SÃO E
JOÃO E NÓS
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de junho de
2019
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.131
(IMAGEM NÃO IDENTIFICADA) |
Finalmente chegamos ao auge do mês de junho e
no pico dos festejos nordestinos, com o São João. Comemora-se no Brasil inteiro,
mas o epicentro, sem dúvidas, acontece nas terras quentes do Nordeste onde a
festa atinge todos os limites da alegria. É bom nas capitais, é bom no
interior, é bom onde você estiver, porque o sentimento coletivo é um só em
torno do santo. As variantes não comprometem o dia, mudando apenas detalhes do
lugar de origem para o lugar de visitas. As comidas típicas contêm sempre a
mesma base “camaleando” apenas aqui ou acolá. O roncar do fole e o chiado do
tamanco, do tênis, da botina ou da chinela, com poeira ou sem poeira, louvam do
mesmo modo o santo do inverno e da fartura.
Nas Alagoas, mesmo não faltou milho este mês,
onde foi encontrado aos montes nas praças, nas feiras, nas rodovias, de Norte a
Sul, de Leste a Oeste. Quadrilhas tradicionais e estilizadas ganharam espaço
nos clubes, nos palhoções, nas escolas e mesmo em salões sofisticados. Em
Maceió, tirando os pontos de concentrações de danças, bombas e rojões cortaram
os ares até perto da meia-noite. Não houve fogueira em todos os lugares, mas o
cheiro de fumaça estava presente invadindo ruas e condomínio. Ah, compadre, não frequentei o QG da alegria,
mas matei o pecado da gula que se instala neste mês. Nem mesmo a derrota da
seleção feminina para a França, conseguiu baixar o ânimo de quem se preparou
para louvar os céus.
“João Batista (2 a.
C. – 28 d. C) foi um pregador itinerante cujo aparecimento se deu na Judeia,
provável lugar de nascimento e na Galilleia (c.28 d. C) na época de Herodes;
João teve muitos seguidores e pregava aos judeus, dizendo que deveriam exercer
a virtude e a retidão e usava o batismo como símbolo de purificação da alma em
seu movimento messiânico. Sua historicidade é controversa, mas essa história é
apoiada no escritor e historiador Flávio Josefo, em sua obra Antiguidades judaicas”.
Ah, velho Sertão!
Estou sentindo
cheiro de fumaça da aroeira!...
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