PRIMEIRA MARCHA
(Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2011)
Independente de tudo foi um final de ano arrojado e feliz para todos os eleitores brasileiros. Quando falamos para todos, é que mesmo os que votaram em outros candidatos para a presidência, foram recompensados com o grande acontecimento democrático mostrado para todos os continentes.
Os típicos festejos do Natal, levando milhões e milhões de pessoas às compras, mostraram o momento de felicidade econômica que move o país. Os principais centros de compras do Brasil mostrados aos países ricos pela mídia mundial, já foi um espetáculo belíssimo de paz e prosperidade. Depois a noite de Ano Bom emenda as tradições natalinas com crenças e superstições apresentadas de Norte a Sul, principalmente na faixa litorânea. Todos os santos dos céus estão em alta e de plantão para atender pedidos chegados dos mais diferentes lugares da terra. E cada um com seu ritual particular, procura entrar em sintonia com a boa sorte para assegurar um ano diferenciado. A água do mar para muitos é o remédio de espantar para bem longe as energias negativas. O branco vai predominando na paisagem agitada das multidões, formando uma corrente única nessas badaladas da meia-noite. E as alvas areias dos rios, dos lagos, das praias, logo vão sendo batizadas com farofas, espumantes, cervejas e exóticos perfumes das mais diversas origens. Mas o foguetório parece ser o ápice da semana mais esperada do ano. E de fato é uma adesão que toma o Brasil em todos os municípios por que é como mostrar a imensa alegria bem alta, no espaço transformado em fogos de artifícios que arrancam admiração profunda de crianças e adultos. Fogos, sentimentos acumulados durante um ano inteiro que jorram em forma de lágrimas. E depois da limpeza das águas, das ervas, dos traçados flamejantes, a pureza do abraço, do beijo, da ternura, do sentimento bom e sagrado que nos invade a alma com o desejo da sinceridade: feliz ano novo.
E para coroar o êxtase brasileiro, outro espetáculo de rara beleza cívica emociona os filhos aguerridos dessa nação. Ninguém pode dizer quem mais brilhou na festa da democracia. Uma torcida grande pela presença de Alencar; uma apoteose para Lula; uma crença sem tamanho para Dilma. Multidão arisca ao relento, circunspectos estrangeiros no salão. O maravilhoso teatro dos batedores, a guarda feminina sob a chuva atriz, o contraste dos faróis amarelos com o fundo cinza da saraiva, ditavam a grandiosidade marcante absorvida pelos olhares do planeta. E naquele desfile respeitoso de cumprimentos estrangeiros, europeus, asiáticos, africanos, americanos e oceânicos, o tremular da bandeira nacional pelo reconhecimento generalizado que arrepia. Quantos e quantos anos foi preciso viver para desfrutar esse momento! Esse é aquele país evocado por nós no passado quando dizíamos que o Brasil era um país do futuro. Já estamos navegando nesse futuro. Logo, logo estaremos passando à quinta por que essa é apenas a PRIMEIRA MARCHA.
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