CACHAÇA
DE QUEM MORREU
Clerisvaldo B.
Chagas, 27 de dezembro de 2018
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.031
ALMEIDA. (FOTO/DIVULGAÇÃO). |
De
vez em quando penetrando no mundo maravilhoso dos repentistas nordestinos,
passo a repetir uma historieta. Quando o Zé de Almeida criava fama nos braços
da viola, foi chamado para ser testado em Paulo Afonso. Lá estavam os veteranos
Manoel de Filó e Jó Patriota (conheci o segundo). Após uma baionada com Manoel
de Filó, Jó Patriota assumiu a vez e sentou-se ao lado de Almeida. O vate
santanense estava inspiradíssimo e iniciou o segundo baião:
Já cantei com
Manoel
Agora canto com Jó
Um é cobra canina
Outro é cobra de cipó
Eu no “mei” me
defendendo
Com um taco de
mororó.
Aplaudidíssimo.
Em outra ocasião, Zé
de Almeida se encontrava no comércio de Santana do Ipanema. Um dos locutores da
Rádio Correio do Sertão, veterano, irmão do bispo diocesano, Humberto Guerrera,
acabara de sair da emissora. Além de ser experiente o apresentador também era
muito querido e gente boa. Gostava, porém, de beber muito e foi alvo naquele
momento do poeta Zé de Almeida. Quando o radialista foi passando defronte ao
Bar Comercial, Almeida apontou para ele e disse aos que o cercavam:
Lá vai Humberto
Guerrera
Locutor amigo meu
Já perdeu até as
contas
Das cachaças que
bebeu
Tá vivo daqui pra
cima
Pra baixo a “Pitú”
comeu.
Novamente aplaudidíssimo pela criativa
estrofe.
Esse é o mundo encantado do repentista.
Depois tem mais.
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Bom dia! gostaria muito de saber o nome do fundo mussical do programa humberto guerrera
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