quarta-feira, 11 de junho de 2014

SECA VERDE AMEAÇA O SERTÃO



SECA VERDE AMEAÇA O SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de junho de 2014
Crônica Nº 1208

Foto: Clerisvaldo.
As chuvas voltaram ao sertão velho de guerra, após uma prolongada estiagem considerada como uma das maiores do Nordeste. Entretanto, a água que veio do céu chegou um pouco mais cedo em relação ao outono/inverno da tradição regional. Tão cedo que o sertanejo ficou sem entender se eram as trovoadas que antecedem o período chuvoso ou se já era inverno mesmo, como se chama por aqui.
O sertão está muito bonito e ornamentado com o verde e seus matizes, canto de pássaros, zumbidos de abelhas e paisagens exuberantes das planuras às serranias.
O ponto de tristeza, entretanto, para o homem do campo, é que até agora os reservatórios d’água continuam praticamente vazios. Não houve chuvas o suficiente para fazer crescer a lavoura e nem armazenar água em barreiros e açudes. Em muitos lugares a lavoura se encontra sem forças para o desenvolvimento.
Quem passa pelas estradas e rodovias do sertão alagoano sente o agradável cheiro do mato e se encanta com o verde que descansa a vista de qualquer viajante.
Por enquanto, contudo, estamos dentro da famigerada seca verde que engana por fora e maltrata por dentro. Não afirmamos que essa situação possa continuar assim. Dependendo do Criador, as chuvas podem retornar com maior intensidade, uma vez que os meses mais chuvosos sempre foram junho, julho e parte de agosto. De qualquer maneira, o agropecuarista está mais desconfiado do que burro da pestana branca. Chuva demais e frio intenso também podem prejudicar a lavoura do feijão e milho, produtos básicos da sobrevivência.
Seca verde não representa a dor insana de uma estiagem de dois anos, mas aperta também o agricultor imprensando-o contra a parede rodeada de mandacarus. Como ainda vamos navegando na metade de junho, dá tempo fazer elevar as preces aos santos do mês contra A SECA VERDE QUE AMEAÇA O SERTÃO.

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