O TERCEIRO COMÉRCIO (Clerisvaldo B. Chagas. 26.8.2009) Podemos dividir o comércio de Santana do Ipanema, hoje, em três polos distin...

O TERCEIRO COMÉRCIO

O TERCEIRO COMÉRCIO

(Clerisvaldo B. Chagas. 26.8.2009)

Podemos dividir o comércio de Santana do Ipanema, hoje, em três polos distintos. O maior é o comércio do centro que teve início ainda nos tempos de povoado e vila. Nas últimas décadas, as casas comerciais foram tomando os lugares das residências em torno do centro. A própria avenida principal, Coronel Lucena, dos privilegiados fazendeiros e comerciantes de outrora, transformou-se praticamente na sua totalidade, em lojas diversas. Assim aconteceu com outras ruas: Ministro José Américo, Tertuliano Nepomuceno e as adjacentes menores; todas tendo como núcleo a Praça Cel. Manoel Rodrigues da Rocha.

Um segundo comércio formou-se no Largo do Maracanã, desde a sua importância como desaguadouro de sete ruas. Além disso, o local de passagem da BR-316 — ainda na fase de rodagem — animou aquele importante entroncamento urbano. Pela falta de espaço no primeiro comércio, teve início um arremedo de complemento na Rua Pedro Brandão, ala de calçada baixa, que serve como corredor comercial e prestador de serviço, agora, indo da Ponte Cônego Bulhões até o Largo do Maracanã. Neste espaço existem indústrias como a de beneficiamento do algodão e duas padarias. Várias casas comerciais como bares, lanchonetes, autopeças, madeireira, farmácia, mercadinhos e mais. Prestadoras de serviços como rádio, funerárias, pousada, escolas, lotérica, hospital e até mesmo casas religiosas e repartição pública federal.

O terceiro comércio, o mais recente, surgiu após a construção da Ponte Gel. Batista Tubino, à margem direita do rio Ipanema. Ali, dois bairros, Floresta e Domingos Acácio, dominam a região unidos pela ponte sobre o riacho Salgadinho. Existe também daquele lado, uma mistura de indústrias, prestação de serviço e comércio. Os pontos fortes são dois postos de gasolina, uma clínica, uma pousada, um restaurante, fábrica de fubá e fábrica de colchas. Além disso, surgem madeireiras, açougue, mercadinhos, bares e outros estabelecimentos.

Afastado da base do terceiro comércio, em lugar alto chamado Cajarana, (dentro do amplo bairro Floresta), em breve será inaugurado o Hospital Geral que irá precisar de cerca de mil funcionários. Vizinho deverá funcionar também o polo da UfAL. Com esses dois órgãos em plena atividade e mais uma camada asfáltica sobre o calçamento da Rua Abdias Teodósio — ligação entre a base e o hospital novo — um poderoso comércio poderá subir junto com o asfalto da ponte Gel. Batista Tubino ao Hospital Geral em trajeto de mais de 1 km.

É de se notar, entretanto, que esses dois últimos comércios são complementos do principal: núcleo nas Praças Cel. Manoel Rodrigues da Rocha e Senador Enéas Araújo. Lembramos do “Rei Pelé” construído em Maceió no meio da pobreza e dando nova dinâmica ao Trapiche da Barra. Assim acontecerá com a UFAL e o Hospital Dr. Clodolfo de Melo na pobreza dos conjuntos Cajarana, Marinho e Santa Quitéria além da Floresta como um todo. Os dois gigantes estão chegando. Resta planejamento municipal para erradicar a miséria. Querer é poder com uma ajuda grande do TERCEIRO COMÉRCIO.

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INTERESSE

CASO O SEU SITE (PORTAL) TENHA INTERESSE EM REPRODUZIR AS CRÔNICAS DIÁRIAS DO ESCRITOR CLERISVALDO B. CHAGAS, CONTATAR O ENDEREÇO:
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BRIGA DE FOICE NO ESCURO (Clerisvaldo B. Chagas. 25.8.2009) Os fazendeiros ricos do sertão costumavam convocar dezenas e dezenas de pessoas ...

BRIGA DE FOICE NO ESCURO

BRIGA DE FOICE NO ESCURO
(Clerisvaldo B. Chagas. 25.8.2009)

Os fazendeiros ricos do sertão costumavam convocar dezenas e dezenas de pessoas para o trabalho da lavoura. Muitas vezes os trabalhadores passavam de cem e o aglomerado era chamado “batalhão”. O batalhão fazia os mais diversos serviços no campo como desbastar, plantar, colher. Em algumas dessas tarefas, a ferramenta principal era a foice que facilitava o chamado “roçar o mato”. Nem todo patrão permitia que homens e mulheres trabalhassem armados. Mas, às vezes, havia desentendimentos entre campesinos quando a foice, então, servia como arma de guerra. Pelo seu formato curvo e um cabo roliço de madeira, a foice era altamente perigosa e temida pela capacidade de fazer estragos. Um deles era degolar o inimigo com um golpe feroz e certeiro. Geralmente no fim do dia saía uma cachacinha como oferta generosa dos contratantes. Já escurecendo o dia, queimados pela pinga, a desavença da roça vinha à tona. Ora, se briga de foice já era uma coisa apavorante, imagina-se após as seis horas. Daí a expressão: “briga de foice no escuro”.
Na política brasileira a coisa não é tão diferente. Aproximam-se as eleições e, as foices já estão procurando amoladores nas cúpulas de Brasília. A ministra Dilma — candidata ainda sem as manchas dos grandes escândalos lá em cima — já é o alvo predileto da oposição. De uma capacidade de trabalho extraordinária, a ministra ainda mantém a credibilidade popular. É certo, contudo, que lhe falta o carisma; daí o esforço diário do presidente em expor a ministra nas vitrinas de trabalho. Para o governo é uma esperança longe (ver pesquisa), mas é real. A concentração adversária tenta manchar ou colher a desistência da ministra. Com Dilma fora do páreo, dificilmente o governo terá tempo de apresentar um candidato que mergulhe na simpatia popular em tão pouco tempo. Todas as lideranças estão desgastadas. Dedos sujos e cangaceiros travam um duelo interessante em espetáculos ridículos e risíveis. É a oferta ao povo brasileiro. O que está acontecendo no Distrito Federal faz lembrar os bons tempos de Oscarito e Grande Otelo. Brasília passou também a ser uma atração das tardes telesivas. Apesar de tudo não se pode dizer que isso não cause preocupação. Afinal, os personagens do Distrito são verdadeiros e legítimos representantes do povo. Enquanto isso, lá em São Paulo, Serra vai observando as chamas cercando o coliseu; pelo menos na esperada folga da pesquisa. Marina entra na guerra e Dilma leva mais um golpe. Outras pessoas, como o cantor Gilberto Gil, também querem ser vice de Marina. Vamos aguardar a decisão de outros cantores. Que tal Roberto Carlos? Caetano Veloso? Maguila, o estreante?
Como na roça, o dia está terminando, os briguentos perdendo a cabeça. Quando a noite cair de verdade, com certeza teremos uma BRIGA DE FOICE NO ESCURO.