MUSEU É MUSEU Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.085   Em 1951, entre as ...

 

MUSEU É MUSEU

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.085



 

Em 1951, entre as gestões de Abílio Pereira, Ulisses Silva e Adeildo Nepomuceno (os dois primeiros provisoriamente naquele ano) foi construído um prédio estreito à Avenida Nossa Senhora de Fátima, que iria servir como multiuso para a prefeitura local, em Santana do Ipanema. Inúmeras funções variadas foram ali dentro feitas e que ainda hoje continuam. O edifício se mantém de pé. Tão discreto, tão sumido, tão humilde que não chama atenção de ninguém. Defronte a famoso restaurante, bem perto da Câmara Municipal que são estrelas, não brilha o invisível edifício com seus respeitáveis 73 anos de existência. Foi ali que em 1959, oito anos após a sua construção, foi inaugurado o primeiro e único museu da cidade. Gestão do “Prefeito Cultura”, Hélio Rocha Cabral de Vasconcelos.

Passei muito por ali em busca do Saber no Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Graças a percepção do prefeito Hélio Cabral, a história do nosso município e do Sertão materializou-se nos inúmeros objetos populares e elitistas catalogados pelo museu. Mesmo sendo uma época difícil de conscientização cultural ampla, o museu da Avenida deus os primeiros passos para essa consciência e que logo se tornou pequeno no que tange as limitações do prédio e, no futuro foi transferido para um casarão relíquia bem no centro comercial da urbe. A única peça quem me vem à lembrança ainda naquele prédio, é uma roda e um farol do carro do pioneiro Delmiro Gouveia. Peças essas levadas para o museu de Palmeira dos Índios, segundo os mais velhos e que agora chegou o tempo de cobrar à volta.

Esses prédios históricos, por mais humildes que sejam e que prestaram relevantes auxílios no desenvolvimento municipal, são como nós os humanos com suas paredes impregnadas de sabedoria, mas dentro de quase total falta de compreensão. E por mais forte que seja o nosso museu, precisa entrar na era dos museus dinâmicos e modernos iguais aos mais avançados do País. É preciso um novo edifício com arquitetura futurista e um espaço imenso para abrigar tecnologias e novos quadros de nossas áreas culturais e históricas. Hoje, um museu dentro deste Século XX, é também uma grande fonte de divertimento e lazer e não apenas uma casa velha de amontoar o que não presta. Parabéns, prédio da Avenida, pelos seus 73 anos de existência.

MULTIUSO DA AVENIDA EM 2013. (FOTO B. CHAGAS/ LIVRO 230, ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA).

 

 

  MEU EX-ALUNO Clerisvaldo B. Chagas, 8 de agosto de 2024 Escritor Símbolo do Sertão alagoano Crônica: 3.084   Fez-me um bem radia...

 

MEU EX-ALUNO

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão alagoano

Crônica: 3.084



 

Fez-me um bem radiante em ter recebido a visita de um ex-aluno de Geografia, já nesse estágio da vida. Formado atualmente em Agronomia, meu antigo aluno chegou à minha casa com um sonho e um projeto sob o braço: Ajudar o Nordeste o Brasil e o mundo com recuperações de nascentes, de terras degradadas, plantio de árvores ciliares e nas propriedades rurais de caatinga já devastada. Era grande o seu entusiasmo e maior a sua humildade no reconhecimento a este professor, com o convite quase imperioso de comando para o seu projeto que já se encontra em partes bem começadas. Filho do campo, raízes no Poço das Trincheiras, uniu a prática da agropecuária com a Geografia, com a Universidade e, armado da coragem e acreditando em si, faz o diferencial entre os que só pensam no próprio destino e as lideranças que primeiro pensam na região, na pátria, no planeta como um todo.

O bioma caatinga é um dos mais castigados do país. Até há pouco anos, além do desmatamento natural de agricultores, criadores e inúmeras outras profissões, ainda recebeu incentivo do governo para desmatamento, aproximadamente nos anos 60. O exemplo de seu pai desmatando para plantar palma forrageira, foi o mesmo exemplo do meu, desmatando para plantar pasto para o gado. Quantos filhos de agricultores, pensam atualmente diferente dos seus pais sobre a Natureza! Isso graças aos bancos escolares desde àquela escolinha da ponta de rua até as melhores universidades. Retornam agora ao campo cheios de conhecimentos novos e de respeito ao meio ambiente, fazendo justamente o percurso contrário aos dos seus pais. Sim, isso é evolução, ainda que seja tardia.

O tempo perdido, entretanto, pode até ser ignorado no uso de tantos conhecimentos e tecnologias que estão alavancando o mundo. Mas voltando ao meu ex-aluno, não pude conter a gargalhada quando ele me disse: “ Professor, não é preciso o senhor estar comigo no campo da luta.  Basta o senhor me orientar e me dar apoio moral. Fica aqui de casa mesmo só dando as ordens como os antigos coronéis do sertão”. Ah... Caro colega professor aposentado, quantos dos milhares de alunos que passaram por nossas mãos, chegam para nos visitar?

É... Mas o Mestre dos mestres nos visita todos os santos Dias.

 

  O ARTESÃO DOS CANGACEIROS Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2024. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.083   Visit...

 

O ARTESÃO DOS CANGACEIROS

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2024.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.083



 

Visitei mais uma vez o famoso artesão santanense, Roninho.  O homem estava entre as peças da sua criação e que naquele momento trabalhava nos olhos de um personagem novo da sua coleção. Roninho é caricaturista em desenho, mas que levou esse estilo no qual é mestre, para suas criaturas feitas com uma grande variação de material, tendo como base o ferro. Assim passei pela sala de exposição do seu Atelier com inúmeras peças enfileiradas nas prateleiras, com predominância de cangaceiros. Na sala contígua a oficina da sua criatividade. Vendas, encomendas e sonhos vão se acumulando no cérebro dinâmico do artista e as peças vão saindo e se materializando conforme a imaginação do autor. A gente fica até receosa de está atrapalhando o seu mister.

O artesão e desenhista Roninho está nas páginas do meu livro, O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema. Edição primeira esgotada e hoje nas bibliotecas de todas as escolas municipais de Santana, Passou a ser o livro referência de consulta municipal sobre a história da “Rainha do Sertão”. Roninho surge com seus desenhos quando personagens da época não deixaram fotos. A criatividade do escritor se encontra com a criatividade do artesão, enriquecendo a obra citada acima e qualquer outra, E mesmo assim formamos um trio vivo perto um dos outros no humilde Bairro São José: Artesão Roninho, escritor Clerisvaldo e o artista cantor Dênis Marques. E por falar em Dênis Marques, foi esse famoso cantor santanense que animou o lançamento do livro acima.

Entretanto após outros assuntos como Roninho, afirmamos que ainda não lançamos oficialmente os romances “Fazenda Lajeado”, “Deuses de Mandacaru”, “Papo-Amarelo” e “Ouro das Abelhas” mais o documentário “Santana: Reino do Couro e da Sola””. Todos em exposição e venda antecipada no “Restaurante Santo Sushi”. O amigo Dênis Marques já se prontificou à nova ação de lançamento a quem muito agradeço. Para mim somos três fábricas de sonhos capazes de retirar você de qualquer tipo de estresse: apreciando o artesanato cangaceiro de Roninho, lendo os romances do ciclo do cangaço de Clerisvaldo B. Chagas ou mergulhado nas românticas melodias interpretadas por Dênis Marques.

Tenho dito.

ARTESÃO RONINHO EM LOCAL DE TRABALHO ( FOTO: B. CHAGAS).