ROJÃO Clerisvaldo B. Chagas, 19 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.312   Eita, meu amigo, minha ...

 

ROJÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.312




 

Eita, meu amigo, minha amiga, tem sido rojão a correria para o lançamento do livro PADRE CÍCERO, 100 MILAGRES NORDESTINOS (INÉDITOS) O movimento não está me deixando mais fazer as crônicas diárias. Inúmeras mensagens ida e volta sobre o Evento, além da intensidade de vendas de livros romances e documentários, acelerados. Após caminhada, lá vou eu, logo cedo, avisar a pessoas depoentes no livro dos milagres, a hora correta do nosso Evento no Lajeiro Grande, em Santana do Ipanema. Corre atrás de foguete, corre atrás de zabumba, corre atrás de som, de cadeiras e muito mais coisas para que o nosso encontro de devotos seja decente. Além disso meus amigos, o Sertão está pegando fogo, se bem que Sertão só presta quente.

Recebo visitas inesperadas de vendedores de livros de Piranhas e vamos abastecendo o comércio livreiro da “cidade presépio”. Mais outra visita para abastecer a cidade de Arapiraca com romances marca B. Chagas. E graça a Deus, também vendendo o último livro do BOI, A BOTA E A BATINA, segunda edição. Salutar é saber do interesse social pelas obras documentários, mas também a busca pelo romance, pelo lazer, pela fantasia bem elaborada que faz um bem danado a alma da gente. Por outro lado, ficando feliz pelos elogios à marca registrada Clerisvaldo B. Chagas, em que os leitores procuram e confessam aos revendedores. A consolidação da marca ganhou espaço nacional e principalmente do Ceará a Sergipe. É só agradecimentos ao Grande Arquiteto do Universo.

Hoje, quarta-feira, estaremos na Rádio Correio do Sertão, com o parceiro literário Marcello Fausto, às dez horas da manhã, concedendo entrevista sobre o Evento do Lajeiro Grande. Queremos convocar os depoentes do livro que será lançado naquele bairro. Além disso, iremos confirmar que outros devotos do padre Cícero poderão se fazer presentes, se quiserem.  Mas desde já, estamos avisando que só haverá livros para os depoentes.  Poderemos, entretanto, realizarmos uma segunda edição para vendas, se houver interesse e nominata comprometida.

Viva o santo nordestino!

 

 

 

 

 

    AS GROTAS Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica; 3.311   Em Maceió, não te...

 

 AS GROTAS

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica; 3.311



 

Em Maceió, não temos o nome FAVELA, temos as GROTAS que são lugares de erosão profunda que formam enormes valas, onde a pobreza construiu as suas moradas. Se no Rio de Janeiro as favelas estão nos morros, em Maceió, a pobreza vive abaixo do solo normal. Geralmente as grotas foram feitas pelos riachos que cortam a cidade. Quem quiser pode dizer voçorocas, vales, cânion, rachaduras gigantes e o povo vivendo ali dentro onde correm as enxurradas, os riachos... Já fotografei ali, para o livro REPENSANDO A GEOGRAFIA DE ALAGOAS (inédito) grota com 80 metros de profundidade, muito bem habitada pelo povo do subsolo. Ainda bem que sucessivos governos vão fazendo melhorias por ali, levando mais dignidade para seus moradores.

No Sertão, grota não é aquela rachadura enorme no solo como em Maceió. Grota no Sertão é lugar, geralmente em pé de montanha, baixo, irregular, normalmente formado por enxurradas de montanha. Grotas são lugares esquisitos que muitas vezes metem medo por serem sombrios, isolados, abrigos para cobras e raposas. Quando essa depressão é mais ampla, é chamada de grotão. Em Santana do Ipanema, por exemplo, encontramos muitos grotões no maciço da zona rural desde o sítio Camoxinga dos Teodósio até grande parte da área do povoado São Félix, em direção ao sítio Pedra Rica. Sendo que os sítios da região de Pedra Rica, sãos planos e arenosos, tudo indica resíduos das antigas montanhas desgastadas, contraforte do planalto de Garanhuns.

Existe, porém, outro termo popular geográfico no Sertão fora   grota e grotão.  Trata-se do nome “Saco”. Saco no litoral é uma enseada, uma baía, uma pequena baía. Saco no Sertão é um amplo terreno baixo com entrada estreita, semelhante à grota ou ao Grotão. Como exemplos temos: 1. Lampião invadiu o Agreste pelo sítio rural Saco do... 2. Mataram Lampião em Sergipe na Grota dos Angicos. 3. Em Santana do Ipanema temos os sítios rurais 2 com nomes de Grotão e 1 com nome Sacão; no Poço das Trincheira: o Saco do Ramalho.

Vamos de Geografia?

GROTA, EM MACEIÓ.

 

 

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  O OURO DO INFERNO Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.310   Não estarei...

 

O OURO DO INFERNO

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.310

 



Não estarei falando do ouro relativo ao meu mais novo romance inédito, AS TRÊS FILHAS DO CORONEL, mas sim, uma lenda ou quase lenda vinda da boca dos mais velhos. Foi em mais uma visita à casa de Seu Manoel Daniel, 84 anos, a mesma fonte do documentário já publicado: SANTANA: REINO DO COURO E DA SOLA. Conta o nosso bom amigo que três camaradas iam de Santana ao povoado São Félix e que na estrada principal havia ou ainda há, uma baraúna de tronco robusto no lugar chamado antigamente de Fazenda de Abílio Pereira. Fica antes da grande ladeira que passa aos pés da serra da Camonga, rumo ao povoado. (conheço a baraúna, conheço a serra, conheço a estrada). Ao passarem pela baraúna os três camaradas ouviram alguém indagando se queriam acompanhá-lo para mostrar-lhes algo.

Subiram a ladeira até o pé da serra e a visagem indicou um bocado de ouro enterrado, dizendo: “esse aqui é o inferno e desapareceu”. Os três camaradas, então, combinaram que um deles voltaria a cidade, para pegar um saco e transportarem a mercadoria. Inclusive, um deles estava bebaço. Os dois que ficaram combinaram matar o comparsa quando este chegasse com o saco. Ficaria assim o ouro só para os dois.  Por sua vez o homem que retornara à cidade, pensava também em eliminar os dois e ficar sozinho com o ouro. E o resultado é que os três se mataram entre eles, a ambição e o inferno. Aqui termina a história, porém, tem várias outras acontecidas no trecho da serra da Camonga.

A serra é famosa e ali habitava família poderosa dos Gonzaga em que um dos membros foi mandatário em Santana por quase duas décadas. Já resgatei em crônicas, história de um dos Gonzaga em raptar uma mulher, na Bahia e ser perseguido por cabroeira e passando pelo rio São Francisco cheio, com a amada e o cavalo nadando de um lado a outro. Fora as lendas da serra e as histórias verdadeiras, tem narrativas de assombrações. Hoje a serra da Camonga é ponto turístico e serve para praticantes de escaladas. Lá de cima oferece um cenário muito bonito das suas imediações. Mas apesar de tudo, nunca subi até o lombo da serra e nem à sua cabeça lendária. Quer mais histórias como esta?

SERRA DA CAMONGA (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

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