa, os festejos ao padroeiro Santo Antônio de Pádua representa o
auge da devoção, ocorrendo no dia 13 de junho. Mas o antigo distrito também tem
histórias de Lampião. Uma delas foi quando o chefe cangaceiro mandou buscar
dinheiro sob ameaça de invasão ao distrito. O episódio está compilado no livro
“Lampião em Alagoas”, da nossa autoria. Inclusive, foi motivo de reflexão,
tanto dos leitores, quanto fora por parte de Virgulino Ferreira.
É
bastante agradável a rodovia AL-120 trecho Cacimbinhas – Major Izidoro, pelo
relevo plano, vegetação baixa e campos semeados de gado leiteiro. Sensação
enorme de bem-estar. Porém, tudo que foi falado acima ainda é muito pouco
diante da grandeza intelectual do izidorense. A vantagem do visitante que
pretende conhecer a Bacia Leiteira Alagoana, é que as suas componentes estão muito
próximas um das outras, e que pode ser vista em grande parte numa viagem única.
Ainda
hoje agradeço no meu coração os aplausos recebidos em Major Izidoro quando
apresentamos a peça teatral “Irmão das Almas”, aproximadamente no ano de 1970.
Foi uma euforia pelo êxito obtido pelo Teatro de Amadores Augusto Almeida.
Inclua
major na sua Agenda.
MAJOR
IZIDORO (FOTO: IBGE).
SERROTES SANTANENSES Clerisvaldo B. Chagas, 2 de novembro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.980 Um elevad...
SERROTES
SANTANENSES
Clerisvaldo
B. Chagas, 2 de novembro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.980
Um
elevado de terra é chamado de montanha. Várias montanhas juntas formam as
serras e, várias serras juntas formam uma cordilheira. Na verdade, o
regionalismo popular distorce ou complementa essas afirmações geográficas. No Sertão
nordestino um elevado não tão alto assim, é chamado de morro quando é
arredondado ou afunilado; serrote quando tem a forma mais horizontal (serrote:
pequena serra) e serra quando o elevado é muito alto, isolado, ou muito alto e
contínuo horizontalmente. No sertão não
se chama montanha; somente as três formações populares citadas. Os serrotes são
costumes regionais tão corriqueiros que a atenção só aparece quando o visitante
indaga, o que é serrote? O serrote, geralmente isolado e residual, isto é, resto
de elevações conjugadas, desgastadas e extintas pelo tempo, tem muita serventia
no Sertão.
O
serrote é mais úmido, tem mais vegetação de porte, é refrigério para os
bovinos, fonte de alimentação para caprinos, receptor e dispersor de ventos,
refúgio de animais selvagens e pulmão verde dos arredores; além disso, os
serrotes são pontos de referências assim como as lagoas regionais. Esses acidentes
geográficos, recebem a denominação do povo, muito mais pelas suas primeiras
famílias que ali fizeram moradias. Assim em Santana do Ipanema se destacam os
seguintes serrotes: “Serrote”, “Serrotinho”, “Serrote dos Brás”, “Serrote dos
Bois”, “Serrote dos França” e “Serrote dos Angicos”, na zona rural. Na zona
urbana: “Serrote do Gonçalinho”, “Serrote do Cruzeiro”, “Serrote do Pelado” e a
“Serra Aguda”.
E
quando falamos na serra Aguda, hoje, quase no limiar do urbano/rural, é uma
montanha isolada em forma de sela, localizada próxima à Reserva Ecológica
Tocaia. É avistada de imediato pelos que entram em Santana do Ipanema, no
sentido Maceió/Santana, a partir das ruas principais do Bairro Monumento. Fica
muito perto do Hospital Regional da colina. É ali na parte mais alta da sela,
onde será erguida a mais alta imagem religiosa do mundo, a de Senhora Santa
Ana, cujos trabalhos de limpeza do terreno, já foram iniciados. A propósito,
vista de longe através de aparelho, existe um desgaste entre as duas partes da
sela, proveniente das enxurradas que descem de serra abaixo.
Amigas
e amigos, abraços do tamanho dos serrotes da minha terra.
SERRA
AGUDA (FOTO:B. CHAGAS)

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.