domingo, 20 de maio de 2012

TEATRO BRASILEIRO


TEATRO BRASILEIRO
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de maio de 2012.

           Vendo a imponência do Teatro Deodoro, na praça central de Maceió, vamos lembrando os tempos da arte no século XIX. O teatro no Brasil, à semelhança da literatura, sempre contou com pouco público, sendo denominadas artes das elites. A grande maioria da população sempre pertenceu às classes populares, quando coisas como o teatro tornavam-se inalcançáveis. Nos tempos coloniais as artes cênicas iniciaram com apresentações dos jesuítas, com finalidades religiosas catequéticas. Além desses trabalhos jesuíticos, houve também representações teatrais em Minas, durante o chamado ciclo do ouro. Acompanhando o teatro do século XVIII, algumas cidades apresentavam óperas, aproveitando os edifícios para alguns espetáculos. A alavanca forte que movimentou o teatro no país, foi mesmo a vinda de D. João VI ao nosso território. Foi inaugurado no Rio de Janeiro, em 1813, o Real Teatro de São João, onde se apresentavam companhias estrangeiras de canto, balé e teatro. A partir de abril de 1827, a época ganhou também artista famoso como o ator João Caetano que se tornou destaque do teatro brasileiro durante o século XIX.
           Satirizando a sociedade do século XIX, surgiram autores como Luís Carlos Martins Pena que escrevia comédias para representações teatrais. Ficaram conhecidas algumas peças da sua autoria como Juiz de paz na roça, O caixeiro viajante, Quem casa quer casa, Irmãos das almas e outras que falavam da situação escravocrata e da oposição da cidade/campo. O teatro espalhava-se pelo Brasil, mas continuava sendo coisa de elite. Surgiu com motivos satíricos, seguindo Martins Pena, Joaquim José de França Júnior, tendo como alvo as peripécias do Império. Assim escreveu: Como se fazia um deputado, Caiu o ministério, Carnaval no Rio, e outras peças mais. Destacou-se ainda Artur de Azevedo com A Capital Federal, tornando-se assim o pai da comédia musicada brasileira.
          Mesmo, atualmente, onde se tem feito alguns esforços para levar espetáculos das pessoas cultas e ricas para a plebe, o teatro ainda não deixou de ser privilégio de poucos.  Os opulentos prédios dos antigos teatros precisam de manutenção constante. Reformas e restaurações dos velhos casarões deteriorados tornam-se verdadeiros feitos do século XXI. Vivem esses prédios entre a vida e a morte. Os espetáculos não se popularizam e os milhões para reparos são puxados pelas orelhas. Em muitos desses prédios antigos, apenas catengas espiam pelas rachaduras, balançando a cabeça em homenagem ao TEATRO BRASILEIRO.



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