SEJAM BEM-VINDOS OS POÇOS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de outubro
de 2018
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
1.993
(FOTO: JEAN SOUZA - DIVULGAÇÃO) |
A luta sertaneja nordestina pela água
faz criar situações as mais diversas, tanto pelo sertanejo quanto pela
tecnologia que avança pelo mundo todo. O sertão procura água nos pilões de
pedras, barreiros, cacimbas de riachos secos e açudes. As cisternas fornecidas
pelo governo facilitam a captação das chuvas e asseguram a reserva de água
potável por determinado tempo. Tudo ajuda na busca diária pelo precioso
líquido. O Canal do Sertão – quando for concluído – será uma obra gigantesca
que atenuará as agruras do camponês. Entretanto, o Canal não resolve todos os
problemas da seca como se pensa. Nem somente de água vive o homem. A água mata
a sede, mas não mata a fome. Não existe canal de alimentos por aí.
Têm sido criados poços artesianos no
Sertão em locais onde a água oferece condições de consumo. Mas conhecemos
vários casos de festas nas inaugurações e abandonos de poços. Tudo por pequenas
coisas como a quebra de uma peça, falta de manutenção e até desprezo. Volta-se,
então ao marco zero. Com tecnologia avançada, surgiu o sistema de
Dessalinização. Retira-se a água salobra do subsolo e separa-se o sal. O
segredo do sucesso é a manutenção.
A Prefeitura de Santana do Ipanema
acaba de entregar a comunidade Camoxinga dos Teodósio, em parceria com o
governo do estado, um poço artesiano com três reservatórios. A capacidade de armazenagem
é de 60 mil litros de água com um sistema de dessalinização.
Mais de 100 famílias serão
beneficiadas com água potável naquela localidade, afirma o que foi divulgado.
Os tempos de estiagem prolongada não respeitam o pediplano nem a região serrana.
Uns choram mais, outros sofrem menos, mas todos são vítimas da seca. Vizinho ao
sítio Camoxinga dos Teodósio, em 1940, foi aberto um poço no riacho Camoxinga
para captação de água contra uma seca braba. A água deu salobra e o lugar até
hoje é chamado Poço Salgado. (Pesquisa inédita).
O prefeito de Santana do Ipanema marca
assim uma obra pequena para quem não precisa; enorme e vital para a Camoxinga
dos Teodósio. É motivo de mais parabéns para o gestor, num olhar crítico e
isento de quem torce por tudo de bom que é feito na terra de Santa Ana.
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