OS RIOS E O HOMEM Clerisvaldo B. Chagas, 22 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.720   “Os rios represe...

 

OS RIOS E O HOMEM

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.720

 

“Os rios representam um papel saliente na distribuição do efetivo humano e no aspecto das paisagens humanizadas.

As correntes fluviais fornecem água para o consumo doméstico, promovem a irrigação das terras marginais favoráveis à agricultura, dão de beber aos rebanhos de criação, proporcionam a circulação dos transportes aquáticos, oferecem ancoradouros naturais em suas embocaduras e marcam geralmente a localização das principais cidades do mundo.

Outra utilização dos cursos fluviais consiste no aproveitamento do seu potencial de energia, a força da água em movimento vem há algum tempo sendo aproveitada para movimentar rodas, moinhos e engenhos; atualmente a engenharia consegue transformar a energia hidráulica em energia elétrica nas chamadas hidrelétricas Os lugares mais favoráveis para a construção dessas usinas hidrelétricas são as cachoeiras, isto é, as quedas-d’água provocadas pelos desníveis bruscos nos leitos dos rios de planalto. Assim é que o aproveitamento do potencial hidrelétrico da cachoeira de Paulo Afonso, no rio São Francisco, é capaz de fornecer energia a uma vasta área coberta pelos estados brasileiros desde a Bahia até o Ceará”.

ANADRADE C. Manoel & SETTE Hilton. Geografia Geral. Editora do Brasil S/A. São Paulo.

 Pag. 167.

Já os rios que formam o semiárido nordestino quase sempre estão nas condições de rios temporários ou intermitentes, isto é, escorrem em períodos chuvosos e ficam secos durante a estiagem. São apreciados pelos ribeirinhos em ambas as maneiras. É que, na verdade, seus benefícios são permanentes.

Quando os rios estão secos, formam verdadeiros jardins naturais, com árvores, arvoretas arbustos e gramíneas, sendo muitos dessa vegetação de propriedades medicinais e de conhecimentos profundos pelos populares. Formam poços e cacimbas, assegurando a sobrevivência, além de fornecer inúmeros materiais de uso diário das pessoas como areia para construções, argila de tijolos e telhas; podem sustentar rebanhos na pastagem alimentada pelas águas dos lençóis freáticos; juncos para preenchimentos de colchões e, pedras polidas para ornamento de muros e jardins domésticos. Somente o ribeirinho sabe o valor, tanto de um rio cheio quanto o de um rio seco.

É por isso que o rio Ipanema é tão amado em sua região sertaneja.

IMAGEM COM FRACA NITIDEZ DO RIO IPANEMA SECO APRESENTADA NO LIVRO DE REFERÊNCIA ACIMA.

 

 

  ENTRANDO NA CANJICA Clerisvaldo B. Chagas, 21 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.719 Hoje tem início ...

 

ENTRANDO NA CANJICA

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.719


Hoje tem início oficialmente o inverno no hemisfério Sul. Para nós, alagoanos, continua o período chuvoso iniciado em maio até a primeira quinzena de agosto. Nesse contexto estão Alagoas, Pernambuco e Sergipe, tudo igual em relação ao tempo. Mas como os climas da Terra estão em nova formação, não sabemos se a tradição será mantida. Choveu todo mês de maio e continua pelo mês de junho. Muita chuva, muito frio, com a vantagem em ser a chuva mansa em nossa região. As pingadeiras e chamadas garoas já encheram barreiros, lagoas açudes e até mesmo a represa recém construída do riacho João Gomes. Não sabemos o futuro, mas essa fase junina nos permite provar, provar e provar as delícias típicas da culinária, notadamente, pamonha, canjica e bolo de milho.

