CASSIMIRO
COCO VOLTA OU NÃO VOLTA?
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de abril de 2018
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.878
“Mão
mole, molenga, mamulenga. Parece ser esta a origem etimológica do mamulengo,
teatro de boneco nordestino em que se usa como técnica de manipulação luvas ou
varetas. Apesar de, no resto do país, ser usado para definir essa linguagem
nordestina do teatro de bonecos, o termo mamulengo é tipicamente pernambucano,
sendo que cada Estado da região tem sua própria designação – Cassimiro Coco no
Ceará, João Redondo no Rio Grande do Norte, Babau na Paraíba”.
Na década
de 50, assisti ao Cassimiro Coco, teatro de bonecos, na minha Rua Cleto Campelo
(atual Antônio Tavares). A pessoa que mexia com essa arte, chegou a morar na
casa vizinha a nossa por algum tempo. Depois, lembro-me de apresentações na Rua
São Pedro e na Rua Delmiro Gouveia. Nunca vi nada tão divertido do que o
Cassimiro Coco. Nós, os meninos, sentávamos no chão, diante de uma lona
vertical, onde os bonecos apareciam na parte superior. Era uma sequência de
peças curtas cujas presepadas faziam a plateia mirim se esbaldar em
gargalhadas. Lembro-me apenas de uma dessas peças em que havia um negrão
lustroso vestido de cangaceiro e um magrelo amarelado que se desafiavam e
brigavam entre si.
Quando a
confusão rolava, o apresentador dos bonecos batia em qualquer coisa como se
fosse abrindo e fechando mala de madeira, com força, para provocar bastante
zoada.
Recentemente
o Cassemiro Coco, quase extinto no Nordeste, teve um momento de glória quando
foi apresentado em uma novela da Rede Globo.
No caso
de Santana do Ipanema, assistíamos aos bonecos apresentados nas suas formas
mais antigas e rudes. Mas cada um daqueles personagens de pau de aparência em
exagero conquistava danadamente à meninada.
Não
consigo lembrar nem os nomes nem as feições de proprietários de Cassemiro Coco.
Será que ainda existe algum artista em nosso município capaz de reviver o nosso
teatro de bonecos?
Se
houvesse incentivo...
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