LAMPIÃO, A HECATOMBE DE ANGICOS
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de julho de 2011
Série cangaço Nº 04
Numa noite chuvosa de inverno, escuro e “frio de matar sapo”, as volantes alagoanas, guiadas por Pedro de Cândido e seu irmão Durval, cercaram a grota dos Angicos na madrugada de 28 de julho de 1938. Na hora em que Lampião e mais alguns poucos cabras (provavelmente três) beberam o café, Lampião caiu sentado na rede, revirando os olhos e morreu rapidamente. Os outros três rodaram e tombaram, uns para frente, outros para trás (conforme depoimento de Paturi, o cangaceiro escondido que viu tudo). Quando foi anunciada a morte de Lampião, aos gritos, teve início a fuzilaria. Ao encerrar o primeiro horror do salve-se quem poder, teve início a fase do inferno: Saque generalizado, mortes dos moribundos, chistes e taras com o cadáver de Maria Bonita (degolada viva) e o horrendo cortar de cabeças, dedos e braços na ânsia pela riqueza. Os mais beneficiados ficaram com o grosso, dinheiro e joias dos mais ricos: Bezerra com a fortuna de Lampião, Mané Veio com a de Luiz Pedro.
Os onze mortos foram: Lampião, Maria Bonita, Quinta-Feira, Cajarana, Enedina, Luiz Pedro (Esperança II), Mergulhão II, Elétrico e os outros três que ainda hoje são mudados pelos entendidos: Moeda, Alecrim e Colchete II. (Dizem agora que Alecrim escapou, foi descoberto e concedeu entrevista). Ah, cangaço!
Os inúmeros detalhes de muitas páginas não cabem somente numa crônica, neste dia de aniversário de 73 anos da morte de LAMPIÃO, A HECATOMBE DE ANGICOS.
* Continua.
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