ENCERRADOS FESTEJOS À PADROEIRA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de julho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.741   ...

 


ENCERRADOS FESTEJOS À PADROEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de julho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.741


 

Foi encerrada ontem, 26 de julho, em Santana do Ipanema, mais uma edição dos festejos à Senhora Santana, Padroeira do nosso município. Pela manhã houve missa solene com o presidente Monsenhor José Augusto Silva com a nave completamente lotada pelo povo e a presença de mais de dez padres da região. A missa aconteceu às 9 horas e 30 minutos, mas houve outra missa solene que marcou o período da tarde, celebrada pelo Bispo Diocesano, D. Manoel. Logo após a missa vespertina, teve início a tão aguardada e tradicional procissão pelas ruas da cidade. Com a Bênção do Santíssimo Sacramento e mais foguetório foi encerrada a Festa de Senhora Santana, neste dia de feriado municipal.

Essa tradição religiosa remota ao século XVIII quando Senhora Santana e São Joaquim foram introduzidos na região da Ribeira do Panema, pelo Padre Francisco José Correia de Albuquerque O casal de santos viera da Bahia especialmente para ser entronizado numa capela ainda a ser construída pelo padre Francisco nas terras do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia cujo solo formaria a futura cidade Santana do Ipanema.

Os festejos em pleno inverno santanense com tempo nublado, frio e um misto de estio e chuvas, acontece ao mesmo tempo no mundo inteiro onde a avó de Jesus for a padroeira. Desse modo não se pode mudar a data instituída pela Igreja Católica Apostólica Romana.

Durante o novenário, inúmeros santanenses retornam à terra em que nasceu para uma participação ativa nos movimentos sacros e profanos que caracterizam a Festa de Senhora Santana. Muitos chegam de outros município e estados movidos pela fé e para pagar promessas de graças alcançadas.

Santana do Ipanema encerra um período de dois meses de festas grandes e diversas que atraíram multidões, assoberbaram  pousadas e hotéis da cidade e do entorno. Continua a Rainha e Capital do Sertão, a convergir a gente sertaneja para suas ruas comércio, repartições públicas e templos disseminados pela cidade, crescendo no vigor e na fé da sua excelsa PADROEIRA.

VIVA SENHORA SANTANA!!!

 

 

 

 

 

 

 

  POÇO: TAPA NA TAIPA Clerisvaldo B. Chagas, 26 de julho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.740   No médio Ser...

 

POÇO: TAPA NA TAIPA

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de julho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.740



 

No médio Sertão alagoano, o município de Poço das Trincheiras dá um forte exemplo de boa vontade e civilização. Acaba de divulgar a substituição de 72 casas de taipa por residências de alvenaria. O prefeito, agrônomo Valmiro Costa, trabalhando no Programa de Controle da Doença de Chagas, da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), procura erradicar assim a doença causada pelo inseto conhecido como “barbeiro”. O barbeiro gosta de se alojar nas frestas desgastadas da casa de taipa, e em vários locais como o teto de palha de coqueiro Ouricuri. Essa investida do prefeito contra o transmissor da doença, além de ajudar na saúde dos seus moradores, dignifica a pessoa e aumenta sua autoestima com a casa nova de alvenaria.

 O inseto barbeiro se alimenta de sangue, pode picar animais e pessoas. Após a picada em humanos, o inseto defeca deixando o protozoário Trypanosoma cruzi, ao coçar no local, o protozoário vai para o sangue provocando a doença. Esse mal acontece mais na zona rural onde prolifera ainda hoje a casa de taipa que oferece todas as condições ao inimigo da saúde. Portanto, o exemplo foi dado na iniciativa sertaneja do prefeito Valmiro Costa, e que merece todo louvor a esse tipo de trabalho. As parcerias existem para isso, mas em não havendo interesse do gestor, ela não se realiza. Paisagem sertaneja sem casa de taipa fica mais bela e posa na foto com virilidade progressista. Esperamos que haja uma grande festa no município do Poço quando a última casa de taipa for erradicada. Queremos estar presentes.

Poço das Trincheiras é a cidade que fica mais perto de Santana.  Ambos os municípios são fronteiriços e amigos. Poço já pertenceu a Santana e representa o primeiro território alagoano que recebe o rio Ipanema. Suas terras planas e férteis desenvolvem a agropecuária, mas também se destacam pelos seus montes famosos em toda a região, como parte da serra do Poço e parte da serra da Caiçara que são destaques no mundo sertanejo. Atualmente Poço das Trincheiras criou fama regional quando o povo do sertão diz:” O Poço é um município organizado onde tudo funciona”.

Valmiro Costa, foi no início um dos grandes entusiastas e batalhador pelo Canal do Sertão. Pela primeira vez como gestor do Poço das Trincheira ergue a mão e dá um tapa na taipa.

Parabéns aos seus munícipes

CASA DE TAIPA (FOTO: AUTOR NÃO IDENTIFICADO).

 

 

 

 

 

  CAVALHADA EM SANTANA Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.738     A cavalha...

 

CAVALHADA EM SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.738

 


  A cavalhada, folguedo é de origem portuguesa, brincou muito em Maceió e desapareceu. Surgiu na zona rural de Santana do Ipanema em lugar específico há mais de 30 anos e estava desaparecido também. A brincadeira foi resgatada e neste domingo (ontem) de Festa de Senhora Santana, apresentou-se no campo da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira. A cavalhada é também conhecida como “corrida de argolinha”, representa as lutas de cristãos e mouros na tradição portuguesa. Alas e cavaleiros vestidos de azul, ala de cavaleiros vestidos de encarnado (vermelho), entram em competição

Cavalhada é uma celebração de espetáculos públicos e mostra a destreza e valentia dos seus participantes que frequentemente envolvia temas do período da Reconquista. Era um torneio que servia como exercício militar nos intervalos das guerras e onde nobres e guerreiros cultivavam a praxe da galanteria.

No Brasil, esse torneio tem suas variedades, sendo algumas muito mais vistosas nos trajes e acessórios de cavalos e cavaleiros. É folguedo ativo em algumas regiões e inexistente em outras. A corrida de argolinha em Santana do Ipanema, parece ser a mais simples de todas, resumida no básico. Os cavaleiros disputam as provas tentando retirar as argolinhas penduradas num fio, usando o cavalo em velocidade e uma “lança” na mão. Existem ainda outras observações durante a prova, porém, a habilidade e destreza na hora da argolinha é a parte mais empolgante da brincadeira.

Os personagens principais são os cavaleiros, vestidos de azul (cristãos) ou vermelho (mouros) e armados de lanças e espadas. A corte é representada por personagens como o rei, o general, príncipes, princesas, embaixadores e lacaios, todos vestidos com ricas fantasias. Mas, como foi dito acima, nem todos os lugares procedem assim. A cavalhada de Santana do Ipanema, é simples e não possui os adereços e o luxo apresentados no Centro-Oeste, por exemplo. Mas, a corrida de argolinha sempre alcançou um bom número de espectadores no sítio Caracol, onde participamos há três décadas, como curioso. Um resgate muito bom que empolga o homem do campo carente de diversões.

 No início do folguedo há uma visita à igreja ou a um santo que é colocado num pedestal e só depois começam as competições cheias de nuances. Os cavaleiros saíram da Matriz de Senhora Santana para o campo do Estadual em desfile com uma banda de pífano animando a brincadeira. Não podemos contar de certo, pois não estávamos por perto.

Parabéns aos que tiveram a ideia e aos que promoveram a volta da tradição extinta.

CAVALHADA NO CENTRO-OESTE (FUNDAJ).