TILIXI E TIXILIÁ
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão
Alagoano
Crônica 1.572
Foi pesquisando nas belas terras do Agreste, em Palmeira dos Índios, que
resolvemos reproduzir a lenda de Tilixi e Tixiliá. Aliás, em nossos escritos
sobre “Repensando a Geografia de Alagoas”, também temos outra belíssima lenda
indígena sobre a origem do rio São Francisco.
Palmeira dos Índios é a mais importante cidade norte do Agreste,
representando agora a quarta população do estado. Ocupa antigas terras que
foram aldeias dos índios Xucurus. Acha-se localizada entre imponentes serras
que fazem parte da Escarpa Ocidental e a planura agrestina representada pelos
tabuleiros. Sua posição privilegiada permite um tráfego intenso de carros
pesados numa ligação Norte-Sul via Arapiraca – Bom Conselho, pela famosa serra
das Pias. Vive da Agricultura, Pecuária e Comércio com destaque para seus bons
colégios e intelectuais na sua vida social. Clima ameno e convivência diária
com os Xucurus fazem render a tradição que orgulha seus habitantes.
Contadas por diferentes pessoas, mas sempre se ressaltando o miolo, a
lenda de Tilixi e Tixiliá parece não possuir variação.
Dizem que “há duzentos anos Tixiliá estava prometida ao cacique Etafé,
mas era apaixonada pelo primo Tilixi. Durante uma festa tribal Tilixi tentou
encontrar Tixiliá. Foram vistos em um beijo proibido. Tilixi foi condenado à
morte por inanição. Ao visitar o amado, Tixiliá foi atingida por uma flecha
mortal de Etafé morrendo ao lado de Tilixi. Segundo a lenda, no local onde
morreram, nasceu uma linda e formosa palmeira que simbolizava o amor intenso do
casal. Foi dessa palmeira que teria surgido o nome da cidade”.
Destacamos em Palmeira
dos Índios os escritores Luiz B. Torres, Adalberon Cavalcanti Lins e Valdemar
Lima, com notoriedade nacional para Graciliano Ramos.
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