O mês de julho é o mês mais chuvoso do nosso chamado inverno, todavia não sabemos se ele ainda será o campeão ou o perdedor. Mas aqui temos festa em cima de festa, amigo. Encerrou a de Santo Antônio, vem a de São João, depois a de São Pedro e o cordão da alegria entra “pocando” no mês de julho com a Festa da Juventude e em seguida a da Padroeira Senhora Santana. Aliás, dizem que os festejos do mês seguinte já foram divulgados e as coisas vão acontecendo normalmente. Já tem cabra esperto dando polimento em carro de boi e limpando os acessórios que enfeitam as parelhas, para a procissão dos carreiros que abre a Festa de Senhora Santana. E mais uma vez a atração iniciará no Parque de Exposição Isaías Vieira Rego com missa solene.

E assim segue o nosso Sertão nordestino sofredor e festeiro o ano todo. Ainda aguardamos para o mês a grande festa do padre Cícero, na Pedra, em Dois Riachos e as visitas turísticas e fanáticas dos admiradores de cangaceiros à Grota dos Angicos a partir de Piranhas ou Pão de Açúcar. Mês de julho, mesmo com frieza e possíveis chuvas, promete. Os nossos sertões já possuem asfalto por todas as malocas, o que facilita as coisas para quem gosta de viajar, conhecer... Participar. Por todos os lugares existem bons restaurantes e posadas. Bebida alcoólica para quem gosta, parece brotar da terra e muitas quadrilhas já estão organizadas e dançando sem ferrugens nas juntas. Andar pelo Sertão faz bem à saúde, meu senhor e minha senhora.

Vamos gastar o dinheiro amofambado!

NEBLINA EM SANTANA (FOTO: GRACILDA FREITAS)

 

  ACREDITE SE QUISER   Clerisvaldo B. Chagas, 20 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.718   A surpresa ...

 

ACREDITE SE QUISER

 Clerisvaldo B. Chagas, 20 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.718

 



A surpresa do ano aconteceu em Santana do Ipanema. Poucos dias após a construção da barragem ou represa no riacho João Gomes – a maior obra hídrica do município que para muitos levariam vários anos para encher – encheu em poucos dias após o final das obras e encheu tanto que sangrou. E se na sexta falamos do mar da Ponta Verde, de Maceió, hoje falaremos do mar formado pelo riacho João Gomes. A represa feita com engenharia neste governo da prefeita Christiane Bulhões, fica localizada no curso médio/superior do riacho que escorre contornando a cidade numa distância de 3 Km vindo das bandas de Senador Rui Palmeira, cortando a Al-120 abaixo da Santana, na mesma distância e, despejando no rio Ipanema no sítio Barra do João Gomes muito abaixo da cidade.

A represa na localização acima, fica na antiga travessia do riacho no sítio do mesmo nome na região cabeça de chave Olho d’Água do Amaro.  Recebe no início da represa os riachos Da Onça e Remetedeira vindos da serra da Remetedeira. E riachos alimentados por córregos de serras, são rápidos e violentos nas suas enchentes. Sem dúvida nenhuma a represa será um local de visitas, formando um quarteto turístico com a serra Aguda (onde será construída a maior imagem sacra do mundo), a ermida das Tocaias   e a Reserva Tocaia, todos esses pontos de atrações com distâncias mínimas um dos outros, facilitando praticidade aos visitantes, turistas, romeiros, curiosos, pesquisadores e habitantes em geral. Além do turismo, virão os benefícios da pesca, da irrigação, da facilidade para caminhão-pipa, bebida para os rebanhos domésticos, para os animais selvagens e para os humanos.

Como chegar à represa? É simples, estando no centro de Santana, atravessa a ponte sobre o rio Ipanema, no Comércio, vai em direção ao Bairro Floresta e segue direto pela Rua Joel Marques; no final entra à direita por estrada de terra e segue beirando as faldas da serra Aguda por apenas três quilômetros e se verá diante da Represa do João Gomes. Do outro lado da represa está a grande região rural de Olho d’Água do Amaro e seus inúmeros sítios no entorno.

REPRESA DO JOÃO GOMES E SEU VERTEDOURO (FOTOS: ÂNGELO RODRIGUES)