A SEDE ESTUDANTIL
Clerisvaldo
B. Chagas, 20 de abril de 2018
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica 1.888
Ontem (quinta-feira)
tive a honra de ministrar palestra na Escola Estadual Professora Helena Braga
das Chagas, sobre a cidade de Santana do Ipanema. A princípio tive que optar
por um dos três ou quatro trabalhos preparados para palestras. A história de
Santana, no geral, é longa. Busca-se, então, um compartimento: a criação da
cidade em seis blocos e sua expansão. O Rio Ipanema, beleza e dor ou mesmo a
história iconográfica, lançamento recente. Resolvemos, pois, pelo último
trabalho publicado em que o estudante pode apreciar os vários aspectos da sua
terra, através de imagens legendadas e cronológicas. Para nós seria um teste de
fogo como primeira apresentação do livro/enciclopédia “230” através de slides e logo diante de uma plateia
juvenil bastante exigente. Como havia também um convite de outra escola com o
mesmo propósito, achei que o primeiro teste estaria carente de nota.
Minha surpresa foi
muito agradável em vê duas turmas normalmente agitadíssimas, comportarem-se
como se estivessem diante das histórias da vovozinha. Comprovei no momento a
imensa carência da história municipal entre professores e estudantes. O que
estava previsto para 50 minutos, esticou-se para 1.hora e 30 minutos,
encerrando-se aí apenas porque surgiu na telinha, o nome FIM. O trovão de
palmas após a palestra foi caloroso, levando o palestrante à certeza da
aprovação IN LOCO de um trabalho
suado, guia e amoroso.
Não apenas
ministramos palestras (atualmente mediante cachê), mas incentivamos à plateia à
pesquisa. Mas como alguém pode pesquisar
alguma coisa sem incentivo? O estudante vibra quando um dia perdido no ano, é
convidado para algum passeio, mas que não passa disso. Os professores ou não
querem mais trabalho ou não têm condições de pesquisa de campo. E se professor não
vai ao campo, por que o aluno iria? E assim morre a história da sua rua, do seu
bairro, dos titulares das avenidas e do seu município. Onde estão a Geografia e
a História da sua cidade, se não fazem parte do currículo? Dessa maneira vamos
gerando analfabetos do próprio lugar.
A estudantada tem
sede do Saber, mas quem garante sua água?
Autoridades pensem
nisso.
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