PELO AVESSO
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de novembro de 2012.
Crônica Nº 905
Quem mora no interior tem
o privilégio de respirar um ar menos poluído; de sentir e fazer parte da
Natureza em suas caminhadas pelos arredores e sítios dos seus respectivos
municípios; contemplar de perto inúmeros animais domésticos que a cidade grande
ver apenas na televisão; subir montanhas, sentir o cheiro gostoso do mato verde
e gozar de certa paz que some ao deixar o lugar. Mas quando se fala no aspecto
social, da organização que hoje faz ligação direta com a vida de cada pessoa, o
placar se abre contra numa tremenda goleada. Poucos benefícios sociais são
implantados do interior para a capital. Continuamos como nos tempos dos
bandeirantes, esperando que as novidades aconteçam e acobertem as capitais, para
uma chegada longínqua e a conta-gotas pelo interior. É um bolo que não assa por
igual, continuando um desenvolvimento capenga, demorado e injusto, sem atenção,
sem ânimo, sem planejamento. Estamos nos referindo a todos os setores, principalmente
nos que são criados para melhor qualidade de vida. Infelizmente ainda vivemos
esse momento de China, quinze anos atrás.
O
estado
de Alagoas, por exemplo, tem um plano de Saúde chamado Ipaseal, mas não atende
no interior. Como havia problemas de pagamento, os médicos deixaram o plano e
os seus usuários ficaram apenas olhando para as paredes. Esse governo eliminou
o pouco que restava em atendimento na cidade de Arapiraca e, atualmente, nenhum
funcionário é atendido no interior do estado. Morrendo ou não, o indivíduo tem
que procurar a capital, quando vai gastar o que não tem para ser atendido por
dois ou três médicos com longos espaços entre os exames solicitados. Um
verdadeiro massacre! Assim também são os documentos que precisam, como
aposentadorias e benefícios cuja centralização funciona como falta de respeito
aos nativos. A burocracia proposital nada tem a ver com falta de dinheiro, num
estado em que usineiros são perdoados do imposto sobre o álcool. A origem de
tudo é a ruindade mesmo, a ruindade de nascença do complexo do cão do inferno, que
se desenvolve com o futuro dirigente. Infelizmente, em muitos casos Deus demora
um bocado nos castigos que Dele se espera para esses monstrengos desalmados.
Geme povo alagoano, até o
dia em que seus clamores consigam chegar aos céus. Nesse estado a palavra “esperança”
veio PELO AVESSO.
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