terça-feira, 3 de abril de 2012

DEDOS DE PAU

DEDOS DE PAU
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de 2012.

 Mais uma vez voltei ao “Bacurau”, para apreciarmos os trabalhos de parede do desenhista Roninho. Contemplamos suas recentes produções e puxamos àquela conversa domingueira de quem não deixou a cidade. Logo aparece o cantor, desenhista e músico Dênis Marques, o professor e pesquisador Marcelo Fausto, o advogado Júnior e vai se formando com mais pessoas, um grupo apreciador da paisagem do lugar e das inúmeras caricaturas e quadros de Roninho. O bar do Bacurau ganhou um logotipo, obra de arte em adesivo que todo mundo quer usar no automóvel. Pense numa ave invocada da lavra do artista! Logo o pequeno ponto de encontro vai se transformando numa babel de ideias entre líquidos espumantes e longos olhares para os arredores. As barrancas do rio, ao longe, na Floresta, parecem indicar o rumo da Cajarana. A Serra da Remetedeira acena recortada ao horizonte. E, lá para as bandas do comércio, a torre da Igreja Matriz de Senhora Sant’Ana, faz ângulo reto com o serrote Pintado.
          O desenhista Roninho parece muito feliz com aquelas visitas da sua vizinhança. Fala das últimas telas apreciadas e vendidas de imediato na “Cidade Presépio”, Piranhas. Pede desculpas aos clientes, pois fechará o Bacurau por alguns dias. É que, finalmente reconhecido, iria iniciar o seu trabalho de desenho regional num enorme painel público que é a Praça de São Pedro, no bairro do mesmo nome. O santanense começa a despertar para as suas obras em caricaturas nordestinas que tanto sucesso fazem. O Dênis Marques, também acaba de chegar de um grande trabalho de pinturas em quadros para decoração de empresa das imediações. Cada um no seu estilo, empata na perfeição dos seus trabalhos. E nós outros, pernas de pau, ou melhor, dedos de pau, temos a vontade vã de desenhar qualquer negócio parecido com aquelas coisas maravilhosas. Mas eles também dizem (para consolo nosso) que gostariam de manejar as letras como nós. E assim o ponteiro vai subindo para o meio-dia numa conversa tipo miolo de pote, poderosa tal espantalho do estresse, após uma semana cheia.
          O “Bar do Bacurau” prossegue com sua clientela. Vai ficando famoso no cocuruto do Bairro São José, aguardando a noite, horas corretas para o seu voo silencioso e estilizado. Chegou a nossa hora: Vamos zarpar, rapazes! É hora da retirada dos DEDOS DE PAU.

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