LAMPIÃO, CANDEEIRO E QUEROSENE
Clerisvaldo B. Chagas, 08 de julho de 2011
Lendo o magnífico trabalho sobre a última semana de Lampião, na tese do escritor Frederico Bezerra Maciel: “Lampião seu tempo e seu reinado”, temos a lista de todos os cangaceiros que estavam ali acampados na madrugada do ataque alagoano: 44 pessoas no total, mas ali não consta o nome de Querosene, entre os 44 apresentados. Ora! O Joca do Capim havia perdido a paciência quando sua mulher, mais uma vez saiu de casa logo cedo daquele dia 27 de julho, para ir ao encontro de Querosene na própria fazenda Novo Gosto. Na noite daquele dia 27, Querosene não poderia ter dormido fora sem autorização. Onde estaria Querosene na madrugada do dia 28, momento fatal? Fora essa referência ao cangaceiro, ninguém mais fala sobre ele, nem no coito entre os listados, nem entre os mortos após Lampião e nem entre os que se entregaram às forças. Vamos às hipóteses: Primeira, pertenceria ao grupo de Corisco que foi dormir em Entremontes (AL). Segunda: Faria parte do grupo de Labareda que também não quis dormir ali dizendo que aquilo era “cova de defunto, compadre!” Foi pernoitar duas léguas abaixo em solo sergipano. Terceira: Pertenceria, por acaso, ao grupo de Moita Brava que inventara estar adoentado e conseguiu permissão para dormir fora? Moita Brava levou seu grupo também? Querosene foi com eles?
Como um dos pivôs da perfídia, não podia faltar Querosene no bojo de Candeeiro nem na placa de Lampião. Um silêncio toma conta dos pesquisadores sobre esse cabra. Você sabe? Você viu? Ah! Meu amigo! Esse trio energético deu o que falar! Ora no claro, ora no escuro, vão piscando no outro mundo os cangaceiros LAMPIÃO, CANDEEIRO E QUEROSENE.
· Na última semana de julho, publicaremos diariamente crônicas sobre o cangaço, durante os dias úteis, enquanto terminamos um livro sobre o assunto.
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