LAMPIÃO E O CALDEIRÃO DOS GUEDES Clerisvaldo B. Chagas, 26 de maio de 2016 Crônica Nº 1.519 No livro “Lampião em Alagoas”, ci...

LAMPIÃO E O CALDEIRÃO DOS GUEDES



LAMPIÃO E O CALDEIRÃO DOS GUEDES
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de maio de 2016
Crônica Nº 1.519

No livro “Lampião em Alagoas”, citamos o episódio referente a uma passagem de Lampião pelo povoado Caldeirão dos Guedes. O espaço entre Cacimbinhas e Palmeira dos Índios, era roteiro de retirada de Lampião sempre que deixava Alagoas pelo Norte.
Na marcha dos dez dias, ocasião do último combate de Lampião, que foi em Girau do Ponciano-Craíbas, aconteceu sua passagem por Caldeirão dos Guedes. Narrado pelo escritor Oscar Silva, então, sargento de Lucena, com o título “Uma Volante de Graduados”, Oscar descreve toda a angústia de uma volante de última hora, convocada para defender o povoado, muito longe da sede do Batalhão. Depois de muita corrida dentro da noite, levada por um guia, a volante de graduados tenta chegar primeiro do que Lampião, ao povoado. Conseguiu, já no amanhecer. Tomada as devidas posições, botando a alma pela boca de tanto correr, cada elemento aguardava com ansiedade a presença do bandido. Foi quando chegou ao povoado, uma volante verdadeira, a do sargento Porfírio que prosseguiu a jornada, deixando os graduados em expectativa no povoado.
Todos ouviram um tiro. E logo depois, homens entram no povoado trazendo o guia, morto pelo bando de Lampião, que havia acompanhado todo o movimento da tropa durante a noite. O guia, apesar dos conselhos, quisera retornar imediatamente, quando aconteceu o caso.
Ora, sempre com vontade de visitar Caldeirão dos Guedes, nunca conseguimos informações da sua localidade no município de Cacimbinhas. Mesmo nos mapas mais elaborados não constam Caldeirão. E só agora descobrimos que o Caldeirão dos Guedes, fica além do município de Cacimbinhas. Faz parte do município pernambucano de Bom Conselho. Pelo que se consta, terra da família Tenório, com canaviais, engenhos e intensa escravidão negra, narrada por um cordelista que também não localiza o povoado.
A volante improvisada do meu conterrâneo Oscar, estava tão ligada às ordens do comandante José Lucena de Albuquerque Maranhão, que atravessou a fronteira para brigar em Pernambuco. Com a narrativa dos seus escritos, creio que o escritor (que viveu os últimos dias no Paraná), morreu sem descobrir a naturalidade de Caldeirão dos Guedes.

OU DÁ OU DESCE Clerisvaldo B. Chagas, 25 de maio de 2016 Crônica nº 1.518 O povo brasileiro vai se acabando sem esperanças; O...

OU DÁ OU DESCE



OU DÁ OU DESCE
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de maio de 2016
Crônica nº 1.518

O povo brasileiro vai se acabando sem esperanças; O Brasil se afundando com políticos ladrões; os jovens morrendo na droga e matando suas vítimas. Não sei se ainda existe jeito! Mas, de uma coisa sei: ainda não atingimos a pior das fases. Diante de ladrões, segundo a última gravação divulgada, não escapa ninguém. Ainda segundo a última gravação divulgada, se todos esses engravatados são ladrões, o que esperar dos comparsas que dirigem empresas públicas? O que se pode esperar dos adolescentes entregues a própria sorte?
Ontem, chegaram dois jovens conduzindo motos e, em pleno dia, assaltaram um mercadinho no Bairro São José, em Santana do Ipanema, segundo conversas do povaréu. Com a maior tranquilidade, os garotos não aceitaram nenhum tipo de mercadoria, só queriam dinheiro. Ao deixarem o mercadinho, um pouco mais abaixo, cerca de 150 metros, assaltaram a única padaria do Bairro. Imagine o senhor, o zum-zum-zum no bairro todo, como abelhas desarvoradas sem a colmeia!
Qual é o mais ladrão? O que é apontado na grande mídia, ou o pé de chinelo da periferia?
No tempo em que ladrão era só ladrão, ainda havia um pouco de piedade no coração do perdido. A mercadoria era roubada, a vítima permanecia viva. Após as drogas pesadas, um novo prazer tomou conta da alma do bandido, arrebatando-lhe todo tiquinho da piedade restante. Vão-se a mercadoria e a vida. A vida, sem necessidade alguma, apenas pelo gozo interno de se sentir poderoso, rei, herói do mal.
Hoje, a vítima de um assalto à mão armada, mesmo que entregue tudo, só escapa mediante três fatores: primeiro, que o bandido esteja de bom humor; segundo, que o marginal não esteja drogado e, terceiro, que tenha muita camaradagem com Deus.
No Bairro São José, um dos fatores interferiu, mas... O que se pode esperar dos piores...? Aqueles...

O HOMEM ENDOIDOU O TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 24 de maio de 2016 Crônica Nº 1.517 POLUIÇÃO NA CHINA.  Foto (Osul.com). A ...

O HOMEM ENDOIDOU O TEMPO



O HOMEM ENDOIDOU O TEMPO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de maio de 2016
Crônica Nº 1.517

POLUIÇÃO NA CHINA.  Foto (Osul.com).
A constante poluição da Terra, principalmente pelas grandes potências, mexeu com todo o planeta. Os efeitos nocivos representados pelas ações humanas, vão se fazendo sentir desde as metrópoles às pequenas vilas do interior e os campos. Está certo que duas correntes contrárias culpam o homem e culpam à própria Natureza. Mas, mesmo que a Natureza venha completando ou iniciando um novo ciclo, o que importa ao terráqueo é fazer a sua parte. Todavia, como o ser humano é um destruidor nato, difícil é não se cumprir profecias e previsões pessimistas.
Choveu bem em Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas, ontem à noite. Ora apenas pingadeira sem parar, ora o chamado “toró”, que até arrastaram alguns trovões. Mas hoje o céu não tinha uma nuvem, compadre. E a gente se fica perguntando onde está o nosso chamado inverno que se perde nas previsões do tempo dos de Alagoas e dos de fora.
O outono-inverno, fase típica tão esperada nos campos, já não é a mesma do passado. Ninguém acerta mais nada. E se acerta é por pura coincidência.
Estamos às vésperas do São João, a maior festa nordestina. O mais aguardado de todos é o milho que preenche toda a literatura junina. Mas, onde está o milho? Temos um estado que há muito não é autossuficiente e o milho do São João vem das bandas irrigadas de Sergipe. No São João nunca nos faltou o produto, entretanto, não é nosso. Caso se salve o que foi plantado no dia de São José, ainda, ainda.
É a ação devastadora da poluição mudando o clima, endoidando o tempo e fazendo meteorologistas pela metade. E lá se vão as nossas mais simples tradições engolidas pela incoerência e falta de compromisso com a Natureza.
Ê mundo véi sem porteira